25 julho, 2011

O Grito em Oslo

O GRITO EM OSLO


O Grito (1893) de Edvard Munch.




O Grito é a obra mais conhecida do pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) e retrata uma situação limite de desespero.

Sendo uma obra de um pintor da Noruega, retratando uma doca de Oslo, e uma cena de desespero, parece-me a imagem mais adequada para retratar um post sobre o mais mortífero (93 mortos até ao momento) atentado na Europa desde 2005.

É uma evidência que o radicalismo islâmico é, actualmente, o mais organizado, empenhado, seguido e, consequentemente, o mais perigoso e letal

Não obstante, o facto de o duplo atentado na Noruega ter sido da autoria de um extremista cristão, e não dos habituais radicais islâmicos, vem demonstrar que o problema, a ameaça, ao nível da segurança, provêm dos extremismos, seja qual for a sua proveniência.

Além de combater de forma implacável os extremismos violentos, seja qual for a sua proveniência e motivação, é também importante resolver os problemas que lhes subjazem. E a imigração, a intolerância religiosa e a coabitação inter-cultural estão na linha da frente desse desafio. Ignorá-los, ou manter as estafadas abordagens politicamente correctas, é o mesmo que enfiar a cabeça na areia.

14 julho, 2011

The Moody's Blues

THE MOODY'S BLUES


Numa altura em que a mood dos Portugueses anda muito mal, poderia dizer que andamos com os blues, pensei que uma boa música que junta os dois conceitos - Moody Blues - poderia animar um pouco os espíritos.

Enquanto que não abre a época da caça ao coelho (ainda sem segunso sentido), abriu em Portugal a caça à Moody’s.

É evidente que não fiquei contente com o downgrade da dívida soberana portuguesa para junk, seguindo os passos da Grécia e seguido, poucos dias depois, da Irlanda. Escusado será dizer que não tenho qualquer interesse pessoal no sucesso ou insucesso desta ou de qualquer outra agência de rating.

Isto para dizer que me parece um pouco surreal a demonização da Moody’s em Portugal, com o argumento que esta agência (mais a Standard & Poor’s e a Fichte) visam destruir o euro.
Embora não me pareça que tenha havido novidades que justificassem a descida do rating de Portugal, a realidade é que Portugal está num fosso de difícil saída, como o próprio Primeiro-Ministro vai apregoando para justificar o novo assalto à carteira dos Portugueses. E se as finanças públicas portuguesas se encontram no estado desgraçado em que estão, não é devido à Moody’s, mas sim a vários governos que foram gastando este mundo e o outro.
 
As agências de rating são empresas comerciais, que estão no mercado e que querem ter lucro. Para terem lucro, precisam de credibilidade. Se deixarem de a ter, perdem clientes e podem fechar. Pode dizer-se que a Moody’s perdeu credibilidade em Portugal e por isso começou a perder clientes (mais por motivos políticos do que outros). Não consta, contudo, que os começasse a perder nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha, ou no Japão. Certamente porque esses clientes continuam a acreditar nas avaliações que a Moody’s faz.

Em Portugal e na EU foi o desvario. Cavaco Silva, olimpicamente indiferente aos crónicos e descarados desvios aos programas eleitorais, escandalizou-se e tentou (sem sucesso) mobilizar os Chefes de Estado dos 27 em defesa do euro e no ataque as agências de rating. Dois comissários europeus queriam impor proibições à actuação das agências na Europa (como se tal fosse possível). Outros, do PS ao BE, advogaram a criação de uma agência de rating europeia, no espírito que “se é nossa, só vai dizer bem de nós!” E assim poderíamos, quiçá, guindarmo-nos a AAA+++ sem ter sequer de atacar a dívida e o deficit.

Entretanto, a anti-europeia Moody’s, anunciou uma eventual revisão em baixa do rating dos Estados Unidos (AAA), dada a crise orçamental que se avizinha (em 2 de Agosto os EUA entrarão em incumprimento e os serviços do Estado fecharão, se não for elevado o plafond de endividamento federal). Este anúncio segue-se a um idêntico da Standard & Poor’s.
Trata-se, seguramente, de uma manobra de diversão do tal esquema tenebroso de tramar Portugal para rebentar com o euro! Como diria o Eça, não há pachorra!

01 julho, 2011

Outro Mentiroso

OUTRO MENTIROSO


Nem foi preciso um mês. Bastaram 25 dias para Pedro Passos Coelho mentisse descaradamente ao eleitorado. A história é a de sempre: as coisas estavam pior do que pensávamos bla bla bla, é um imperativo nacional bla bla bla, é um último sacrifício que vai valer a pena bla bla bla.

Pois. Passos Coelho ignorava as exigências da Troika em termos de objectivos, desconhecia o estado das contas públicas e, se calhar, até pensava que ia ser Primeiro-Ministro da Noruega ou da Suíça.

O facto é que se continua a recorrer à mentira para ganhar eleições. Ainda em Abril, Passos Coelho rotulava de “disparates” os rumores de que iria cortar no subsídio de Natal. Também disse mais do que uma vez que, se tivesse absoluta necessidade de aumentar impostos preferia fazê-lo com os impostos sobre o consumo (IVA) do que sobre os do rendimento (IRS, IRC). MENTIRA!
 
O outro facto relevante é que continua a roubalheira. Por muitas promessas e intenções que tenha de reduzir o peso, a presença e o custo do Estado, também Coelho não resistiu a assaltar os Portugueses, 13 meses depois de ter sido cúmplice de Sócrates noutro assalto. VERGONHA!

Eu não acredito que os políticos e os partidos são todos iguais (entenda-se igualmente maus), mas perante a repetição do padrão de mentira e do continuado esbulho das magras poupanças dos Portugueses, não se pode recriminar quem assim pense.

O ano passado Passos Coelho pediu desculpa por ter mentido. Este ano limitou-se a pedir (exigir) dinheiro. Dentro de 4 anos virá pedir votos. Se não arrepiar caminho drasticamente, espero que ninguém lhos dê.