28 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 12: Balanço dos Oitavos de Final & Previsões para os Quartos de Final

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

12- BALANÇO DOS OITAVOS DE FINAL &

 PREVISÕES PARA OS QUARTOS DE FINAL


Começo este post com um auto-elogio. É certo que ainda não marquei um único golo, não defendi nenhum penalty, não vi sequer um cartão vermelho, nem apareci na televisão global com um qualquer outfit amalucado em tons de vermelho e verde. No entanto, acertei em 13 dos 16 qualificados da 1ª fase e, agora, acertei em 7 dos 8 apurados para os quartos de final. 88%! Tenho de confessar que o meu erro me deixou feliz, porque eu previ a qualificação da Holanda….



 

Alemanha: Foi a equipa mais convincente dos oitavos de final. A defesa não é brilhante, mas parece mais consistente e o meio campo e ataque são demolidores: força, velocidade, qualidade de passe e de remate, bom aproveitamento das oportunidades e… joga em casa.

 
França: Afinal ainda existe. Fez um jogo interessante e sólido perante uma boa equipa (Espanha), conseguiu ter a força anímica que não se adivinhava existir para virar um resultado negativo e mereceu ganhar: Ao fim de quatro jogos, finalmente jogou bem.

Klose, Podolsky, Ballack, Schneider, Schweinsteiger, Frings, Lahm: O ataque da Alemanha é temível porque não depende da inspiração de um jogador; todos eles correm, lutam, passam, desmarcam-se, centram, rematam e marcam. Não é fácil travá-los.

Austrália: Depois de ter participado no Mundial de 1974 na RFA, sem marcar um único golo, reapareceu jogando um futebol atlético, mas eficaz e agradável: Perdeu naturalmente com a Itália, mas mereceu bem estar nos oitavos. Se o sorteio lhe tivesse proporcionado um adversário menos complicado (Suíça, Ucrânia), podia ir um passo mais além.

Grandes Golos: Fabuloso golo de Maxi Rodriguez no Argentina-México; foi o melhor de uns oitavos de final pouco prolíficos (14 golos em 8 jogos à média de 1,75 por jogo). A merecer também o rótulo de grande golo, só o livre perfeito de David Beckham no Inglaterra-Equador. Menção honrosa para o golo de Maniche no Portugal-Holanda.



Espanha: Depois de uma primeira fase imaculada, esperava-se que fosse capaz de ultrapassar uma França medíocre que só conseguiu bater o Togo. Contudo, a tradição às vezes ainda é o que era e fases finais não são com os Espanhóis. Depois de uma 1ª parte equilibrada, não resistiram à experiência e algum virtuosismo dos Franceses. E o 3º golo marcado por Zidane teve sabor a manguito depois de uma semana de bazófia espanhola. Adiós!


Holanda: Afinal, a Revolução Van Basten ainda está longe de ser bem sucedida. Os Holandeses começaram bem, mas foram decrescendo de jogo para jogo, até soçobrarem ante Portugal. Para além das contingências peculiares do jogo, raras vezes a Holanda mostrou ter capacidade para dar a volta ao jogo. Tenho sempre pena de ver a Laranja Mecânica partir, mas este não é, definitivamente, um grande ano para as laranjas…

Brasil: Eu sei que ganhou os quatro jogos, mas tem sido um flop. Senão tivesse uma incrível protecção da sorte, nem teria passado a fase de grupos. Agora, marcou cedo, quando ainda nada tinha feito para o merecer e depois foi banalizada pelo Gana (!!!) que tirou a bola aos Brasileiros e remeteu-os para o seu meio campo toda a 1ª parte. Poucas vezes terei visto uma coisa assim. Valeu ao Brasil 3 factores que pouco têm a ver com mérito: a finalização desastrada dos Ganeses; a sorte de marcar um golo no início e outro no fim da 1ª parte, liquidando um jogo que merecia estar a perder; a tradicional protecção arbitral, escandalosa neste jogo, deixando passar dois offsides a Adriano (um resultou no 2º golo do jogo) e tendo dois critérios díspares na amostragem de cartões em prejuízo do Gana. Não contente com isso, os offside continuaram a não ser assinalados ao Brasil na 2ª parte. E assim se chega ao 3-0.


Suíça-Ucrânia: O pior não foi o 0-0, mas a fraca qualidade do jogo entre duas das selecções mais fracas desta fase. Os Ucranianos seguem em frente e os Suíços vão para casa sem sofrerem um golo, mas incapazes de marcar um único penalty. Assim, é difícil ultrapassar as fases dos play-off.


SELECÇÕES DOS OITAVOS DE FINAL:

A B

1- Izaksson (SWE) 1- Van der Sar (NED)
2- Miguel (POR) 2- Scott Chipperfield (AUS)
3- Ricardo Carvalho (POR) 3- Rio Ferdinand (ENG)
4- Canavarro (ITA) 4- Ayala (ARG)
5- Philipp Lahm (GER) 5- Ashley Cole (ENG)
6- Gattuso (ITA) 6- Patrick Vieira (FRA)
7- Beckham (ENG) 7- Van Persie (NED)
8- Podolski (GER) 8- Schneider (GER)
9- Klose (GER) 9- Wayne Rooney (ENG)
10- Ballack (GER) 10- Zidane (FRA)
11- Maxi Rodriguez (ARG) 11- Simão Sabrosa (POR)


Aqui estão os dois onzes dos oitavos de final, embora, num caso ou outro de dúvida, o lastro da fase de grupos também foi tido em conta. Se algum big shot do universo futebolístico descobre as minhas escolhas, ainda vou treinar uma grande selecção europeia para o Euro/2008!!!

 
PREVISÕES:

Acertei em 7 dos 8 qualificados (88%) dos oitavos de final, o que me parece bastante bom. Aqui estão as previsões actualizadas para os quartos de final (vencedores a bold):

ALEMANHA - ARGENTINA
ITÁLIA - UCRÂNIA
INGLATERRA - PORTUGAL
BRASIL - FRANÇA

Sublinho que se trata de uma previsão e não de um desejo. Obviamente que quero que Portugal ganhe e acho que as possibilidades de Portugal e da Argentina são significativas. A Alemanha e a Argentina são as equipas que melhor se têm apresentado e vou apostar no factor casa para desempatar. A Itália é muito superior à Ucrânia e o Brasil talvez seja um pouco mais consistente do que a França. O Inglaterra-Portugal é dos jogos mais imprevisíveis, mas… o meu palpite é este. Espero que não comecem a considerar-me uma espécie de traidor.

26 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 11: Que Bom: Errei!

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

11- QUE BOM: ERREI!
 
Quem tiver lido o post anterior, saberá o significado deste título. Aí, eu previa a qualificação de 8 equipas para os quartos de final, entre elas, a Alemanha, a Argentina, a Inglaterra e a Holanda! E errei onde mais queria errar: num jogo atípico, fraco, conflituoso e com má arbitragem, Portugal conseguiu escapar da confusão com a vitória no bolso. Dadas as circunstâncias, teve alguma sorte, mas lutou bravamente, nunca se desuniu e foi mais equipa do que a Holanda. Nos outros três jogos imperou a normalidade, sendo que a Alemanha foi, claramente a equipa que mais convenceu.


Alemanha: vitória clara por 2-0, despoletada por um primeiro terço de jogo alucinante que destroçou a forte equipa sueca. Foi a equipa mais forte dos primeiros 4 jogos dos oitavos. Embora beneficiasse de uma expulsão errada do nº4 da Suécia, Teddy Lucic e de um penalty falhado por Larsson, a vitória foi inconstestável.

Portugal: mais correcto seria dizer a equipa portuguesa: o espírito de unidade, solidariedade e coragem com que enfrentaram o jogo, 11v11, 10v11, 10v10, 9v10 e 9v9 e a lucidez e eficácia mantida pela grande maioria dos seus elementos trouxe-os para a coluna positiva. É difícil destacar os muitos que estiveram bem; fica a referência para aqueles que, dos 14, não os acompanharam: Costinha (por tudo), Deco (pela expulsão) e Pauleta (pela nulidade do jogo).


Maxi Rodriguez e David Beckham: O Argentino marcou um golo decisivo no prolongamento que livrou a Argentina dos penalties, com um pontapé fabuloso da quina da área que é candidato à medalha de ouro dos golos deste Mundial. E já marcou 3 golos. O Inglês deixou a sua marca neste Mundial com um golo igualmente decisivo, na inevitável e perfeita conversão de um livre; sem ter a espontaneidade explosiva do outro golo, o de Beckham tem uma premeditação e racionalidade que nos faz crer que ele pode ainda marcar outros assim; o de Rodriguez, talvez tenha sido once in a lifetime...

Scolari: Também sei dar o braço a torcer: Portugal manietou a Holanda e à medida que ia perdendo jogadores, Scolari fez as substituições e os ajustamentos tácticos certeiros para manter a ameaça laranja relativamente inócua, especialmente a troca de Pauleta por Petit ao intervalo. Está de parabéns. Ao contrário do que eu pensava, também acertou em cheio ao convocar Maniche. Só lhe falta trocar dois jogadores que pouco trazem à equipa (Costinha e Pauleta).

Podolsky e Isaksson: O avançado alemão fez um belo jogo e marcou dois golos que colocaram a Alemanha a caminho da fase seguinte com 12 minutos jogados. O guarda-redes sueco sofreu dois golos, mas fez uma das melhores exibições de keepers neste Mundial e evitou, quase sozinho, que a Suécia saísse de Munique esmagada.


Uruguai-Argentina: É, obviamente, uma piada, que me perdoem Uruguaios e Argentinos, por que o Portugal-Holanda chegou a parecer um dos jogos, frequentes na América do Sul, em que campeia a indisciplina, a batalha campal e a confusão total.

Ivanov e Portugal-Holanda: Agora a sério. O árbitro russo fez uma péssima exibição, que parece ter ficado marcada pela troca do vermelho pelo amarelo na agressão de Boulharouz a Cristiano Ronaldo. Apesar de ter batido o recorde mundial de amostragem de cartões (20, 16 amarelos e 4 vermelhos), nunca conseguiu ter o controle do jogo, nem travar a conflitualidade crescente, embora estivesse bem nas expulsões. O jogo fica marcado pela má arbitragem, mas foi um jogo fraco mal jogado (?), incaracterístico de duas equipas que sabem jogar bom futebol. E é óbvio que o nervosismo, a agressividade e a conflitualidade dos jogadores ajudou a estragar o jogo.

Marco Van Basten: Não me lembro de ver a Holanda jogar tão pouco como neste jogo. Sem fio de jogo, com má circulação de bola, com as principais unidades desinspiradas (excepção a Van Persie), a Holanda, de que tanto gosto, não merecia ir mais além. Para agravar a situação, jogando quase toda a 2ª parte em superioridade numérica, Van Basten teimou em manter o seu avançado mais perigoso no banco: Van Nistelrooy pode não estar em forma, mas com certeza que é mais letal do que Kuyt e Hesselink juntos.

Costinha: presença já habitual nesta coluna, hoje esmerou-se: participação banal no jogo, até que em pouco minutos teve três intervenções para amarelo, tendo escapado incólume na segunda. No entanto, ao contrário de Graham Poll, ao segundo amarelo, Ivanov mostrou-lhe mesmo o vermelho. Felizmente, tudo correu bem, mas podia ter deitado a perder um jogo que estava controlado. Uma boa notícia a terminar: contra a Inglaterra não joga!


23 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 10: Balanço da 1ª Fase & Previsões para a 2ª

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

10- BALANÇO DA 1ª FASE & PREVISÕES PARA A 2ª


Destaques e desilusões da fase de Grupos do Campeonato do Mundo Alemanha/2006, com ênfase nos colectivos, já que são muitos os jogadores envolvidos nesta fase. Mesmo assim, estes têm o seu lugar nas selecções que proponho no final do post.


9 Pontos: Alemanha, Brasil, Portugal e Espanha são os totalistas: 3 vitórias, 9 pontos. Pode alegar-se circunstâncias específicas que facilitaram a façanha: a Alemanha jogou em casa, o Brasil teve muita sorte nos dois primeiros jogos, Portugal teve um grupo fácil e a Espanha beneficiou de um dia horrível da Ucrânia e de uma mãozinha arbitral. Tudo isto é verdade, mas as contas da 1ª fase dão estes quatro como os grandes vencedores do primeiro round.



7 Pontos: Argentina, Itália, Inglaterra, Holanda e Suíça são as equipas que venceram dois jogos e empataram o terceiro, sendo que Holandeses e Argentinos empataram entre si e os Ingleses fizeram-no com a forte equipa da Suécia. A Suíça fez uma bela prova, sendo a única a não sofrer golos.



Bons Jogos: Inglaterra, 2 - Suécia, 2 – competitivo, alto ritmo, muitos golos. Holanda, 1 – Sérvia, 0 – merecia mais golos, mas bem jogado. Argentina, 6 – Sérvia, 0 – ao contrário dos outros foi bom unilateralmente, mas deu gosto ver o show de bola dos Argentinos.

Boas Exibições: poucas ao longo do jogo todo; a maioria das equipas preferiu chegar à vantagem e gerir o resultado. Algumas referências: as dos 3 jogos supra-mencionados, a Rep. Checa do primeiro jogo, a Inglaterra da 1ª parte com o Paraguai; a Argentina contra a Costa do Marfim; a Itália, dentro do seu estilo, nos jogos com o Gana e a Rep. Checa; o Gana contra esta; a Espanha contra a Ucrânia e esta contra a Arábia Saudita; a Alemanha nos 3 jogos, embora não de forma continuada; Portugal contra o Irão e a primeira meia hora contra o México; as 2ª partes da Austrália e do Brasil contra o Japão; a Suécia contra o Paraguai.

Grandes Golos: O golo de Joe Cole no Inglaterra-Suécia é, para mim, o melhor. O de Cambiasso no Argentina-Sérvia é fruto da mais brilhante jogada colectiva. Espectaculares muitos outros golos, especialmente em remates de fora de área: Philipp Lahm e Torsten Frings no Alemanha-Costa Rica, Gerrard no Inglaterra-Trinidad e Tobago, Kaká no Brasil-Croácia, dois de Rosicky no Rep. Checa-EUA, Andrea Pirlo no Itália-Gana, Tevez no Argentina-Sérvia, Rebrov no Ucrânia-Arábia Saudita, o livre de Van Persie no Holanda-Costa do Marfim, Deco no Portugal-Irão, Fernando Torres no Espanha-Ucrânia, Van Nistelrooy e Bakare Koné no Holanda-Costa do Marfim, entre outros que me escapam entre os 117 já marcados. O meu Top 3: 1- Joe Cole; 2- Philipp Lahm; 3- Cambiasso.


Três referências estatísticas: Marcus Allback, da Suécia, entrou para a História ao marcar o golo 2000 em fases finais de Mundiais. Philipp Lahm, da Alemanha, marcou o golo 1 e Dempsey, dos Estados Unidos, marcou o golo 100.



Europa de Leste: Sérvia, Croácia, Polónia e Rep. Checa representaram o colapso colectivo da antiga Europa de Leste. Nas minhas previsões, as 3 últimas qualificavam-se para os oitavos de final. A Rep. Checa era considerada uma das outsiders da prova e começou-a com uma exibição categórica (3-0 aos EUA) que impressionou muita gente, depois foi o colapso fatal com o Gana. A Sérvia classificou-se em último lugar sofrendo 10 golos; a Croácia não ganhou jogo nenhum e a Polónia só bateu a fraquíssima Costa Rica. Não sei se é coincidência, mas é estranho e inusitado. Deste descalabro apenas se salvou a Ucrânia.



Ásia: Arábia Saudita, Japão, Irão e Coreia do Sul. Todas as quatro equipas em prova eliminadas, ganhando um jogo em 12, fazendo 7 pontos em 36 possíveis, um goal-average de 9-24. Pouco competitivas, fracas, incapazes de se baterem de igual para igual com a maioria das selecções da Europa e América do Sul. São fraquinhas. Conclusão: 4 equipas da Ásia no Mundial são demais.



África: Togo, Tunísia, Angola, Costa do Marfim. Quatro equipas em cinco eliminadas, ganhando apenas um jogo em 12. Salvou-se o Gana que melhora o ratio para 3 vitórias em 15 jogos. Revelando maior qualidade futebolística do que as asiáticas, o resultado prático é o mesmo: pouco competitivas, inconsistentes, incapazes de se baterem de igual para igual com a maioria das selecções da Europa e América do Sul. Conclusão: 5 equipas são demais.

SELECÇÕES DA FASE DE GRUPOS:

A B
1- Petr Cech (CZE) 1- Van der Sar (NED)
2- Zambrotta (ITA) 2- Tim Cahill (AUS)
3- Nesta (ITA) 3- Olof Mellberg (SWE)
4- Terry (ENG) 4- Ayala (ARG)
5- Philipp Lahm 5- Sorin (ARG)
6- Pirlo (ITA) 6- Torsten Frings
7- Figo (POR) 7- Van Persie (NED)
8- Saviola (ARG) 8- Gerrard (ENG)
9- Klose (GER) 9- Fernando Torres (SPA)
10- Kaká (BRA) 10- Riquelme (ARG)
11- Robben (NED) 11- Joe Cole (ENG)

Falível como qualquer outro exercício do género, estas são as minhas equipas. Achei que o Australiano Tim Cahill merecia aqui estar e à falta de lugares no meio campo e de defesas direitos que se tenham distinguido muito, coloquei-o lá. Liberdades de treinador.


PREVISÕES:

Acertei em 13 dos 16 qualificados (81%), o que me parece bastante bom. Polónia, Rep. Checa e Croácia (em favor de Equador, Gana e Austrália), foram as equipas que “me deixaram ficar mal”, embora a qualificação dos Aussies não me tenha surpreendido. E, animado pelo “sucesso” anterior, aqui estão as previsões actualizadas para os oitavos de final (vencedores a bold):

ALEMANHA - SUÉCIA
INGLATERRA - EQUADOR
ARGENTINA - MÉXICO
PORTUGAL - HOLANDA
ITÁLIA - AUSTRÁLIA
BRASIL - GANA
ESPANHA - FRANÇA
SUÍÇA - UCRÂNIA

Sublinho que se trata de uma previsão e não de um desejo. Obviamente que quero que Portugal ganhe e acho que as possibilidades de Portugal e de Espanha são significativas, mas o meu palpite é este.

22 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 9: Portugal e Alemanha: 9 Pontos

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

9- PORTUGAL E ALEMANHA: 9 PONTOS


Portugal e Alemanha fizeram o pleno de 3 vitórias e 9 pontos. A Alemanha fê-lo tranquilamente, Portugal fê-lo com sacrifício, mas ambos estão a crescer e parecem estar à altura dos desafios difíceis que se avizinham: Suécia e Holanda, respectivamente. Portugal enfrentou pela primeira vez uma equipa forte (não de 1ª linha) e o saldo foi razoável: jogou com garra e espírito de luta e objectividade no ataque; infelizmente recuou a partir do 2-0, o que se compreendeu ainda menos a partir do momento em que jogou contra 10. Houve “suplentes” que mostraram valor (Simão e Petit) e outros que falhram (Postiga, Tiago, Caneira e Boa Morte). Mesmo assim, Scolari pode contar com cerca de 15 jogadores que lhe dão garantias para os próximos desafios.


Portugal: Sem o brilhantismo de 1966 e com adversários bem mais fracos, mas Portugal repetiu as 3 vitórias de 1966 na fase de grupos. A seguir, o adversário mete bem mais respeito que o de 1966: agora a Holanda, então a Coreia do Norte. Esperemos que o desfecho seja o mesmo, mas não convém dar 3 golos de avanço, até porque o Eusébio já não joga.
Alemanha: Exibição tranquila mas convincente, que serviu para continuar a afirmação da Alemanha, detentora de considerável poder de fogo, como candidata aos lugares de honra. Ao virar da esquina está a Suécia, no horizonte dos quartos de final já vislumbra a Argentina…
Sérvia: Vai, certamente, terminar em 32º e último lugar neste Mundial. Uma prestação inacreditável de que não haverá memória numa equipa europeia. Na despedida, esteve a ganhar 2-0 e conseguiu perder 2-3 com a Costa do Marfim. Sofreu 10 golos no total. A selecção que representava o núcleo duro da antiga Jugoslávia, desmoronou-se ainda mais rapidamente que a Federação. Pelo menos, até ver, não morreu ninguém.
Holanda-Argentina: O jogo de maior cartaz da fase de grupos soube a muito pouco. Com várias estrelas ausentes, serviu para provar que Pekerman tem mais “banco” do que Van Basten, cuja Laranja ainda funciona muito a espaços. O 0-0 final, acaba por espelhar a escassez de inspiração e o menor empenho das duas selecções. Para a próxima, queremos mais.
 
 


Inglaterra-Suécia: Grande jogo, disputado a bom ritmo, com um estilo físico, mas bem jogado, domínio inglês na 1ª parte e sueco na 2ª, 4 golos e emoção, acabando com um justo 2-2. Do melhor que temos visto. Péssima, a lesão de Michael Owen: é uma grande perda.
Klose: Mais dois golos. Soma 4 e é o comandante provisório da lista de artilheiros. Tem estado muito activo e com bom ratio de aproveitamento. Veremos se continua a marcar quando vierem os grandes jogos.

Simão e Maniche: Os melhores de Portugal na vitória sobre o México. Simão Sabrosa carrilou o melhor do jogo ofensivo português, fez duas assistências e marcou um golo. Maniche (cuja convocação me mereceu reticências) jogou, correu, lutou, rematou muito e fez um bom golo.
Joe Cole: Marcou um golo fabuloso, porventura o melhor do Mundial 2006 até ao momento. Potência, espontaneidade, direcção, espectacularidade! Teve tudo. Congratulations!