O IRASCÍVEL
Recentemente, José Sócrates insurgiu-se (mais uma vez) contra um grupo de Portugueses que manifestavam a sua revolta por políticas do Governo.
Eu sei que é déjà vu e que a criatura se revolta contra os criadores, no sentido em que se pode considerar que foram os Portugueses (uma parcela significativa deles) que fizeram de José Sócrates Primeiro-Ministro.
Também é verdade que ninguém, com a possível excepção dos árbitros, gosta de ser apupado, vaiado e criticado, e muito menos sê-lo por centenas ou milhares de pessoas, na via pública e live on TV.
Contudo, José Sócrates foi eleito para servir os Portugueses, o que inclui prestar-lhes contas e ouvir as críticas e protestos quando estes (ou parte deles) não estão satisfeitos. Se o objectivo era só ouvir loas e receber vénias e salamaleques, podia tentar a sorte na Coreia do Norte ou na Birmânia.
Não é admissível que Sócrates se abespinhe todo e perca a compostura quando os protestos se fazem ouvir, que insulte os manifestantes e lhes mova constantemente processos de intenção capciosos. José Sócrates tem de perceber que não é o Querido Líder e que o direito à crítica, ao protesto e à manifestação são direitos inalienáveis num estado democrático.
Se não tem feitio, tolerância ou, simplesmente, pachorra, tem bom caminho: a porta é serventia da casa.
1 comentário:
Boa Noite Sr. Professor.
Eu concordo plenamente que a porta da rua é a serventia da casa, e se este inquilino deixasse S. Bento eu ficava feliz da vida.
Mas também tenho que analisar a situação de outro ângulo, tendo o Sr. Primeiro Ministro não pouca habilidade para as artes de engenharia, o que é que ele ia fazer da vida?
Eu já tenho trabalho mais que sificiente.
Maria
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