MÍSSIL COLOSSAL
A parada.
in “BBC News” em https://www.bbc.com/news
Depois de uma longa ausência, o inefável Kim Jong Un e a sua peculiar Coreia do Norte ressurgem nas páginas de Tempos Interessantes (post anterior em 5 de Maio: “Doente, Vegetal, Morto e…Vivo Outra Vez” http://tempos-interessantes.blogspot.com/2020/05/doente-vegetal-morto-evivo-outra-vez.html ).
No início de Outubro realizou-se uma grande parada militar para celebrar o 75º aniversário do Partido dos Trabalhadores. Além da coreografia sempre laboriosamente ensaiada, o que cativou mais a atenção dos observadores mais ligados ao aço e ao chumbo do que às lantejoulas, foi um novo e, até então desconhecido, míssil de dimensão colossal. Trata-se de um ICBM (Intercontinental Ballistic Missile).
O Míssil.
in “BBC News” em https://www.bbc.com/news
Este míssil, de designação desconhecida e ainda não testado, não obstante, gerou preocupação nos Estados-Maiores de diversos países com os Estados Unidos à cabeça.
A Coreia do Norte já testou dois ICBM’s, o Hwasong-14 com um alcance de 10.000km e o Hwasong-15 com um alcance de 13.000km, distâncias viáveis se o míssil transportar apenas uma ogiva nuclear.
Ora, tendo em conta a dimensão do novo míssil (mais longo e com maior diâmetro) e a potência que parece ter, tudo indica que Kim Jong Un está a subir a parada nuclear com mísseis capazes de carregar múltiplas ogivas nucleares, designadas por MIRV (Multiple Independent Re-entry Vehicle), o que significa que a dada altura o míssil larga as ogivas e cada uma dirige-se ao respectivo alvo, assim multiplicando a destruição no país atacado.
Resta saber se este míssil estará mesmo operacional, o que implica testes bem sucedidos. Esta novidade deverá ser o último passo de Kim Jong Un na edificação do seu arsenal nuclear, a consagração de um objectivo que é o de uma capacidade nuclear abrangente: mísseis de curto, médio, intermédio e longo alcance, somando a introdução do MIRV nos ICBM e ainda mísseis lançados de submarinos.
Completar o naipe de opções nucleares da Coreia do Norte, transmitirá ao regime o conforto da protecção que o arsenal nuclear teoricamente proporcionará. Porém há sempre incógnitas:
Os mísseis
responderão como Pyongyang espera?
Os potenciais adversários retrair-se-ão perante a ameaça nuclear norte-coreana?
Resta aguardar para ver o que o novo míssil vale e a reacção dos potenciais adversários da Coreia do Norte.
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