2006: THE BEST AND THE WORST
Acabando o 2006 a recuperar de uma arreliadora gripe, não tenho tempo, nem capacidade para elencar de forma exaustiva “The Best and the Worst of 2006”. Também tenho dúvidas de que essa seja a melhor forma de abordar este assunto num Blog que se quer legível, no sentido de readable. Deixo então uma short list para os meus amigos apreciarem (ou não).
THE BEST
MI5
O MI5, Serviços Secretos do Reino Unido figuram em 1º lugar nesta lista por dois motivos:
* Porque conseguiram, no Verão deste ano, evitar em tempo útil o que poderia ter sido a maior série de atentados terroristas da História – a explosão de vários aviões de passageiros sobre o Atlântico em ligações entre o Reino Unido e os EUA, presumivelmente salvando milhares de vidas inocentes. Sabe-se que muitas outras conspirações foram abortadas graças aos Serviços chefiados por Dame Eliza Manningham-Buller.
* Por simbolizarem um heróico e invisível trabalho desenvolvido pelos principais serviços de segurança e contra-espionagem ocidentais e que contribuíram para que a Al-Qaeda chegue ao final de 2006 “a seco” no que respeita a grandes acções terroristas no Ocidente. Bem hajam por isso.
ITÁLIA – SQUADRA AZZURRA
Italianos celebram o Tetra em frente ao Il Duomo de Milano.
A Itália venceu de forma justa e inequívoca o Campeonato do Mundo de Futebol Alemanha/2006, a segunda maior competição desportiva mundial (a maior de uma só modalidade). Lippi, Pirlo, Cannavaro, Del Piero, Buffon, Matterazzi, Zambrotta, Luca Toni, Gattuso, Gilardino, Grosso. Totti, De Rossi, Iaquinta, Inzhaghi e todos os Tiffosi merecem figurar aqui.
Os Gladiadores do século XXI festejam la più bella victoria!
CAVACO SILVA
Cavaco Silva na primeira visita à Armada na qualidade de Presidente da República.
Pela primeira vez desde 1976, os Portugueses elegeram um Presidente da República um candidato oriundo de um dos partidos (PSD) à direita no espectro político português e com o apoio exclusivo do PSD e do CDS.
Já autor da 1ª (e da 2ª) maioria absoluta monocolor em Portugal, Aníbal Cavaco Silva confirmou-se como um animal político talhado para grandes vitórias eleitorais, desertificando à direita para a monopolizar e conquistando ao centro esquerda para alcançar a maioria absoluta.
Com um primeiro ano de mandato dominado pelas preocupações de estabilidade política e solidariedade institucional e sem surpresas, figura aqui apenas pelo significado da sua vitória eleitoral frente a 4 (quatro) candidatos de esquerda. Mais à frente se verá se aqui volta por outras razões.
THE WORST
O NPT (1968) foi ao longo de quase quatro décadas a pedra angular do esforço de não-proliferação nuclear. 2006 foi o annus horribilis do NPT: o avanço do programa nuclear do Irão, com a cobertura de Moscovo, o teste nuclear da Coreia do Norte, contando com a benevolência de Pequim e Seoul e o cada vez mais próximo reconhecimento oficial do estatuto de potência nuclear da Índia, com Washington a apadrinhar, foram pregos sucessivos bem martelados no caixão do NPT. Como é óbvio, com sponsors deste calibre, as sanções e ameaças do Conselho de Segurança da ONU à Coreia do Norte e ao Irão, tornam-se cada vez mais risíveis.
IRAQUE E SADDAM HUSSEIN
The end of the line for Saddam Hussein.
O Iraque está num estado desgraçado, pasto do selvagem sectarismo de (alguns) Sunitas e Xiitas, do terrorismo internacional, de interesses inconfessáveis de vizinhos mal-intencionados (Irão/Síria) e de um pós-guerra desastrado gerido (?!?) pelos EUA.
Saddam Hussein, atingiu o previsível fim da linha. Enforcado no dia 30/12/06, é a imagem forte que nos fica neste estertor final de 2006. No surprise, no mercy, no sorrow. Talvez fosse bom alguns recordarem tudo o que aconteceu no Iraque entre 1979 e 2003 para não cantarem loas ao “idílico” Iraque de Saddam Hussein.
PORTUGAL - GOVERNO E OPOSIÇÃO
Entalados entre um Governo que faz o contrário do que prometeu e aumenta a ingerência do Estado na vida do cidadão e uma oposição amorfa (PSD), ou em processo autofágico (CDS), os Portugueses terminam mais um ano de sacrifícios, sem vislumbrar perspectivas de um futuro melhor. O surto consumista deste Natal, faz lembrar o Titanic a ir ao fundo com a orquestra a tocar!
in “Diário de Notícias”
Com os melhores e os piores, desejo a todos os leitores do “Tempos Interessantes” um 2007 pleno de felicidade, saúde e realizações pessoais. And may you live in Interesting Times!
Rui Miguel Ribeiro
19 comentários:
O ano de 2006 fica, sem dúvida, marcado por todos os acontecimentos já referidos pelo professor, no entanto, acrescentaria...
No caso do NPT, 2006 marca o afundamento de algumas organizações internacionais (como a ONU, que espera uma profunda reforma, ou ainda a NATO, que se afunda cada vez mais).
Ainda pela negativa, 2006 marca, claramente, as profundas mudanças climatéricas. Verões mais quentes (perfeito para os incendiários) e Invernos sem neve (basta ver o que está a acontecer nos Alpes).
No que toca ao Iraque, não há muito mais a dizer. A execução do seu ex-ditador, mais parece um filme retratando a Idade Média. Só faltava cortarem-lhe a cabeça e colocá-la às portas de Bagdade. (Já agora, o lencinho preto no pescoço era para doer menos?!).
Em relação ao Governo português não concordo consigo. Independentemente das medidas tomadas, teve a coragem de se desligar dos ideais do partido e olharam para aquilo que não está bem no país. É assim que se deve ver a política. Não uma luta entre partidos, mas uma luta para melhorar o país.
No que concerne a 2006, faço suas as minhas palavras. Só acrescentaria o facto do Glorioso se ter tornado o Maior Clube do Mundo! Mas isso, já todos sabiam!
Bom ano para todos...
Peço desculpa, pela observação, mas falta alguns acontecimentos...para o "the best" deste ano, temos ainda a consagração do F.C.PORTO como campeão!!!!!!
Sr. Rui Miguel Ribeiro
Antes de mais , um Bom Ano Novo, again, e que o mau vírus tenha agora desaparecido e que só o bom, i.é. o da "blogosfera" resista neste 2007 !
O inventario feito neste seu "post", se bem que não exaustivo, merece-me um comentário. Não me pronuncio sobre o futebol visto que tenho uma preferência mas não sou especialista. .. e do resto também não sou mas tenho uma opinião.
A qualificação dos acontecimentos em 2006 , em "Best" ou "Worst" , não indica a importância para o futuro. Assim, por exemplo, que o facto que Saddam tenha sido enforcado é " the best" para os Chitas, não estou certo que seja "the best" para o futuro do Iraque. Portanto, qualificà-lo de "worst" parece-me correcto. O futuro o dirá. De qualquer maneira, a qualidade da justiça aplicada não dignifica o Ocidente, que invadiu o Iraque para ai levar os nossos valores , os da democracia, procurar as tais armas perigosas e as ligações terroristas com Al Qaida, e que, não tendo encontrado nem umas nem outras, deixou aplicar uma "justiça" expedita, onde os advogados da defesa tinham sido assassinados, e onde toda a luz não foi feita sobre os outros crimes de Saddam, contra os Kurdos, por exemplo, e onde todas as implicações de Saddam com o Ocidente não foram exploradas - Chirac, Rumsfeld, Georges Bush , pai do actual Presidente, etc.
Saddam era um déspota assassino. Merecia a punição mais alta dos países civilizados. Mas a democracia no nome da qual a pena de morte foi aplicada não é a minha democracia.
Pensei também, que seria interessante de incluir no inventario alguns factos marcantes de 2006 :-
THE BEST
a) O "NO" do Povo Americano a George.W.Bush , mesmo se este vai poder continuar durante dois anos a mandar para o inferno de Bagdade mais GI's., e
que o martírio do povo iraquiano vai continuar e infelizmente mesmo intensificar-se.
b) A transição política democrática no Chile, o que prova bem que a mudança de regime é possível por outras vias que o golpe de estado militar.
.
THE WORST
c) O "NON" dos Holandeses e dos Franceses à Constituição Europeia, que eu qualifico de dramático para o futuro da Europa, e que a passividade das duas presidências de 2006 , Austríaca e Finlandesa, não conseguiu tirar da apatia geral para dar à Europa as instituições que permitiriam o seu bom funcionamento e desenvolvimento.
Esperemos que em 2007 a presidência Alemã nos traga uma luz de esperança , e quem sabe, se um referendum à escala europeia , no qual se contabilizariam os votos "sim e "não" globais não seria uma resposta adequada ao bloqueio actual.
d) A invasão do Líbano que permitiu ao Irão de se posicionar sobre o bordo do Mediterrâneo e de adquirir um estatuto incontornàvel na região, ao mesmo tempo que procura adquirir a arma nuclear.
e) A guerra civil no Iraque, corolário duma invasão militar ilegal, efectuada a partir de argumentos pré-fabricados, com o fim de eliminar o terrorismo que na realidade exacerbou no mundo inteiro. Verdadeira caixa de Pandora, que agora é impossível de fechar.
f) A explosão nuclear na Coreia do Norte, que acentua a proliferação desta arma no mundo, com todos os riscos que isso comporta.
g) A generalização da globalização como meio de expansão económica das grandes empresas multinacionais e outras, que permite a distribuição de dividendos chorudos aos accionistas e salários astronómicos aos presidentes, ao mesmo tempo que acentua a miséria social nos países que perdem as suas industrias.
i) A constatação da revolução islamista no mundo do Corao, que conta mais ou menos 1 bilião de indivíduos.
FOR THE BEST AND THE WORST
j) O facto que em 2006 a Rússia tenha recuperado o seu estatuto de grande potência no contexto internacional, em todos os aspectos, com a qual a U.E tem agora 2500 km. de fronteira comum, e que é hoje um parceiro importante na política energética da U.E., gás sobretudo , mesmo se nestes últimos meses ela demonstrou que ainda não esqueceu o sistema da liquidação brutal dos oponentes ao regime.
k) A afirmação do poder económico dos EUA , sobretudo nas novas tecnologias, as do futuro, mas na qual existe um calcanhar de Aquiles : os défices astronómicos, comercial e orçamental, que trouxe o dólar para uma paridade de 1,35 para 1 euro, o que constitui um verdadeiro "dumping" nos contratos comerciais internacionais.
j) A subida dos novos gigantes económicos muito dinâmicos do XXI século : China, Índia, Indonésia, Brasil.
Conclusão, Senhor Luís Miguel Ribeiro, a lista dos " best " é largamente deficitária! Very Bad...
Penso que há razão em tudo no best e no worst, há muito mais a dizer no worst mas isso seria interminável. Os erros de Bush multiplicam-se e "líderes" como Chavez, que manda fechar uma televisão por mais nada senão essa mesma televisão não lhe ser favorável é mau. É igualmente mau que pessoas chorem a morte de saddam(ele não merece ser escrito com maiúsculas) em plena praça quando o que elew fez àquele povo foi horrível... Enfim, do Hugo, um abraço
João Carlos: Em primeiro lugar, tens razão - deveria ter dado o destaque merecido ao facto de o Benfica ser o maior clube do Mundo. Não como ter leitores atentos.
As alterações climáticas também são bem lembradas, mas realmente pretendi apenas fazer uma short list e até admito que pouca gente acertasse no destaque positivo do ano.
Em relação ao Governo de Portugal, eu não discordo de todas (mau seria) as medidas tomadas e com alguns princípios enunciados. Discordo que se tente resolver um problema (um Estado gordo e deficitário), privilegiando o aumento da dose dos medicamentos (impostos, taxas, etc) em vez de o pôr em dieta estrita; discordo que se aumente ou mantenha o peso relativo do Estado (na reforma da Segurança Social ou na Educação) em vez de se permitir alguma latitude de escolha ao cidadão. Detesto, enfim, o Estado paternalista que define tudo o que se pode ou não fazer atrofiando as pessoas.
P.S. O "lencinho" preto é (penso eu) para que a corda não lhe dilacerasse o pescoço.
Angel: Eu compreendo o entusiasmo, mas convirás que a Itália Tetra-Campeã do Mundo tem outra importância.
Contudo, quando na sequência do "Apito Dourado" começarem a deduzir os Campeonatos da batota, admito que cada título que sobrar para o teu clube já merecerá uma celebração especial! :-)
Sr. Freitas Pereira: Muito obrigado; do "vírus mau" já não sobram mais que uns resquícios.
Em relação a Saddam Hussein e aos crimes contra os Curdos, penso que o plano é avançar com o respectivo julgamento, mesmo na ausência do principal réu. Não sei se fará muito sentido, a não ser que os sobreviventes possam ser objecto de alguma compensação...
As mid-term elections nos EUA podiam figurar, embora eu não as colocasse necessariamente no "Best". Questão de gostos perhaps... Já quanto ao Chile, penso que seria uma sobrevalorização das respectivas eleições. Por favor não leve a mal, mas não terá sido uma escolha influenciada pelo óbito do General Pinochet?
Concordo com as sugestões que teve o cuidado de fazer para o "Worst", com a excepção do duplo NÃO da Holanda e da França: primeiro porque já foi em 2005 e segundo porque não acho que tenha sido negativo. No seu lugar também não teria grandes ilusões para 2007, porque o Ministro Francês para os Assuntos europeus já foi dizendo que a Alemanha pdoerá ter valiosos contributos, mas que a questão constitucional só se resolverá durante a Presidência Francesa em 2008. Deve ter sido mais uma contribuição para a democracia! O Referendo Europeu foi, concerteza, um devaneio, mas olhe que, no seu lugar, não apostava que o SIM ganharia um desafio desses!
Ah! Ao sublinhar o downside da globalização, também poderia salientar os aspectos positivos.
For the Best and For the Worst: penso que estamos de acordo em tudo. Muito interessante e importante a chamada de atenção para a Rússia. É dos países a seguir com maior atenção em 2007.
P.S. Estamos quites: desta vez foi o Senhor que se enganou no meu nome. :-)
Hugo: Obrigado pela tua visita e comentário. É irónico teres colocado o Bush e o Chávez no mesmo barco. Quanto ao Saddam (não consigo abdicar das maiúsculas) estou de acordo contigo, mas há sempre alguém que gosta da "Besta"!
Tal como Senhor Freitas Pereira rematou no comentário anterior ao teu, realmente o "Worst" ganhou claramente ao "Best" em 2006 e não auguro um resultado diferente para 2007!
Destacaria ainda o ressurgimento da "Mãe Rússia", cujo protagonismo faz falta ao euilíbrio do SRI.
Senhor Rui Miguel Ribeiro:
Duas palavras só sobre aquela sua frase de incluir ou não os resultados das eleições "mid-term" nos "Best" segundo os gostos ! :- Sabe, recebi ontem um telefonema do meu amigo Wayne , que vive em Austin (Texas). Dizia-me ele " O costume nos EUA quando um Presidente deixa a Casa Branca é de escrever as suas memórias e criar uma biblioteca que recebe o seu nome. Como ele foi o Governador deste Estado, espero que G.Bush não terá a má ideia de a criar em Austin, mas antes lá para os confins do Utah "! Claro que todos os gostos são deste mundo
Gonçalo: Efectivamente, à Rússia pode caber um papel muito importante no SRI. Resta saber que papel está esta Rússia disposta a desempenhar. A tua própria expressão "Mãe Rússia" é susceptível de interpretações diversas. Já agora, qual é a tua?
É claro Sr. Freitas Pereira. Aliás, a maioria dos Texanos preferiria ter a Biblioteca de George W. Bush do que a de John Kerry. Olhe, eu sei que é uma impossibilidade, mas eu bem que gostaria que ele a instalasse em Guimarães ou no Porto. Era uma mais valia.
Foi apenas uma alusão histórica e quase romântica.
Mas não duvides que a tentaçã imperial se mantém, sob a forma de energia...
Por outro lado, internamente, os russos sempre olharão para o Presidente como o "paizinho" (a expressão é comum, na Rússia), já que a elite será sempre isso mesmo, não sendo possível fazer milagres.
Senhor Rui Miguel Ribeiro : Desculpe por favor o erro do seu nome! Devido a um erro de navegação entre três "blogs" amigos! Estamos quites, na verdade!
a)- O " NON " à Constituição foi realmente em 2005, tem razão, mas o facto que a Europa continue a padecer desse voto negativo , que foi, quanto a mim ,altamente prejudicial e nos fez perder uns anos na sua construção, leva-me, quase como uma obsessão, a lastimar esse facto.
b)- Um comentário ainda quanto a Saddam, e à sua observação que " ainda há quem goste dele": creio que só os Sunitas, no Iraque, e talvez nem todos, e alguns outros nos países onde o Sunismo é majoritário, lamentam a morte do ditador.
Eu só lamento a celeridade do julgamento, como se a rapidez fosse determinante , afim talvez de evitar que os democratas que vão controlar agora as duas assembleias em Washington não viessem mudar o rumo do processo, com o risco de por em evidência as responsabilidades dos ocidentais ao longo dos vinte últimos anos. Alias, não sei se sabe que uma das condições impostas pelos EUA neste processo foi de proibir toda acusação contra os lideres ocidentais.
E lamento também o que já disse, i.e. o espectáculo sórdido do enforcamento, digno do que fizeram os comunistas noutros tempos, e que isso tivesse sido feito no dia da festa religiosa de l'Aïd al-Adha, o que só pode exacerbar o ódio no Iraque e no mundo. Indigno dos valores que levaram a coligação a combater no Iraque.
d)- Quanto a um eventual referendo na Europa sobre a Constituição, crê realmente que o " SIM " não ganharia , sabendo que um grande numero de países já a adoptaram ? Qual seria, na sua opinião, a melhor solução para dar a voz aos Povos da Europa ?
e)- Sim, sim, as mid-term elections fazem parte do catálogo dos "Best", sob a forma do "NO" ...a G.Bush!
f)- Se me permitir gostaria de fazer um comentário à parte , mais tarde, sobre os diferentes aspectos da globalização. Is it ok for you ? Mas gostaria de deixar aqui jà, dois ou três aspectos importantes :-
1)- O facto que a globalização retira cada vez mais a autoridade económica e portanto social e política aos governos , esta autoridade passando cada vez mais para as mãos dos "decision makers" das grandes multinacionais , que aproveitam duma maneira extraordinária a vaga de liberalismo actual para auferir grandes lucros.
2)- A situação da classe média que continua a baixar na escala económica, enquanto os tais 10% da classe superior são cada vez mais ricos (resultado do ponto 1- acima). Agitação social em perspectiva.
3)- O desequilibro da economia, que se pode traduzir em 2007 por um crescimento de 4 a 5% do GNP no mundo, enquanto os nossos países ocidentais terão dificuldades para alcançar os 2 ou 2,5%. Mas a globalização, à medida que as "nossas" industrias se "deslocalisam" vão permitir à China e aos outros parceiros asiáticos crescimento na ordem dos 8 ou 10%.
More later if you agree!
Gonçalo: Concordo contigo - a tentação, eu diria pulsão, imperial nunca desapareceu na Rússia. Terá ficado um pouco adormecida no período de atordoamento na primeira metade dos anos 90, but it is back with a vengeance.
Sr. Freitas Pereira:
1- Não penso, realmente, que o Tratado Constitucional fosse para a UE e, ao contrário de alguns europeístas fervorosos, eu prefiro não ter tratado a ter um mau tratado.
2-Eu não disse que o NÃO ganharia à escala europeia, mas creio que seria uma real possibilidade. O facto de a maioria dos Estados-Membros ter ratificado o TCE não é relevante para o caso, visto que a maioria o fez por votação nos parlamentos; como sabe, se a Holanda e a França tivessem adoptado essa emtodologia, o TCE teria sido ratificado em ambos. E este é um dos problemas que mais me preocupa: a perspectiva de que uma parte significativa (maioritária ou não) dos Europeus não se reveja na construção europeia tal como ela tem vindo a ser conduzida.
3- Condenação de Saddam: SIM. Divulgação de imagens da execução: NÃO. Totalmente de acordo consigo - é degradante, aviltante e incentiva os piores instintos.
4- Globalisation: go ahead, it will certainly be my pleasure and my (and the readers') gain.
Ano foleiro.
Pelo menos a Itália brilhou e o Saddam dançou.
Mal estamos nós com o nosso navio a ir ao fundo!!!
Paulo
Por cada coisa boa, uma má. Para mim o melhor é mesmo o MI5 e outros salvarem-nos de atentados assassinos. A eleição do Cavaco também foi boa.
A situação de Portugal e dos portugueses é que é uma tristeza...
Cristina
Muito curiosas e invulgares as escolhas para best e worst do ano. Mas foi isso que achei mais interessante: ir buscar o MI5 como símbolo da luta contra o terrorismo internacional e a proliferação nuclear com uma imagem de Hiroshima como símbolo das ameaças que maracarm 2006 pareceu-me fantástico. Gostei.
José Manuel
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