05 fevereiro, 2012

Herr Kommissar

HERR KOMMISSAR



Passos Coelho ouve as chefias.
Foto in Diário de Notícias

Apesar de ter liderado o partido vencedor das últimas eleições em Portugal, cada vez me convenço mais que Pedro Passos Coelho é mais um comissário político do que um governante democraticamente eleito.

Tudo o que a Alemanha diz, ou que a Troika decide, é equivalente às tábuas da lei para Coelho. O governo actua sem programa próprio, sem uma agenda original, sem um propósito voluntarista. Não dá luz a uma ideia nova, a um projecto autóctone, a uma centelha de criatividade. Zero!

Coelho actua como um administrador de falências, agindo no interesse dos credores externos e em prejuízo dos funcionários, dos fornecedores e da comunidade em que a empresa se insere.

Há dois sinais recentes, que só por si talvez valessem pouco, mas que no contexto em que se inserem, reforçam esta percepção:

1-   Após a assinatura do acordo de concertação (?) social, Coelho correu para Berlim para falar (prestar contas?) com a Kaiserina. Havia necessidade?

2-   “O programa da Troika é para cumprir custe o que custar.” Admito que há duas interpretações possíveis para esta afirmação, mas há uma que é inequívoca: o homem não vê mais nada à frente e é destituído de ideias próprias. Afinal, é o mesmo que, a propósito do acordo referido no ponto 1, se gabou de ter sido audaz por ter excedido as exigências da Troika (presume-se que para agradar à dita cuja).

Se na Grécia e em Itália há primeiros-ministros que têm o estigma de serem comissários políticos de Berlim/Bruxelas pela forma como chegaram ao poder pelos lobbies externos que os terão empurrado para os cargos, em Portugal há um primeiro-ministro que se comporta como o primeiro dos comissários. Nele, porém, a fidelidade é unívoca: quem dita as leis é Angela Merkel.

Angela Merkel e as tábuas da lei!
in The Economist

Quanto a Passos Coelho, só me apetece dizer: Auf Wiedersehen Herr Kommissar!

2 comentários:

Sérgio Lira disse...

E, como se não bastasse, agora resolve insultar os protugueses.

Por mim, que vá chamar "piegas" a quem lhe pertence ou ao raio que o parta, idiota!

Rui Miguel Ribeiro disse...

Pois, o Herr Kommissar enerva-se porque a população está insatisfeita com a agenda que nos está a impingir! Bem que lhe devíamos fazer a vida negra.