THE DRUMS OF WAR III
Entre 125 e 220 ogivas nucleares. Esta é a estimativa do livro “Deadly Arsenals”, publicado em 2005 pelo Carnegie Endowment for International Peace dos arsenais nucleares existentes na Ásia do Sul: 75 a 110 na Índia e 50 a 110 no Paquistão.
A conjuntura recente na
Ásia do Sul não é propriamente animadora: atentado com trademark da Al Qaeda em
Bombaim, instabilidade no Baluchistão, dificuldades em controlar os movimentos
de talibans entre o Paquistão e o Afeganistão, tensão latente em Cachemira e a
memória de uma quarta Guerra Indo-Paquistanesa, iminente no final de 2001,
quando os dois países já eram potências nucleares assumidas há três anos.
Entretanto, vai avançando
o Acordo Nuclear entre os EUA e a Índia, que poderá possibilitar a New Delhi um
incremento da sua produção anual de ogivas nucleares para cerca de 100.
Entretanto, o Paquistão
avança paulatinamente com a construção de uma nova central nuclear que lhe dará
acesso à construção de bombas de plutónio (mais leves e manuseáveis do que as
de urânio) e aumentar significativamente a produção anual de ogivas nucleares.
Afigura-se, também, como provável, que em resposta ao acordo entre Washington e New Delhi, a China intensifique a cooperação nuclear com Islamabad.
Tais desenvolvimentos
podem conduzir, a prazo, a uma rivalidade sino-americana pela hegemonia na Ásia
do Sul e Central, por interpostos Paquistão e Índia.
Porém, ao contrário dos
afilhados regionais dos EUA e da URSS durante a Guerra Fria, Indianos e
Paquistaneses são mais dificilmente instrumentalizáveis e já não combatem só
com morteiros e espingardas automáticas.
Os tambores da guerra
ainda não se ouvem no Sul da Ásia, mas quando e se começarem a soar, mesmo que
em surdina, podemos estar a contemplar um apocalipse.
4 comentários:
E, apesar disto tudo, vem o Papa lançar achas prá fogueira... Alguém nos valha....
Francamente, não vejo a ligação. E embora haja uma óbvia componente religiosa no conflito de Caxemira, a rivalidade entre Paquistão e Índia é, sobretudo, político-militar.
Concordo plenamente...só é pena que tudo isto esteja a passar ao lado de toda a comunidade e o assunto seja apenas al qaeda....
Sandra Patrícia,
A dita comunidade internacional e os media difilmente conseguem focar a atenção em mais de um, maxime 2, acontecimentos de cada vez...
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