13 janeiro, 2012

Deutschland Uber Alles

DEUTSCHLAND UBER ALLES


Germany and Merkel on top of a cracking EU.

As sucessivas cimeiras do nosso descontentamento tiveram o seu clímax na última realizada em Dezembro. Com a enésima cimeira europeia no horizonte e após a realização da 456ª cimeira do Reno, este post e os seguintes visam fazer uma breve análise das motivações e resultados dos principais protagonistas: a Alemanha, o Reino Unido, a França e os outros.
A Alemanha não terá conseguido tudo o que queria, tal como nas cimeiras anteriores, mas ao longo deste infindável ciclo de 15 cimeiras, as decisões vão-se gradual e inexoravelmente aproximando daquilo que a Alemanha quer.
O que se viu foi a Alemanha a defender acerrimamente o seu interesse nacional. Para muitos, a começar nos Franceses e a acabar na Europa Meridional, tal ainda poderá parecer estranho, mas será bom que se habituem porque será cada vez mais a norma.

As grandes diferenças do Conselho Europeu de 8/9 de Dezembro foram a consensualização de pontos importantes da posição de Berlim, especialmente a constitucionalização ou para-constitucionalização dos limites ao déficit e a arrogância da Chanceler Angela Merkel que se vai afastando do seu low profile inicial.
Em relação ao primeiro ponto, nota-se que a estratégia alemã de esticar a corda ao limite e deixar os sobre-endividados mais vulneráveis entre a espada e a parede está a dar resultado: os visados vergam a cerviz e já nem reclamam ou colocam reticências.
No que respeita à postura de Merkel, penso que estar a ficar inebriada com o triunfo do modelo alemão na Europa e com a hegemonia alemã que tal representa. Foi ao ponto de exibir a postura anti-britânica mais típica da França: mostrou grande desfaçatez quando acusou Londres de desrespeitar as regras, quando David Cameron se limitou a exercer o direito que os tratados lhe conferem de vetar uma alteração aos mesmos. É o velho tique de quem está habituado a comandar em dueto com Paris, sem contestação de terceiros.

Este triunfo da Alemanha só tem duas nuvens no horizonte:

1- A curto prazo, o risco de as medidas aprovadas no Conselho Europeu não estancarem a hemorragia económico-financeira da zona euro, e/ou de a sua aprovação/ratificação/aplicação pelos Estados-Membros colocar em causa o seu espírito e suposta eficácia.
2- A médio-longo prazo, uma explosão de sentimento anti-germânico que já é patente nalguns locais e situações, nomeadamente na Grécia. Mesmo que injustas, as alusões ao III Reich e as insinuações de um IV Reich, podem ter efeitos devastadores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Germany’s recent demands of Greece to surrender its sovereign rights to Germany seem, to me, a political invasion or at least the threat of one, of another European country. And one which the rest of Europe seems to show little resistance to – so far. Which country will be next? Spain? Ireland? Italy? Portugal? When will Europe have the spine to stand up, country by country to the latest oppressors? Will we all wait until a political invasion of Poland? France is not in any position to be complacent either – its own financial future seems somewhat shaky at present. Will France face the same threats? Who will be the strong country to stand firm and say “enough is enough”? Will good old Blighty be the one to stick its neck out again, as it did some 77 years ago and resist the might of Germany? I am not likening Ms Merkel to the Nazi regime but the parallels of one country trying to override another cannot be ignored. At present there may be no military threats, no big guns but the political weaponry seems to be trained firmly on the struggling countries who, like an injured animal in the wild, fall prey to the hunting pack. Is this what modern politics has come to in a so called civilised Europe? Is this some 21st Century Darwinian game of survival of the fittest?

Many questions Miguel and I admit to having few answers beyond making known the underhand, self-seeking greed which has motivated these mid-European countries to “negotiate” themselves into positions of such vast financial power.

I am proud of my British heritage and of my Portuguese heritage too. I have yet to refer to myself as European – it doesn’t state it on my passport, and hopefully it never will.

Elaine