15 setembro, 2006

The Drums of War III

THE DRUMS OF WAR III


Entre 125 e 220 ogivas nucleares. Esta é a estimativa do livro “Deadly Arsenals”, publicado em 2005 pelo Carnegie Endowment for International Peace dos arsenais nucleares existentes na Ásia do Sul: 75 a 110 na Índia e 50 a 110 no Paquistão.
 
A conjuntura recente na Ásia do Sul não é propriamente animadora: atentado com trademark da Al Qaeda em Bombaim, instabilidade no Baluchistão, dificuldades em controlar os movimentos de talibans entre o Paquistão e o Afeganistão, tensão latente em Cachemira e a memória de uma quarta Guerra Indo-Paquistanesa, iminente no final de 2001, quando os dois países já eram potências nucleares assumidas há três anos.

Entretanto, vai avançando o Acordo Nuclear entre os EUA e a Índia, que poderá possibilitar a New Delhi um incremento da sua produção anual de ogivas nucleares para cerca de 100.

Entretanto, o Paquistão avança paulatinamente com a construção de uma nova central nuclear que lhe dará acesso à construção de bombas de plutónio (mais leves e manuseáveis do que as de urânio) e aumentar significativamente a produção anual de ogivas nucleares.

Afigura-se, também, como provável, que em resposta ao acordo entre Washington e New Delhi, a China intensifique a cooperação nuclear com Islamabad.

Tais desenvolvimentos podem conduzir, a prazo, a uma rivalidade sino-americana pela hegemonia na Ásia do Sul e Central, por interpostos Paquistão e Índia.
Porém, ao contrário dos afilhados regionais dos EUA e da URSS durante a Guerra Fria, Indianos e Paquistaneses são mais dificilmente instrumentalizáveis e já não combatem só com morteiros e espingardas automáticas.
Os tambores da guerra ainda não se ouvem no Sul da Ásia, mas quando e se começarem a soar, mesmo que em surdina, podemos estar a contemplar um apocalipse.


4 comentários:

Anónimo disse...

E, apesar disto tudo, vem o Papa lançar achas prá fogueira... Alguém nos valha....

Rui Miguel Ribeiro disse...

Francamente, não vejo a ligação. E embora haja uma óbvia componente religiosa no conflito de Caxemira, a rivalidade entre Paquistão e Índia é, sobretudo, político-militar.

Anónimo disse...

Concordo plenamente...só é pena que tudo isto esteja a passar ao lado de toda a comunidade e o assunto seja apenas al qaeda....

Rui Miguel Ribeiro disse...

Sandra Patrícia,
A dita comunidade internacional e os media difilmente conseguem focar a atenção em mais de um, maxime 2, acontecimentos de cada vez...