A FARSA DE SETÚBAL
Repentinamente, está
muita gente preocupada com Setúbal e com o PCP.
Estão preocupados com
Setúbal porque acham que os Setubalenses foram defraudados pela demissão do seu
Presidente da Câmara 10 meses depois de ser reeleito.
Estão preocupados com o
PCP, porque este solicitou ao dito Presidente da Câmara que abandonasse o cargo
para “permitir o refrescamento da equipa e o relançamento do projecto comunista
para Setúbal”.
Estamos perante uma
dupla farsa. A preocupação com Setúbal, resume-se ao posicionamento
político-partidário para o pós-Carlos Sousa, recheada de hipocrisia porque,
seja qual for a motivação do eleitor, a realidade jurídica é que ele vota na
lista de um partido e não no sujeito X, Y, ou Z. Ou seja, foi o Partido Comunista
e não Carlos Sousa quem ganhou as eleições de 2005. O espantoso é que isto
mesmo foi defendido por PSD e CDS em 2004, quando Durão Barroso foi para a CE e
Santana Lopes para São Bento: a legitimidade da maioria parlamentar PSD/CDS em
propor um novo Primeiro-Ministro. Muda-se o cenário, altera-se a opinião!
Em relação ao PCP, o
caso é mesmo hilariante. O espanto de partidos e comentadores com a prepotência
do Politburo, ou do Comité Central!!! Mas será que eles nunca perceberam que o
PCP é um partido iminentemente totalitário (como o PSR, a UDP, o BE, o MRPP,
etc) no seu ideário, nas suas origens e nas suas práticas, que se adapta, por
incontornável necessidade, ao regime democrático? Daaaah!
Também por isso, para
escândalo de alguns que defendem nas eleições locais se vota nas pessoas e não
nos partidos, sempre defendi que nunca votaria no PCP ou noutros partidos
totalitários, por muito estimável que seja o respectivo candidato. Se concorre
pelo PCP, tem de ter pelo Comunismo alguma simpatia, afinidade, adesão,
convicção. Senão tem, é um pateta e/ou um ingénuo. Seja qual for o caso, jamais
terá o meu voto!
P.S. Será que agora
haverá mais algumas almas que se convencerão que o Fascismo não é a única
ideologia totalitária disponível no mercado das ideias políticas?
3 comentários:
Nessa matéria só faço um comentário: Lembro-me da argumentação do PC quando Pedro Santana Lopes foi para primeiro ministro e deixou Carmona Rodrigues á frente da Câmara de Lisboa.
Queriam eleições antecipadas para a autarquia com base numa questão de legitimidade.
Não tinham razão !
Mas tinham,agora,obrigação de serem coerentes.
Mas algum partido é coerente quando lhe tocam nos seus interesses instalados?
Cristina
É precisamente esta falta de coerência, a existência de 2 pesos e 2 medidas que descredibiliza os partidos e os políticos.
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