03 julho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 13: Lugares de Honra para Alemanha, Itália, Portugal e França


CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

13- LUGARES DE HONRA PARA
ALEMANHA, ITÁLIA, PORTUGAL E FRANÇA



Itália: Qualificação clara para as meias-finais, embora defrontasse a equipa mais fraca das 8 que chegaram a esta fase. O seu jogo não é dos mais atraentes, mas também está longe do famigerado cattenaccio. A Itália é uma equipa no verdadeiro sentido do termo, com jogadores de excepção nos três sectores, com um sentido táctico e posicional a roçar a perfeição e com um elevado índice de aproveitamento de oportunidades de golo. Merece indubitavelmente estar nos lugares de honra deste Campeonato do Mundo.

França: Qual Fénix renascida, a França não repetiu os 3-0 de 1998 ao Brasil, mas dominou e controlou a maior parte do jogo, criou mais perigo, foi mais esclarecida e mereceu ganhar. Como diria o outro, velhos são os trapos.

Alemanha: Não foi o rolo compressor imparável dos primeiros 4 jogos, mas jogou taco a taco com a Argentina, uma das equipas que produziu melhor futebol neste Mundial. Nos penalties, os Alemães foram iguais a si próprios: frios e eficazes, não falharam. Consequência? Ganharam 4-2.

Portugal: Está com mérito nas meias-finais e por isso figura na coluna positiva, mas sejamos honestos: a exibição de Portugal e o seu resultado, perante um adversário que jogou a maior parte do jogo com 10, não foram famosos. Na realidade, a Inglaterra até criou mais situações de perigo do que Portugal e as coisas até estavam a ficar mal paradas quando Rooney resolveu agredir Ricardo Carvalho. No entanto, tudo está bem quando acaba bem: Portugal está nos lugares de honra e chegou lá com mérito.

Zidane: Foi o principal protagonista da Renaissance Française: joga, passa, defende, ataca, assiste, remata, está no campo todo. Foi o melhor.

Só apetece gritar PORTUGAL, PORTUGAL! Não foi brilhante a qualificação, mas a equipa continua a mostrar uma solidez e consistência que têm sido as suas principais armas. Agora precisamos das mesmas virtudes e de uma maior capacidade de marcar golos, para chegarmos a Berlim. Entretanto, dos 6 Campeões do Mundo dos quartos de final, caíram três: Inglaterra e Argentina nos penalties e o Brasil, atropelado pela França. Seguem em frente a Itália, a Alemanha, a França e um outsider: Portugal. Finalmente, um grande triunfo europeu: as equipas da UEFA fazem o pleno nas meias finais e a Taça do Mundo vai voltar a ficar cá.


Guarda-Redes – Buffon, Lehmann e Ricardo: Três exibições de grande nível de jogadores que foram decisivos para a qualificação das respectivas selecções. O Italiano esteve espectacular no jogo; o Alemão e o Português, seguros no jogo, destacaram-se por defenderem 2 e 3 penalties, respectivamente.

Luca Toni, Zambrotta e Cannavaro: Toni, o primeiro Italiano a ser o melhor marcador europeu, andava com azar: sempre perto do golo, mas sem lá chegar. Contra a Ucrânia, o faro do golo voltou, em dose dupla, e ainda vai a tempo de se tornar um dos strikers do Mundial, espécie rara em 2006. Zambrotta é um faz-tudo (lateral-esquerdo, lateral-direito, médio-esquerdo) e joga quase sempre bem e no limite. Neste jogo, marcou um golo de fora de área e fez uma assistência para golo. Cannavaro é o capitão da Squadra Azzurra e o líder da defesa na ausência forçada de Nesta. Implacável a defender, ainda salvou um golo sobre a linha que podia ter relançado o jogo.


Brasil: A confirmação do flop. O grande favorito, vencedor antecipado caiu sem apelo nem agravo nos quartos de final. E já vai tarde. Poucas vezes tantos jogadores tão bons produziram tão pouco durante um Mundial. Com algumas excepções, o Brasil teve uma defesa aos papéis quando confrontada com velocidade, um meio campo vazio de ideias e um ataque pesadão. Seria difícil que a sorte, pontuais momentos de inspiração individual e alguns favores da arbitragem, dessem para ir mais longe. Hasta la vista Brasil!

Inglaterra e Argentina: Não foram inferiores aos adversários e perderam apenas nos penalties, mas o que ficará registado é que ficaram nos quartos de final, ou seja, aquém dos seus objectivos e capacidades.

Ronaldinho Gaúcho: O dito melhor jogador do mundo não foi, longe disso, o único a falhar na selecção brasileira, mas o estatuto com que chegou à Alemanha obrigavam-no a uma prestação muito melhor. Não teve rasgo, inspiração, nunca conseguiu fazer a diferença. Foi uma nulidade.


SELECÇÕES DOS QUARTOS DE FINAL:
A B


1- Buffon (ITA) 1- Ricardo (POR)
2- Miguel (POR) 2- Coloccini (ARG)
3- Ricardo Carvalho (POR) 3- Rio Ferdinand (ENG)
4- Cannavaro (ITA) 4- Meira (POR)
5- Zambrotta (ITA) 5- Ashley Cole (ENG)
6- Patrick Vieira (FRA) 6- Gattuso (ITA))
7- Frings (GER) 7- Hargreaves (ENG)
8- Klose (GER) 8- Zé Roberto (BRA)
9- Luca Toni (ITA) 9- Tevez (ARG)
10- Zidane (FRA) 10- Ballack (GER)
11- Ribbery (FRA) 11- Kalinichenko (UKR)


PREVISÕES:

Foi a pior performance até agora: acertei em 2 dos 4 qualificados (50%) para as meias finais. O que é curioso, é que ganharam as 4 selecções que eu preferia. Aqui estão as previsões para as meias finais (vencedores a bold) que, neste caso, coincidem com os meus desejos:

ALEMANHA - ITÁLIA
PORTUGAL - FRANÇA

As previsões tornam-se cada vez mais difíceis de fazer. No cômputo dos jogos já realizados, a Alemanha e a Itália parecem-me as equipas mais fortes, embora com estilos e formas de jogar bastante diferentes. No entanto, só uma estará na final. A França tem estado em crescendo, mas creio que não conseguirá atingir patamares mais elevados; já Portugal pode, principalmente se Portugal atacar melhor (tem o pior ataque dos sobreviventes) e Scolari mexer numa ou outra “vaca sagrada”. Aconteça o que acontecer, teremos uma final inédita.

4 comentários:

Anónimo disse...

Estava preocupado que desse portugal como favorito na meia-final, o que me estava a deixar inquieto. Não sou especialmente supersticioso, mas que as suas previsões reservadas no que concerne a nossa selecção estão a dar sorte, estão.
Já considerou contactar a SIC para tomar o lugar do Rui Santos? Como diriam uns comediantes da nossa praça, o professor, como comentador, dá-lhe 15 a zero. 15 a ZERO!
Abraço

João Figueiredo disse...

Como o professor disse e muito bem, Portugal não encantou (nem me lembro, até, se terá alguma vez encantado durante este mundial!? Talvez contra o Irão e o México), mas lá passou. No entanto, não sou daqueles que já se renderam a Scolari por Portugal ter chegado às meias-finais. É um facto histórico, sim, mas não nos podemos esquecer de tudo aquilo que se passou durante estes últimos quatro anos em que o "sargentão" está no nosso país. (Ou, não está?!) A minha opinião em relação a esse senhora é a mesma à dois anos e aconteça o que acontecer, não vai mudar. O senhor Scolari andou quatro anos a gozar com a nossa cara! E fico preocupado quando vêm notícias de que ele poderá renovar. Só faltava o senhor Madaíl ficar também.
Mas isto são outras questões. Em relação aos outros semi-finalistas, a Itália não me surpreendeu. Tinha o jogo mais fácil dos oitavos e passou sem grandes preocupações. É uma equipa forte que passa despercebida, mas que pode ir longe.
Quanto à Alemanha tem um meio-campo e ataque muito fortes e rotinados, demolidores até. Continuam o seu caminho e pessoalmente acredito que poderá ganhar o mundial, já que me parece que tudo está feito para que eles ganhem. A defesa é, sem dúvida, o sector mais fraco. Estou curioso como se vai safar contra a Itália.
Em relação à França, bem, tal como o professor tem a sua Inglaterra, eu tenha a minha França. Passou, jogando bem e com uma exibição do Zidane (que para mim foi o melhor jogador de todos os tempos) de encher o olho e de querer ainda mais (podia jogar mais um ano, nem que fosse num clube de menor dimensão). E com isto tudo, eliminou a equipa que eu mais detestava: o Brasil. Nem sei como é que o Brasil chegou aos quartos-final.
Portanto, o meu coração está dividido para o Portugal vs França. Que passe o melhor. Que seja um grande jogo de futebol. E só espero que seja um jogo limpo e sem casos.
Ainda uma nota em relação a toda esta euforia em volta do Ricardo, para dizer que ele é um bom guarda-redes, não um excelente guarda-redes (não é por acaso que não está no "onze do mundial"). Todos nós sabemos daquilo que ele é ou não capaz de fazer. Quem sabe, não esquece! E o mundial ainda não acabou.
Final: Alemanha vs. França. Esta é a minha previsão!

Rui Miguel Ribeiro disse...

Infelizmente, especializei-me a acertar na maioria das previsões e a errar nas de Portugal, excepto na fase de grupos. Sem me querer desculpar, mas talvez a lógica futebolística de Scolari não esteja ao meu alcance e me confunda. Exemplos: tirar o avançado-centro quando estamos em vantagem numérica ou em desvantagem no placard para lá colocar um extremo durante 10 min., para depois meter um outro ponta de lança no lugar; repetir o erro do Euro 2004 de jogar com um Pauleta manifestamente inepto/inapto para estes jogos (Angola deve estar num nível parecido ao de Cabo Verde ou do Liechenstein) sempre a titular, deixando opções melhores a aquecer o banco jogos a fio.
Quanto ao Freitas, já saiu um post com uma breve referência, mas ainda aí voltarei, depois do 09/07.

Anónimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu