18 fevereiro, 2019

Estado versus Cidadãos


ESTADO versus CIDADÃOS


COMUNICAÇÃO AO I CONGRESSO DO ALIANÇA – ÉVORA


 

Vivemos um tempo complexo, recheado de acontecimentos imprevistos, alguns dos quais com significativo impacto internacional. Contudo, os nossos principais desafios, os nossos problemas e incómodos não passam por esses acontecimentos internacionais. Na verdade, a maioria deles está cá, entre em nós, em Portugal e é aí que deve estar o enfoque.

Um dos mais sérios problemas é o da nossa relação com o estado. Nós sofremos com uma perversão das prioridades que posso sintetizar numa frase: o estado actua de forma que os cidadãos estão ao seu serviço quando, na verdade, o Estado existe para servir os cidadãos. Não é aceitável que o estado coaja, controle, esprema e vigie os cidadãos e deles abuse como o faz. Não é aceitável a proliferação de “Autoridades” autoritárias. Não é razoável que o cidadão se assuste quando tem uma missiva do estado na sua caixa de correio. Não é tolerável que possa haver uma velada presunção de culpa. Também não é tolerável que, para combater crimes fiscais ou de branqueamento de capitais, se utilize redes para a sardinha quando, alegadamente se caça tubarões. Efectivamente, o actual estado coarta a nossa Liberdade.

As burocracias são, quase por definição, tentaculares, aspirando a mais poder e a mais competências. A situação ainda piora porque temos de lidar com duas burocracias: a de Lisboa e a de Bruxelas. Como tal, multiplicam-se as regras, os regulamentos, as imposições e os constrangimentos. E assim, vamos ficando cada vez mais manietados. Note-se, porém, que a responsabilidade não é exclusivamente das burocracias. A classe política alinha pelo mesmo diapasão da proliferação e controlo, clamando pela “regulamentação das coisas”. E das pessoas.

Indo mais longe, temos a dimensão do estado baby-sitter, o estado que pretende ou tenta proteger-nos de todo e qualquer mal que nos possa acontecer, mesmo quando ele não existe ou é absurdamente dramatizado. Ora isto não é possível, nem desejável. Não é possível proteger tudo e todos a todo o tempo. Nem a maioria. Eu tenho 3 filhos que valem tudo para mim e que protejo e ajudo o melhor que posso, mas nem eu, pai, o posso fazer a 100%. O estado também não pode e não deve. Os cidadãos adultos e responsáveis não precisam do colinho do estado, precisam do respeito do estado.

Vamos acabar com o micromanagement, vamos acabar com o abuso de poder, vamos pôr cobro à pressão fiscal excessiva, vamos pôr o estado no seu lugar e devolver a respeitabilidade e o estatuto a que os cidadãos têm direito. Não somos malfeitores. Não somos bebés. Somos os cidadãos de Portugal.

Outro problema com que o sistema político se debate e que urge resolver é o da relação entre os partidos e o povo, entre os políticos e os cidadãos. Muitos Portugueses nutrem uma desconfiança, e isto é um understatement, pela classe política. A esta são associados conceitos como mentira, compadrio, corrupção, nepotismo. No entanto nada é feito para arrepiar caminho, excepto o periódico e ridículo momento crocodilo que acontece após cada eleição em que a abstenção cresce novamente; então lá vêm alguns declarar com ar contristado que é imperativo contrariar esta tendência, deixam cair umas lágrimas do dito crocodilo e…caso encerrado até à próxima.

O partido Aliança, o nosso partido, tem aqui uma enorme responsabilidade: inverter o sentimento de fatalidade perante a impunidade. Honestidade, transparência, respeito pelo ideário do partido e pelos programas eleitorais são o primeiro sinal de respeito perante os nossos cidadãos. Combater os abusos do Estado sobre os cidadãos e os abusos que alguns privados cometem sobre o Estado, sobre nós, com a conivência dos poderes estabelecidos é repor a justiça e devolver a dignidade aos cidadãos.

Voltando ao início, os tempos são complexos, são tempos de mudança, mas não são necessariamente tempos catastróficos. Podem ser tempos de oportunidades para aproveitar. Podem ser, como o título do meu blog, Tempos Interessantes.

A grande maioria das pessoas que conheço e que aderiram à Aliança, fizeram-no em boa medida com a esperança que este partido, pelo ideário que empunha, pelas propostas que faz, pelo espírito e vontade dos seus militantes e apoiantes e pelo líder que tem, seja diferente dos outros e que faça melhor. E é bom que o façamos, pois por cada luz de esperança que se apaga, aumenta o descrédito e a descrença.

Não é preciso sermos génios, apenas temos de respeitar Portugal e os Portugueses, a nossa História, a nossa identidade, o nosso território, os nossos interesses nacionais, a nossa matriz e, senão for almejar demais, sermos um pouco mais felizes.

12 fevereiro, 2019

DEZ A ZERO


DEZ A ZERO


(10-0 – A GOLEADA DO SÉCULO)
 
A GALERIA DOS GOLOS, 1 A 10, DOS 33 SEGUNDOS AOS 90 MINUTOS

in “A BOLA” em https://www.abola.pt/Capa/1
 

Há muitos, muitos anos que ansiava por uma vitória do Benfica por 10-0 no Campeonato Nacional. Sabia que não era fácil, pois o último 10-0 no Campeonato (Benfica 10 - Seixal, 0) ocorrera quando eu nem tinha ainda nascido. Finalmente, a 10 de Fevereiro de 2019, chegou o momento 10, pelo pé do 10, o inevitável Jonas.

Contudo, o Já tinha visto o Benfica relativamente próximo, até mesmo encostado a essa marca: 9-0 ao Marítimo e Beira-Mar; 9-1 ao Leixões; 8-0 ao Vitória Guimarães (2x), Rio Ave, Belenenses, Varzim, Penafiel e Famalicão; 8-1 ao Vitória Setúbal; 7-0 ao Braga e Penafiel. Ah e vi duas goleadas maiores para a Taça de Portugal, no mesmo ano: 14-1 ao Riachense e 11-0 ao Marco, mas convenhamos que o impacto é infinitamente menor do que fazê-lo a uma equipa da I Divisão.




Jonas: o 10 marca o 10º, para o 10 (Chalana) no dia 10!!!




Então, após esta colecção de goleadas e quando estas são cada vez mais esporádicas, 55 após a última goleada deste calibre, eis que chegou finalmente a tal goleada, os 10-0 Grimaldo, Seferovic, Seferovic, João Félix, Pizzi, Ferro, Rúben Dias, Jonas, Rafa e Jonas. Mais, os 10-0 fruem de uma grande exibição de pressing, ataque desenfreado e jogadas com nota artística. Que maravilha!

Uma nota para o treinador do Benfica. Bruno Lage revolucionou o futebol do Benfica desta época, com o regresso do 4-4-2, com a velocidade, a intensidade, o posicionamento no relvado, as combinações, as jogadas estudadas, com os jogadores a actuar nos lugares onde rendem mais, um futebol total que dá gosto ver.

Independentemente do que o resto da época trouxer, o BENFICA, 10 – NACIONAL, 0 ficará sempre gravado na minha memória. O desejo realizado.



Aqui pode ver o resumo do Benfica, 10 – Nacional, 0, com os 10 golos e as principais jogadas: https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/773052


 


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