13 outubro, 2006

O Império Onde o Sol (Re)Nasce

O IMPÉRIO ONDE O SOL (RE)NASCE


O Japão é a 2ª potência económica mundial com um PIB de US$ 4.850 biliões (2,5 vezes maior do que o da Alemanha). No entanto, desde que foi derrotado na II Guerra Mundial em 1945, que tem uma Constituição “pacifista” que lhe limita drasticamente a utilização das forças armadas (convenientemente designadas por Japanese Defence Forces). Noutro plano, o Japão viveu em crise e estagnação económica durante a última década do século XX, apresentando um caso raro de deflação e taxas de juro negativas.

Junichiro Koizumi foi Primeiro-Ministro do Japão de 2001 a 2006 e conseguiu um conjunto de sucessos notável: quebrou o domínio que os clãs e facções exerciam sobre o LPD, partido hegemónico do Japão; começou a desmontar os monopólios estatais que permitiam e fomentavam a promiscuidade e a troca de favores entre políticos e empresários; reformou o sistema bancário; ajudou a criar condições para que o Japão retomasse a via do crescimento e dinamismo económico; foi, gradualmente, rompendo o espartilho em que a política externa e de defesa nipónica vivia há mais de meio século, enviando tropas para o Iraque (non-combat missions), estreteitando mais a cooperação com os EUA, “aumentando o “defence burden-sharing”, iniciando uma nova era no reequipamento militar japonês e, embora apresentasse desculpas peos crimes de guerra japoneses na II Guerra Mundial, não se deixou ficar refém da chantagem psicológica, hipócrita e oportunista da China e da Coreia do Sul.

Shinzo Abe é o novo Primeiro-Ministro do Japão. Era o Secretário do Governo de Koizumi e tem fama (e proveito) de ser nacionalista e reformador. Dele se espera que prossiga e aprofunde as reformas económicas e políticas que devolvam ao Japão a pujança de há 20 anos atrás. Deseja-se, também, que seja bem sucedido a implementar as emendas à Constituição Japonesa, que permitam que o mundo livre possa contar com um poderoso e activo aliado numa área do globo em que os perigos e as ameaças, latentes e patentes, são de primeira grandeza.


























Junichiro Koizumi (Primeiro-Ministro do Japão,  2001/2006
)

5 comentários:

PVM disse...

Era o que já desconfiava: a tradicional fábula dos "bons" e dos "maus". As "boas" armas nucelares de uns (devem espalhar flores quando rebentam...) e as armas nucleares demoníacas dos outros. Ah! e a soberania nacional é, afinal, um conceito relativo.
És capaz de te explicar melhor?
PVM

Rui Miguel Ribeiro disse...

Não são as armas nucleares que são boas ou más. Quem as detém é que pode ser mais ou menos responsável e fiável. Parece-me evidente que o Japão preenche bem estes requisitos, enquanto que a coreia do Norte é um verdadeiro perigo público. Não obstante, eu não disse que o Japão devia munir-se de armas nucleares, nem penso que seria sensato fazê-lo nesta altura. Penso, também, que que não o fará, pelo menos enquanto que a escalada de tensão e armamentista no leste Asiático não atingir patamares mais perigosos.
Eu não disse que a soberania é um conceito relativo. A capacidade de a exercer é que é variável, principalmente quando se trata da prossecução do interesse nacional e tal envolve terceiros.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Alexandra, muito obrigado pelo elogio. É simpático e motivador, mais a mais vindo de quem vem. Quanto ao resto do comment, tomei a liberdade de o copiar para o post "Reino de Portugal" de 5 de Outubro (link: http://tempos-interessantes.blogspot.com/2006/10/bandeiras-do-reino-de-portugal.html) onde estrá melhor enquadrado. Volta sempre.

Luis Cirilo disse...

Pode parecer uma posição algo "troglodita" ou até desajustada dos tempos correntes,admito-o,mas existem paises e povos (mais estes do que aqueles) que quanto menos armas tiverem...melhor.
É que o histórico não é famoso !
O Japão é um desses casos,a Alemanha outro e naturalmente que qualquer ditadura como a Coreia do Norte,o Irão,a Siria e afins,desses nem se fala.
Agora é evidente que no extremo oriente,com a ditadura chinesa armada até aos dentes e com "carne para canhão" que nunca mais acaba,com a Coreia do Norte,o Vietname (que nao se sabe bem para onde cai),um Japão militarmente forte pode ter um importante papel de equilibrio e dissuasão...pacifica.
Mas sinceramente penso que não é nesse palco,mas sim no médio oriente,que se vai jogar muito da paz e da guerra dos próximos anos.
A ver vamos.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Eu penso que o Japão da primeira metade do século XX dificilmente poderá ressurgir, but one never knows... Quanto ao resto, Luís, estou de acordo: penso que o Médio Oriente será o grande palco definidor da guerra ou paz por mais uma década.
No entanto, a longo prazo, acho que será na região Ásia-Pacífico que os grande e ddefinidores confrontos poderão acontecer, envolvendo países como os EUA, China, Japão, Rússia, Coreia, Austrália, Canadá e, talvez, o Reino Unido e a França.