MIGUEL
MACEDO
Declaração prévia de interesses: considero Miguel Macedo
um amigo, embora não fale nem esteja com ele há cerca de 3 anos, resultado de
rumos desencontrados. Logo, dificilmente viria aqui desancá-lo. Conhecemo-nos há muitos anos nos primórdios da
política, no PSD, na JSD, onde o Miguel já era figura de destaque.
É público, pelo menos no âmbito de Tempos Interessantes, o
que penso deste Governo (muito mau) e do seu líder (péssimo). Não obstante, e
creio que não toldado pela amizade, acho que Miguel Macedo foi gerindo a sua pasta
com acerto, eficiência, tranquilidade e discrição. É óbvio que tem a sua
quota-parte de responsabilidade pelo que
o Governo tem feito e desfeito, mas entre ideólogos fanáticos, serventes do
exterior e incompetentes, Miguel Macedo sobressai por não ser nenhum deles.
Pessoalmente gostaria que Miguel Macedo tivesse saído do
Governo mais cedo, muito mais cedo, saturado de tanta incompetência e
malfeitoria, mas isso, para o bem e para o mal, era uma escolha que só a ele
cabia.
Sair de um governo porque houve irregularidades graves
na esfera da sua competência não é uma proeza histórica, mas é um acto digno e
responsável, o que no actual contexto político em que o erro, a incompetência,
a estupidez (Passos, Crato, Teixeira da Cruz, Pires de Lima, etc) sobressaem sem
quaisquer consequências, é digno de nota.
Não esperava dele outra coisa.
Termino com um pequeno episódio já antigo. Foi em Braga
em 2002. Encontrei o Miguel Macedo num evento da campanha eleitoral para as
legislativas com a presença de Durão Barroso. Eu estava lá na condição de
candidato. Macedo estava lá na condição de apoiante. Tinha sido excluído das
listas e o seu estado de espírito não era o melhor. Fui ter com ele e
disse-lhe: “Lamento que não estejas nas listas. Merecias mais do que muitos.
Mas a roda da fortuna gira e estou convicto que vais ser Secretário de Estado
depois de ganharmos as eleições. Vais ver!”
E assim foi. Miguel Macedo foi o Secretário de Estado da
Justiça. Não por intervenção minha, obviamente, pois esses assuntos estavam
muito acima do meu patamar, mas o certo é que foi.
Tal como em 2002, em 2014 tenho a convicção de que o
percurso de Miguel Macedo na política ainda não terminou. Só espero que
continue em melhores circunstâncias.
Boa sorte Miguel!
1 comentário:
Gostei.
Enviar um comentário