29 março, 2016

Medo Contra a Marcha




MEDO CONTRA A MARCHA


 
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Na Bélgica, foi convocada uma Marcha Contra o Medo para o passado Domingo. Dois dias antes da sua realização, a Marcha foi cancelada (adiada sine dia) por razões de segurança. Ou seja, por medo.

Ter medo é humano, normal e legítimo. Porém, quem organiza uma Marcha Contra o Medo é porque não o tem, ou porque tem a coragem e a vontade de o enfrentar.

Cancelar uma Marcha Contra o Medo é transformar uma demonstração de rejeição do ou de combate ao medo, numa pública e notória cedência ao medo. Assim não! É uma cedência ao terror, uma abébia ao terrorismo, aquilo que no ténis se designa de erro não forçado. Game, Set and Match for the Islamic State!





25 março, 2016

Santa Páscoa



SANTA PÁSCOA

REMBRANDT – Christ: The Descent from the Cross (1633) – Alte Pinakothek, Munich


Num tempo em que o calvário e a cruz parecem ser a sina de milhões de pessoas, faço votos de que o espírito humanista, solidário, bondoso e altruísta de Jesus Cristo se estenda desejo a todos os leitores e frequentadores do “Tempos Interessantes” a quem desejo uma Santa Páscoa.


                                   Rui Miguel Ribeiro


24 março, 2016

Cruyff Total



CRUYFF TOTAL


 Johan Cruyff marcou 2 golos à Argentina no Mundial de 1974.
in UEFA em www.uefa.com

Johan Cruyff, com Sepp Maier e Franz Beckenbauer na final do Mundial de 1974..
in UEFA em www.uefa.com

Que choque! Johan Cruyff foi uma das minhas primeiras referências no futebol. Muitas das vezes que jogava futebol com os meus amigos e colegas de escola, eu e muitos outros queríamos ser o "Cruyff". Graças a ele e por ele, a Holanda e o Ajax são das minhas equipas favoritas até hoje.

Dois mitos indissociáveis: Cruyff e o Ajax.


O lendário nº 14.

A Holanda do Mundial de 1974 e o Ajax dos anos 70 marcaram-me de forma positiva e duradoura. Johan Cruyff era o expoente máximo de ambos, a personificação do futebol total, o melhor sumo da fantástica Laranja Mecânica.

Adeus Johan Cruyff, jogador fabuloso e treinador absolutamente inovador.

Johan Cruyff capitão da Holanda.
in UEFA em www.uefa.com

Curiosamente, a 1ª das 14 fotografias de Cruyff  colocadas no site da UEFA, mostram-no disputando um jogo da Taça dos Clubes Campeões Europeus com o Benfica (pode ver-se também José Torres) .
in UEFA em www.uefa.com







22 março, 2016

Última a Chegar, Primeira a Partir



ÚLTIMA A CHEGAR, 
PRIMEIRA A PARTIR


 
Aviões militares russos na Síria.
in STRATFOR em www.stratfor.com

A declaração de Vladimir Putin anunciando o imediato começo da retirada da maioria dos efectivos e equipamento militar russo da Síria provocou surpresa generalizada. Afinal, a intervenção da Rússia corria pelo melhor:

* Governo de Al Assad reforçado.

* Recuperação de várias áreas estratégicas pelas tropas governamentais e respectivos aliados.

* Rebeldes na defensiva e em dificuldades.

* Estados Unidos na defensiva e com rumo incerto.

* Turquia tolhida nas suas acções e objectivos.

* Estado Islâmico enfraquecido.

* Retorno em pleno de Moscovo à mesa das negociações.

* Reforço do prestígio e coesão internos.

A Rússia interveio na Síria com determinados objectivos e na prossecução dos seus interesses, nomeadamente: mostrar que apoia efectivamente os seus aliados; mostrar ao mundo que as suas Forças Armadas têm a capacidade, o treino e o equipamento para intervir eficazmente longe da Mãe Rússia; pôr em cheque os EUA e a sua última intervenção no Médio Oriente; afirmar o seu status internacional, obrigando aqueles que dela se afastaram após a anexação da Crimeia, dela precisassem e com ela reunissem e negociassem em pé de igualdade.

 
A evolução do mapa da Guerra da Síria entre 31 de Julho 2015 e 15 de Março 2016, mostra claramente os progressos feitos pelas tropas governamentais e seus aliados (em tom alaranjado nos mapas).
in STRATFOR em www.stratfor.com

Numa análise rápida, podemos concluir que a Rússia terá logrado os seus objectivos fundamentais nuns curtos 6 meses, fazendo Obama engolir as suas afirmações de que a intervenção russa era uma demonstração de fraqueza (?!?) e que os Russos iam ficar atolados na Síria por muito tempo.

Contudo, a Guerra da Síria ainda está longe do game over e só quando se escrever o epílogo do conflito se poderá fazer a contabilidade final do deve e do haver. Putin registou ganhos significativos e está na mó de cima quando inicia a retirada. Como o jogo ainda não acabou e alguns ganhos poderão ser provisórios, também a retirada é apenas parcial; significativa, mas não completa.

Certo é que a Rússia (semi) sai de cena com as principais hostilidades suspensas e com uma posição militar e diplomática reforçada: a última a chegar e a primeira a partir, é quem parece estar a ganhar.


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