19 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 8: Luz Verde Para os Vermelhos

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

8- LUZ VERDE PARA OS VERMELHOS

 
Portugal e Brasil aumentaram para 7 os qualificados e o Irão elevou os precocemente eliminados para 6. O desaire da Rep. Checa frente ao Gana e o empate da Itália com os Estados Unidos, desmancharam a boa imagem que as duas selecções europeias haviam deixado na 1ª jornada e tornaram o Grupo E no mais interessante e imprevisível do momento. A França continua a arrastar-se pela Alemanha (sempre seria pior se fosse a Alemanha a irromper pela França) e os Sul-Coreanos continuam a beneficiar das arbitragens, tal como em 2002. A partir de terça-feira, passamos a quatro jogos por dia e tudo se tornará definitivo.

Portugal: Pela segunda vez na história, Portugal ultrapassou a fase de grupos de um Campeonato do Mundo. E fê-lo com justiça, jogando de forma bem mais convincente, controlando o jogo atacando e procurando o golo quase sempre. É evidente que Portugal defrontou, pela última vez, um adversário relativamente fraco neste Campeonato, mas atingiu os objectivos mínimos.

De Rossi: O Itália-EUA foi um jogo atípico, que terminou 10 contra 9, ou melhor, 9,5 contra 9, dada a inferioridade física de Perrota, mas a nota negativa é personalizada, porque a violenta cotovelada aplicada por De Rossi em Brian McBride é inaceitável e indesculpável. McBride saiu a sangrar mas jogou até ao fim. Itália foi penalizada e o único culpado, que até tinha actuado muito bem no primeiro jogo, talvez já não torne a jogar no Mundial.
Brasil: Poderá parecer estranho colocar nos negativos uma equipa que tem 6 pontos e que já se qualificou. Tal deve-se à pobreza exibicional dos Brasileiros, que se apresentavam como grandes favoritos, uma espécie de Dream Team condenado a ganhar o Campeonato. Podem ganhá-lo, mas até agora ganharam dois jogos com sorte, sem merecimento e jogando pouco. Contra a Austrália, o empate não ficaria mal e contra a Croácia acabaram com o credo na boca e mereciam ter perdido. Talvez a sorte não dure sempre…
França: Tem sido a pior das selecções a quem era atribuído algum favoritismo. Velha, lenta, cansada, triste e sem ideias, parece o reflexo da situação política, económica e social do próprio país. A continuar assim, dificilmente passará dos oitavos de final.
Figo e Deco: Os melhores de Portugal na vitória sobre o Irão, que parece ter mais êxito a enriquecer urânio do que a enriquecer a sua qualidade de jogo. Sem serem atómicos, Figo e Deco mostraram ser, neste momento as mais consistentes estrelas de Portugal.
Gana: Desafiou as probabilidades e bateu de forma convincente uma das selecções que melhor impressão tinha deixado na 1ª ronda. Beneficiou de um golo madrugador, de um penalty estúpido e de um vermelho duvidoso, mas jogou com uma qualidade global que até agora não se tinha visto em equipas africanas.

2 comentários:

PVM disse...

Ai, os preconceitos ("sempre seria pior se fosse a Alemanha a irromper pela França" e "(...)o Irão, que parece ter mais êxito a enriquecer urânio do que a enriquecer a sua qualidade de jogo".
PVM

Rui Miguel Ribeiro disse...

Não são preconceitos, são factos. É evidente que joguei com as palavras e tentei fazer um pouco de humor, mas que o Exército Alemão já teve o hábito de passear até Paris e que a selecção da França se tem arrastado pelos relvados alemães são duas verdades. Quanto aos Iranianos, infelizmente, o potencial desestabilizador e o perigo do seu programa nuclear é muito maior do que o dos seus jogadores de futebol.
No entanto, no primeiro post da série "Campeonato do Mundo - 1: Introdução" de 05/06/06, tive o cuidado de elencar as minhas preferências para os leitores melhor aferirem as minhas opiniões.