OBAMA’S WARS (1)
A GUERRA QUE JÁ NÃO O ERA
Com este post, dou início a uma sequência de 3 posts sobre as guerras de Barack Obama no Iraque, na Líbia e no Afeganistão.
Em 2007/2008, na sequência da adopção de uma nova estratégia, cuja face mais visível foi o surge (aumento de mais de 20.000 efectivos militares dos EUA no Iraque), a Administração de George W. Bush conseguiu inverter a espiral de violência sectária que ameaçava lançar o Iraque numa guerra civil sem quartel. Sobre este assunto, ver “Iraq - Make or Break” em http://tempos-interessantes.blogspot.com/2007/01/iraq-make-or-break.html Quando Barack Obama tomou posse em 2009, o Iraque estava estabilizado. Tanto assim que no ano seguinte, o novo Presidente anunciou o fim dos combates para as tropas americanas, a partir daí remetidas a um papel de apoio às e de treino das tropas iraquianas.
Teve, portanto, o seu quê de hilariante, o estardalhaço que a Administração Obama fez, no final do ano passado com o “fim da Guerra no Iraque”!?! O fim de que guerra? Da que foi dada por terminada um ano e meio antes? Grotesco!
O mais surreal desta história, é que os EUA passaram a maior parte de 2011 a tentar o acordo de Bagdad para poderem manter uma presença militar significativa no Iraque pós-2011 (a data prevista para a retirada dos Norte-Americanos do Iraque, nos termos de um acordo celebrado por George W. Bush e Nouri Al-Maliki em 2008).
Robert Gates (Secretário de Estado da Defesa), o Almirante Michael Mullen (Chefe do Estado Maior das FA dos EUA) e Hillary Clinton (Secretária de Estado), disseram repetidas vezes que os EUA estavam disponíveis para manter uma presença militar (estimada entre os 5.000 e os 20.000 homens) após o final do ano, mas a realidade é que o Iraque nunca demonstrou especial empenho na oferta e o acordo revelar-se-ia impossível de atingir.
Conclusões: os Estados Unidos já não estavam em guerra no Iraque; os Estados Unidos queriam manter uma presença militar na “não-guerra” no Iraque; os Estados Unidos só não prolongaram essa presença porque não conseguiram chegar a acordo com o Iraque.
Então porquê a celebração do final da Guerra do Iraque? Bem a resposta é relativamente simples: para disfarçar o fiasco diplomático e para fazer mais um número de campanha eleitoral.
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