NO MÁXIMO,
UMA VITÓRIA SIMBÓLICA
Dentro de dois dias,
os Holandeses irão a votos. Ao contrário
de muitos, não espero uma bomba eleitoral que abale a Holanda e a Europa. É
evidente que uma eventual vitória do Partido da Liberdade (PVV) será um momento
marcante, pois tratar-se-á da primeira vez que um partido da direita pura e
dura (não, não é fascista) ganharia umas eleições legislativas na Europa desde
a década de 1930. Contudo, o cordão sanitário estabelecido à volta do
PVV pelos restantes partidos concorrentes, que recusam entrar numa
coligação com aquele, limitará o impacto
de tal vitória.
Não obstante, a
ascensão do PVV e do seu líder Geert Wilders tem e terá efeitos práticos na
política holandesa. A posição dura da Holanda face à atitude arrogante e
prepotente da Turquia (essa sim, liderada por um partido numa rota fascizante)
e a posição defendida pelo Primeiro-Ministro Mark Rutte de que os imigrantes
recebidos na Holanda devem respeitar e integrar os valores holandeses, “the
Dutchness”, têm um claro input do PVV e significam a adopção/aceitação de elementos
da sua agenda por partidos do mainstream.
O que nos espera no
dia 15 de Março na Holanda, é um novo governo de coligação com uma composição
dependente da geometria eleitoral saída de umas eleições disputadas com 6
partidos colocados entre os 11% e os 16% nas sondagens com a vitória disputada
entre o PVV de Gilders e o VVD de Rutte. A
única novidade poderá ser a vitória simbólica do PVV e de Geert Wilders. Nada
mais do que isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário