FISCO FASCIZANTE
Já aqui escrevi sobre o furor controlador e anti-liberal do actual governo. Confesso que subestimei a deriva totalitária que se vai insinuando em Portugal.
Ao director distrital das finanças de Viseu, foi cometido o objectivo de angariar 24 milhões de euros em impostos em dívida durante 2008. Talvez com o fito de ganhar o prémio de apparatchik do ano, o Sr. Santos (o dito director) propôs-se atingir os 30 milhões de euros. Para tal, decidiu lançar-se numa intolerável invasão da vida privada dos jovens noivos de Viseu, indagando ao pormenor sobre os detalhes financeiros dos respectivos casamentos e ameaçando os noivos com pesadas multas caso não satisfaçam a sua coscuvilhice fiscal.
1- O Sr. Santos tem o dever de cobrar as dívidas fiscais.
2- O Sr. Santos (nem ninguém) não tem o direito de arregimentar os cidadãos para fazer o trabalho que a ele e aos seus subordinados comete.
3- O Sr. Santos e quem lhe dá cobertura, deviam ser processados por devassa da vida privada dos cidadãos e ameaças injustificadas.
Eu tenho todo o interesse em que o valor dos impostos cobrados se aproxime o mais possível dos 100%, embora não tenha ilusões que disso resulte qualquer alívio na minha carga fiscal.
Todavia, rejeito liminarmente que o fisco tenha uma actuação de tipo fascizante, actuando como um bully perante cidadãos desprotegidos, espiando, bisbilhotando, incitando à denúncia e reduzindo aqueles que era suposto servir (os cidadãos), ao papel de vítimas acossadas e amedrontadas.
É tempo de os Portugueses despertarem para a gradual erosão de liberdades e direitos que vão sofrendo. Como é habitual nestes casos, se esperam que a desgraça bata à porta, poderá ser tarde de mais.