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11 junho, 2018

Roma Não Paga a Traidores


ROMA NÃO PAGA A TRAIDORES



O Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga (antiga Liga Norte) foram os partidos mais votados nas eleições parlamentares de Março em Itália e conseguiram, em Maio, chegar a um acordo para formar governo com largo apoio parlamentar.

 
A incontornável realidade dos resultados eleitorais em Itália, por muito que irritem o signore Mattarella.


Contudo, o Presidente de Itália, Sergio Mattarella de seu nome, decidiu vetar o Ministro das Finanças indigitado, o economista Paolo Savona (um eurocéptico), com o argumento de que a escolha tinha gerado preocupação nos investidores (???) italianos e estrangeiros (???). Falando claro, o Senhor Mattarella privilegia os interesses corporativos de alguns, incluindo estrangeiros, e marimba-se para as escolhas democráticas dos Italianos.

Adding insult to injury, como dizem os Britânicos, convidou um agente do FMI com afinidades com a burocracia bruxelense e apetência pela austeridade à outrance (que lhe valeu o epíteto de Senhor Tesouras) para formar um governo. Não é preciso mais para perceber que o Presidente (???) de Itália é uma espécie de agente a soldo de interesses espúrios que nada têm a ver com os interesses da Itália e com a vontade dos Italianos.

A reacção foi tal, que o líder do M5S, Luigi Di Maio chegou a sugerir que o Parlamento despoletasse um processo de impeachment ao presidente e Matteo Salvini da Liga também se revoltou com a decisão.

Com a garantia de que o seu governo seria liminarmente chumbado no Parlamento, o agente do FMI desistiu de formar o seu governo fantasma. Se a isto somarmos o crescimento da Liga nas sondagens, o presidente lá teve de engolir o sapo e empossar um governo M5S/Liga, liderado por Giuseppe Conte, sendo que a coligação cedeu substituindo o Ministro das Finanças, embora mantivesse Paolo Savona com a pasta…dos assuntos europeus.

Resta agora saber o destino a prazo do presidente a soldo de interesses externos. Será que se mantém a vetusta tradição de que Roma não paga a traidores?



05 dezembro, 2016

Arrivederci Signore Renzi



ARRIVEDERCI SIGNORE RENZI

 
Matteo Renzi olha para o relógio e descobre que o seu tempo acabou.
Pelo menos por agora…

in “CORRIERE DELLA SERA”, em http://www.corriere.it/index.shtml?refresh_ce


A tentativa de açambarcamento de poder por parte do Primeiro-Ministro (agora demissionário) de Itália, Matteo Renzi fracassou estrondosamente nas urnas. Os Italianos rejeitaram o oportunista e votaram por 59% contra 41% as propostas referendadas.

Depois de ter feito aprovar legislação eleitoral que garantia a maioria absoluta no parlamento ao partido que obtivesse 40% dos votos, Renzi tentou eviscerar o Senado: reduzindo drasticamente o número de senadores, retirando-lhe grande parte dos poderes e competências e substituindo o seu carácter electivo por um sistema de nomeação. Além disso, Renzi propunha-se retirar poderes e competências às regiões em favor do governo central.

 
O mapa da vitória arrasadora do “NO” em Itália.

in “CORRIERE DELLA SERA”, em http://www.corriere.it/index.shtml?refresh_ce

Resumindo, Renzi queria abarbatar poder esvaziando as instituições que se lhe poderiam opor: com maioria absoluta numa câmara baixa com poderes reforçados, com mais poder para o governo, com um senado faz-de-conta e com as regiões dotadas de poderes reduzidos, Renzi almejava ser uma espécie de caudilho romano.

Tudo em nome de reformas que assim poderia implementar a seu bel-prazer, é claro. Reformas essas que, independentemente do seu mérito ou da falta dele, reflectiam a linha liberalizante que tem sido imposta na Europa pelo Eixo Berlim-Bruxelas. Sendo o Partido Democrático que Renzi lidera o herdeiro do PCI e do PSI e, portanto, nominalmente um partido de esquerda, esta orientação do PD ajuda a compreender a derrocada generalizada dos partidos de centro-esquerda ou de esquerda moderada na Europa (vide Reino Unido, Alemanha, França, Grécia, Espanha).

No fim, os Italianos optaram por liquidar as reformas propostas (políticas), as reformas implícitas (económicas) e o próprio mensageiro/proponente.

Arrivederci Signore Renzi!

31 outubro, 2016

Sschauble




SSCHAUBLE

 
Sschauble
in “Political Cartoons” em http://www.politicalcartoons.com/

Wolfgang Schauble tem um histórico pouco lisonjeiro no seu relacionamento com os países do sul da Europa. Para ele, Grécia, Portugal, Espanha, Chipre, talvez mesmo a Itália, são as marcas meridionais do IV Reich habitadas por uns bárbaros que urge disciplinar à boa maneira prussiana, com mão de ferro.

À falta de uma mão armada para subjugar a barbárie, Schauble recorre à pressão, à ameaça, à chantagem, à ofensa, nem sequer hesitando em proferir falsidades que têm como objectivo (e porventura efeito) prejudicar economicamente e financeiramente os visados.

Portugal foi recentemente alvo de pelo menos dois desses ataques. Isto porque, para Schauble, há dois tipos de pessoas na Europa meridional: os que acatam servilmente os éditos do IV Reich e os que se lhes opões; por outras palavras mais carregadas, aqueles são os colaboracionistas e estes são os resistentes.

Ter na marca sudoeste do Reich um governo que ele detesta, incomoda visivelmente o velho patife e manifesta-se na encarnação SSCHAUBLE. Pelo menos essa irritação permanente em que parece viver proporciona uma certa satisfação. Contudo, enquanto que os países acossados não mostrarem firmeza e coragem, Schauble e acólitos continuarão a semear miséria por essa Europa.