25 janeiro, 2012

Benfica 2011/12

BENFICA 2011/12


O melhor marcador do Campeonato, Óscar Cardozo, marca um dos seus 12 golos nos 5-1 ao Rio Ave.

Estamos sensivelmente com metade da época percorrida. O Benfica já fez 16 jogos para o Campeonato (12 vitórias, 3 empates, 42 pontos, 41-13 em golos – melhor ataque), 10 para a Liga dos Campeões incluindo qualificação e fase de grupos (5 vitórias, 5 empates, 14-7 em golos), 3 para a Taça de Portugal (2 vitórias, 1 derrota, 4-2 em golos) e 2 para a Taça da Liga (2 vitórias, 6-1 em golos).
Tudo somado: 31 jogos; 21 vitórias; 9 empates; 1 derrota; 65 golos marcados; 23 golos sofridos. Liderança isolada no Campeonato Nacional, primeiro lugar no Grupo C da “Champions” e respectiva qualificação para os oitavos de final, eliminação da Taça à terceira eliminatória em que participou e liderança do Grupo B da Taça da Liga a um ponto das meias-finais.
É, sem dúvida um começo muito bom para o Benfica que, não tendo o brilhantismo e não sendo o rolo compressor de há dois anos, demonstra a consistência, eficácia e maturidade que poucas vezes teve na época passada. Inclusive, a um período cinzento em que as vitórias por várias vezes não foram acompanhadas de boas exibições, o Benfica vem mostrando que é capaz de vencer e de ter a nota artística de que Jorge Jesus falava há dois anos.


O QUE MELHOROU?

Baliza: Artur superou todas as minhas expectativas – segurança, frieza espantosa, bom nos cruzamentos, ágil entre os postes, bom com os pés e quase sem falhas. Comparando com a época passada…. Não há comparação.
Artur mantém a baliza inviolável contra o Sporting (1-0 na Luz).

 
Meio Campo: Grandes melhorias neste sector. A entrada de Witsel (jogador muito completo, mais valia tanto no processo defensivo, como no ofensivo e ainda no jogo aéreo) supriu uma lacuna não resolvida desde a saída de Ramires, enquanto a contratação de Matic veio finalmente trazer uma alternativa a Javi Garcia. Por sua vez, Aimar tem estado num nível assombroso.
Alas: A terceira área com enormes melhorias. A saída de Di Maria e a lesão/saída de Salvio, para os quais não havia reais alternativas, vai sendo esquecida com as exibições, golos e assistências de Bruno César, Nolito e Gaitan. Se a estes viermos a somar Enzo Perez (inqualificável rábula), o Benfica tem alas com características diversas, mas de grande qualidade.

Nolito marca um dos seus 8 golos no Campeonato na vitória por 4-1 frente `Académica.

Ataque: O ponto forte do Benfica. Cardozo voltou a marcar em grande ritmo e é acompanhado nessa tarefa por Nolito, Rodrigo e Bruno César. Até já a grande esperança que se chama Nélson Oliveira se estreou a marcar.
Treinador: Após o furacão de 2009/10 e as teimosias e inflexibilidades de 2010/11, Jorge Jesus arrancou para a 3ª época no Benfica também ele mais maduro, mais contido, com os pés bem assentes na terra. Passado o devaneio, regressou o treinador que pôs o Benfica a jogar o melhor futebol dos últimos 10/15 anos. Somando esta nova postura às qualidades técnico-tácticas, Jesus pode levar o Benfica a boas conquistas.

AS VULNERABILIDADES:

Alas defensivas: é o calcanhar de Aquiles do Benfica 2011/12. Temos um lateral direito muito bom (Maxi Pereira), mas que não tem suplente à altura, situação que piorou quando os neurónios de Rúben Amorim aparentemente entraram em curto-circuito. No lado esquerdo as coisas são piores: temos um titular (Emerson) que é razoável a defender e medíocre a atacar e temos um reserva (Capdevila nem suplente é!) com cartel internacional mas que não conta para Jesus.
Centrais: Dois titulares muito bons e que se completam (Garay foi mais uma excelente contratação), mas os centrais suplentes ficam demasiado longe (qualitativamente) dos titulares e ainda faltam entre 17 a 27 jogos a disputar.

DESTAQUES

A Figura - PABLO AIMAR: Penso que é a melhor época de Aimar no Benfica e aquela em que a equipa mais sente a sua falta. Inteligência em campo, qualidade técnica e visão de jogo irrepreensíveis, assistências e golos. Como se não chegasse, é, como se costuma dizer na gíria futebolística, um senhor, na verdadeira acepção da palavra. Finalmente, ficou a saber-se que também é uma espécie de extensão do treinador em campo. É mesmo o Mago!
Pablo Aimar marca o 3-1 final na Luz frente ao Gil Vicente.

A Revelação – RODRIGO: Corre muito, tem técnica, tem velocidade, tem garra e marca golos. E tem apenas 20 anos. E destaca-se e joga bem, seja na Liga dos Campeões contra o Manchester United, seja contra o União de Leiria no Campeonato Nacional. É mais um testemunho da qualidade da política de contratações do Benfica.

As Contratações: Poucas vezes terei visto o Benfica a fazer tantas (em número e em ratio) boas contratações numa só época. Artur, Garay e Axel Witsel são titulares absolutos e Bruno César e Nolito são-no com frequência e todos trouxeram valor acrescentado à equipa do Benfica. Emerson também é titular, mas fica a anos-luz do seu antecessor no lugar (Fábio Coentrão). Sim, a política de contratações do Benfica melhorou exponencialmente nos últimos anos, mas continua a haver grandes barretes (não é o caso de Emerson, mas é o de Fernandez, para dar apenas um exemplo).

A Melhor Contratação: Tenho de apontar duas: AXEL WITSEL e ARTUR. O Belga porque trouxe novas dimensões ao jogo do Benfica, permitindo matizes tácticas de jogo para jogo ou no próprio jogo (como no Benfica, 3 – Gil Vicente, 1) que permitem surpreender o adversário ou fazer face a desafios diversos. O Brasileiro trouxe segurança, fiabilidade e segurança à baliza do Benfica, à equipa e ao coração dos adeptos.
Witsel bisou frente ao Twente.

 
A 2ª METADE DA ÉPOCA

Nada está ganho e a Taça de Portugal já está perdida. Porém, ainda há muito a ganhar, especialmente o Campeonato Nacional. O Benfica é o principal favorito porque é a equipa que joga melhor, ganha mais convincentemente e tem mais pontos, mas 2 pontos de vantagem a 14 jogos do fim são…peanuts. Da maneira que está, o Campeonato apresenta-se muito desequilibrado entre os 2 primeiros e os restantes, o que leva a crer que aqueles perderão poucos pontos; por isso, a regularidade tem de ser quase irrepreensível para se ser campeão.
Nas Taças a situação é diferente, por causa do seu carácter mais aleatório. Na Taça da Liga, o Benfica está a 1 ponto de se qualificar para as meias-finais, mas tem um jogo difícil. Pode ganhar a prova, mas terá de superar 3 das equipas colocadas em 2º, 3º, 4º e 5º lugar no Campeonato. Na Liga dos Campeões, penso que o Benfica é favorito nos oitavos de final (não significa que seja fácil); se se qualificar para os quartos de final, terá de ser muito feliz no sorteio ou superar-se excepcionalmente, porque terá pela frente equipas quase inacessíveis.

Resta aguardar que o Benfica continue a ter atitude ganhadora, qualidade de jogo, um treinador com visão e sensatez e uma massa adepta que é a encarnação do 12º jogador.






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