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25 janeiro, 2014

Fehér e Eusébio nas Estrelas

FEHÉR E EUSÉBIO
NAS ESTRELAS


Faz hoje exactamente 10 anos fui ao futebol com o Afonso Duarte. Uma noite de chuva inclemente atenuada pelo conforto do camarote presidencial. Muito perto do fim, o improvável Fernando Aguiar marca para o Benfica o único golo do jogo, assistido por Miklos Fehér.

A alegria de uma vitória difícil arrancada a ferros durou poucos minutos. No momento da queda fatal de Fehér, perdemos todos. Irreversivelmente. Passou uma década e hoje, ao rever as imagens, fiquei com um nó no estômago e senti um arrepio. Estar no Estádio D. Afonso Henriques a torcer desesperadamente para que aquilo não fosse o que parecia ser e que foi mesmo, somado à aflição de tentar (em vão) que um menino de 4 anos não percepcionasse a tragédia que estava a testemunhar, são momentos que não esquecerei.

Ironia do destino, a trágica morte de Miklos Fehér aconteceu no dia em o melhor jogador da História do Benfica e seu símbolo maior, fazia anos. Fazia, porque também ele já partiu. Um e outro estão gravados de forma indelével na memória dos Benfiquistas (e não só). Fehér partiu muito muito cedo e a morte de um jovem, em pleno relvado, perante milhares de pessoas, visto por milhões, tem contornos de tragédia. Eusébio, simplesmente porque foi, é e será o maior. O Rei!

Tal como o Afonso disse no dia seguinte ao da tragédia (http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2007/01/pap-o-fehr-est-nas-estrelas.html), Fehér e Eusébio estão nas estrelas. Que Deus os guarde.



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25 janeiro, 2007

"Papá: O Fehér está nas Estrelas?"

“PAPÁ: O FEHÉR ESTÁ NAS ESTRELAS?"


Há precisamente 3 anos, levei pela primeira vez o meu filho Afonso Duarte a ver um jogo do Campeonato Nacional no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Era uma noite invernosa, mas havia muita gente no Estádio; afinal era um Vitória de Guimarães-Benfica.

O jogo aproximava-se do final com um persistente 0-0, até que o Benfica marcou o único golo do jogo através de um dos mais improváveis jogadores: Fernando Aguiar. Já quase ninguém se lembrará, porque nunca um golo decisivo no fim de um jogo terá sido tão irrelevante. Desse jogo ficou a memória do jogador que fez a assistência. Era Húngaro e tinha o nº 29. Já nos descontos, viu um amarelo, sorriu, caiu e não se levantou mais. Miklós Fehér.
 
O último sorriso.


Já passaram 3 anos e ainda hoje sinto um nó no estômago quando me lembro que fomos ao Estádio para ver um homem morrer. Os meus esforços para desviar a atenção do Afonso resultaram infrutíferos com a avalanche noticiosa que se seguiu em todos os media.


No dia seguinte tive uma conversa com o Afonso (tinha 4 anos, quase 5) para tentar explicar-lhe o que realmente havia sucedido. Ele ouviu-me com muita atenção e no final perguntou-me:


- “Papá: O Fehér está nas estrelas, não está?”


- “Sim Filhoteco. Está lá e deve estar a ver-nos, contente porque não nos esquecemos dele.”

Dei-lhe um abraço, olhámos para o céu e voltamos para casa.


Simão e Nuno Gomes, capitães do Benfica, colocam uma coroa de flores
no local onde Fehér caiu.
 
Seis meses mais tarde, no jardim da casa de Mindelo, jogávamos a bola e o Afonso personificava vários jogadores do Benfica: ora era o Nuno Gomes ou o Mantorras que marcavam um golo, o Simão ou o Zahovic que faziam uma finta, o Tiago, ou o Petit que faziam um passe. Até que a dada altura, foi o Fehér que marcou um golo. Fiquei estupefacto! Passados aqueles dias de Janeiro/Fevereiro, o assunto deixara de ser abordado.

E pensei que o Miklós Fehér devia estar mesmo contente, porque realmente não nos esquecemos dele. Mesmo um menino que tinha apenas 4 anos nunca mais se esqueceu de Miklós Fehér, o nº 29 do Benfica que num dos primeiros jogos que ele foi ver, fez o seu último jogo.

Eu e o Afonso sabemos que vês o Estádio da Luz com a tua camisola 29 gigante e a bandeira da Hungria e ouves os adeptos a cantarem MIKLÓS FEHÉR e os teus colegas a dedicarem-te golos e vitórias e talvez nos vejas aos dois a olhar para a tua estrela…