GESTÃO DANOSA, ROUBO E EXTORSÃO
É há muito tempo evidente que a capacidade de gestão financeira dos governos de José Sócrates é catastrófica. Portugal tem sido tão mal gerido e chegou a um estado tão desesperado, que se poderia qualificar de danosa a gestão (???) que o PS tem feito do erário público.
Como já aqui referi em post anterior, o Governo andou mais de 2 anos contrair o deficit orçamental de 6% para 2.8% fundamentalmente à custa da penalização fiscal dos cidadãos, para de seguida, a coberto da crise internacional e tendo as eleições de 2009 na mira, recomeçar a gastar em roda livre, fazendo o deficit explodir para os 9%. Neste caso, já teremos um caso de enriquecimento sem causa, ou mesmo de roubo.
Em 2010, depois de meses de negação, seguida da solução (??) sob a forma do PEC I, após nova solução (???) com o PEC II, segue-se o PEC III que pelos vistos pouco resolvia dado que já foi ultrapassado pela proposta de orçamento para 2011, que consegue ser ainda mais gravosa. Na realidade, é uma tentativa de extorsão. Aumenta o IVA, aumenta o IRS, aumenta o IRC, diminuem as prestações sociais, os pensionistas pagam mais, enfim, cortam-se os dedos (os nosso, entenda-se), mas salvam-se os anéis (deles, entenda-se).
A proposta de orçamento para 2011 vai relançar Portugal na recessão e os Portugueses na depressão e não nos aponta uma via de saída para a crise: continuamos com um Estado gordo que explora uma população empobrecida. Chegou a altura de cortar de forma radical com os institutos e outros organismos que inflacionam as contas do Estado, com investimentos (???) faraónicos de retorno duvidoso e que se apresentam quase como uma obscenidade no contexto actual, maxime o TGV, com a multiplicidade de pareceres e estudos externos, com as despesas sumptuárias, com o recurso incontinente a parcerias público-privadas que se vêem revelando ruinosas, com os benefícios injustificáveis (juízes, dirigentes da administração pública, de empresas e institutos públicos) e com o acesso ilegítimo a benefícios sociais.
Claro que a metodologia apresentada é mais fácil e protege os interesses instalados. Também é mais fácil cortar arbitrariamente os salários dos funcionários do que conseguir melhorar os índices de produtividade, tornando o trabalho mais barato, por exemplo, canalizando os ditos estudos, consultas e pareceres para a administração pública em vez de alguns privilegiados gabinetes.
Por tudo isto, eu desejo (mas não espero) que o orçamento seja drasticamente alterado ou rotundamente chumbado. Pouco me importa o consenso da nomenklatura nacional sobre a aprovação do documento (por quase todos reconhecido como mau) representa o pântano do situacionismo em Portugal que muito tem construído para o gradual afundamento do país; ou, ainda menos, os apelos, conselhos, avisos e admoestações dos funcionários públicos residentes na Bélgica.
Entendo que um mau orçamento não pode ser solução para coisa nenhuma. Estou convicto que a carga fiscal que incide sobre os Portugueses já é excessiva e não devia ser tolerada. Penso que um orçamento que castiga severamente os cidadãos e as famílias vai afundar economicamente muitos Portugueses, bastantes empresas e, a prazo, o país.
Post Scriptum: José Sócrates declarou, qual Pinóquio, que só este orçamento pode salvar a economia, promover o crescimento e proteger o estado social. Isto dito noutro tempo e no Parque Meyer, seria hilariante. Dito agora e pelo Primeiro-Ministro é desprezível e revoltante.
P. Post Scriptum: Gato escaldado de água fria tem medo. Confesso que sempre tive as maiores dúvidas que Pedro Passos Coelho levasse a sua recusa de novo assalto fiscal até às últimas consequências e nunca pensou que a levasse até tão longe. As notícias que vão flutuando desde ontem, apontam para que essa resistência (??) terá terminado. Se assim for, escusa de pedir desculpa, basta ir-se embora.