“THE GREAT LEAP FORWARD”
(PEQUIM 1958 – BRUXELAS 2012)
Todos conhecemos
as raízes maoístas de Durão Barroso e o seu inflamado activismo político no
MRPP em meados da década de 70. Todos julgávamos, também, que a influência do
Camarada Mao se tivesse desvanecido e extinto ao longo de décadas de actividade
política no PSD, no Governo de Portugal e na CE.
Hoje ao almoço quase me engasguei
quando ouvi Durão Barroso a discursar em Inglês, anunciando o seu plano (mais
um) para salvar a EU e o euro, proclamando-o como “the Great Leap Forward that
Europe needs”!!!
Ora o “Great Leap Forward” (o
Grande Salto em Frente) anunciado pelo Camarada Barroso, foi uma campanha
gizada por Mao Tsé Tung para o Plano Quinquenal de 1958/1963, pelo qual visava
atingir rapidamente um elevado nível de desenvolvimento industrial e agrícola,
tendo para o efeito organizado a China em mais de 26.000 comunas, englobando
700 milhões de pessoas que trabalhavam colectivamente para o bem comum. O
Grande Salto foi um desastre por um conjunto de factores (secas, má
organização, maquinaria insuficiente e/ou de má qualidade, incapacidade
gestionária dos quadros do PCC. A fome que decorreu deste projecto, acabaria
por matar 20 milhões de pessoas e levou ao cancelamento do Grande Salto para o
abismo.
Não é nada animador.
Durão Barroso quer união fiscal na UE;
quer união bancária na UE; quer união política na UE. Admito que o salto de
Barroso seja menos aterrador do que o de Mao Tsé Tung, mas mesmo assim é
bastante mau.
Tipicamente, o burocrata máximo da EU,
como é retratado pelo Wall Street Journal, aproveita a crise financeira, fiscal
e económica, para impingir o que em tempos normais lhe valeria um puxão de
orelhas de alguns líderes políticos dos Estados-Membros, para tentar arrecadar
mais poderes e competências para o polvo burocrático europeu.
Caracteristicamente, os cidadãos dos 27 Estados-Membros
não são tidos nem achados nestes devaneios de poder. Aliás, juntamente com a
caracterização do projecto (Great Leap Forward), esta é a outra característica
em comum com o Plano Quinquenal de Mao: a vontade das pessoas é irrelevante.
Valha-nos que Durão Barroso não tem na Europa, o poder que Mao tinha na China.