08 junho, 2012

Another One Bites the Dust

ANOTHER ONE BITES
THE DUST



Abu Yahya al-Libi, the last Al Qaeda commander to bite the dust.

Mais um a morder o pó.

in “The Washington Post”, 5 June 2012

Maio 2011: Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda foi morto pelo Team 6 dos Navy Seals, as forças especiais da US Navy.
 
 
Agosto 2011: Atiyah abd al-Rahman, nº 2 da Al Qaeda, foi morto de um míssil disparado por um drone norte-americano.

Junho 2012: Abu Yahya al-Libi, nº 2 da Al Qaeda, foi morto por um míssil disparado de um drone norte-americano, no Waziristão do Norte (Paquistão).

No espaço de um ano, o vértice da liderança da Al Qaeda foi abatido. Só resta Al-Zawahiri, nº 2 de Bin Laden e actual líder da organização.

A utilização de drones (aeronaves não tripulados, controladas remotamente), iniciada por George W. Bush e continuada e massificada por Barack Obama, continua a dizimar o núcleo central da Al Qaeda, bem como, o seu franchising no Iémen (AQAP – Al Qaeda in the Arabian Peninsula). De acordo com o Long War Jpurnal, este ano já terão sido realizados 43 ataques por drones: 22 no Iémen e 21 no Paquistão, o que dá uma ideia da intensidade do uso desta arma.

Al-Libi, originário da Líbia, tal como o seu antecessor, foi promovido de nº 3 da Al Qaeda a nº 2 após a morte de Bin Laden. Era considerada uma figura crucial na estrutura da organização: veterano do combate contra o Exército Vermelho no Afeganistão, referência espiritual e religiosa da Al Qaeda e o seu líder operacional, responsável pela ligação com o Norte de África; era tido como um radical, mesmo para os standards da Al Qaeda, ferozmente anti-ocidental e anti-xiita.

Em função do seu perfil e do seu CV, somado à sucessão de mortes entre os quadros médios e superiores da Al Qaeda central, é verosímil que esta perda tenha um acrescido impacto na sua coesão e operacionalidade. Como sempre nestes casos, será prematuro festejar a morte da Al Qaeda. No entanto, a sua capacidade operacional vai sendo cada vez mais limitada.



NOTA: Como homenagem aos Queen, que deram a inspiração para o título deste post, deixo aqui o vídeo de “Another One Bites The Dust”



4 comentários:

Anónimo disse...

Com que então, lá foi mais um... Haja Deus, né? Coitada da Al Qaeda!

Estella

Defreitas disse...

Se o Ocidente deseja realmente ver-se livre do perigo permanente que constitui Al-Qaïda, deve começar por compreender a sua natureza e as suas raízes políticas, isto é, as origens históricas, sociais e políticas da organização e o itinerário de Ben Laden, este homem riquíssimo criado na alta burguesia saudita.

Este fanático conseguiu ensinar a um grupo de fanáticos a transformarem-se em terroristas, prontos a morrer em mártires e assassinar, e criador duma estratégia de recrutamento pertinente e eficaz, assim como um controlo perfeito dos media.

Quando Ben Laden difundiu a mensagem terrível de ameaças, da « djihad contra os Americanos que ocupam a terra dos lugares santos da Mecca e de Medina, sabia-se que encontraria um eco enorme no bilião de muçulmanos da Terra.,

Inquieta-me o facto que Al-Qaïda se desenvolva hoje na África, onde tantos países continuam a ser governados por ditadores , subvencionados e apoiados pelo Ocidente e pela China agora), por causa das matérias primas , que mantêm os povos na escravatura, terreno fértil para o terrorismo.

Por isso tem razao quando escreve que é prematuro de pensar que Al-Qaïda acabou.

Freitas Pereira

Rui Miguel Ribeiro disse...

Cara Estella,
Tem sido coitada realmente: os últimos anos têm sido mortíferos para a organização. Agora é preciso manter a pressão.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Sr. De Freitas,
Tem toda a razão. Já se cortaram algumas cabeças à hidra, mas ela ainda mexe e vai procurando os elos mais fracos do sistema internacional para se implantar (vide Iémene, Somália, Mali, etc).
E é verdade que a vertente militar não pode ser a única adoptada neste combate: o social, o político, o religioso, a internet, os media, são outras frentes deste combate.