NÃO AO ANTI-SEMITISMO
Tenho uma grande admiração por Israel. Admiro
um povo perseguido, acossado, chacinado que conseguiu, num ambiente hostil,
construir um país que é, no contexto do Médio Oriente, um modelo de democracia
e de desenvolvimento económico, social, cultural,
tecnológico e, também, de poder militar.
É evidente que Israel não é o paraíso
na Terra e enferma de males passados e presentes; uns, males necessários,
outros, males evitáveis. Não vejo porém, no Médio Oriente e em grande parte do
mundo, quem tenha moral para lançar a primeira pedra.
Vem isto a propósito de um assunto para
o qual fui alertado por um editorial do “Washington Post” (http://www.washingtonpost.com/opinions/us-scholars-are-misguided-in-boycotting-israel/2013/12/22/510654b0-67f7-11e3-8b5b-a77187b716a3_print.html) e em dois artigos de opinião no mesmo jornal. Por eles fiquei a saber que uma
tal de American Studies Association
que conta com 5000 académicos como membros, votou a favor de um boicote às
universidades de Israel (e aos respectivos académicos), alegando que as mesmas
negam os direitos humanos e académicos aos Palestinianos.
Tendo em conta que em Israel as
pessoas, árabes incluídos têm mais direitos do que em qualquer estado da região
e considerando que se desconhece que a famigerada organização tenha tomado
posição semelhante relativamente às universidades da China, da Arábia Saudita,
do Irão, da Síria, de Cuba, do Uzbequistão, do Congo, do Sudão, da Birmânia,
para dar apenas alguns exemplos, parece óbvio que existem motivações
inconfessáveis que flutuarão algures entre um exercício bacoco do chamado
politicamente correcto e o anti-semitismo primário.
Num desses artigos, da autoria de
Charles Krauthammer (http://www.washingtonpost.com/opinions/charles-krauthammer-how-to-fight-academic-bigotry/2014/01/09/64f482ee-795e-11e3-af7f-13bf0e9965f6_story.html?wpisrc=nl_opinions), conhecido colunista de direita e judeu, é fornecido o link de uma carta
aberta originalmente escrita por dois académicos norte-americanos (Alan
Dershowitz – Professor de Direoto em Harvard e Stephen Weinberg – Prémio Nobel
da Física) em 2007 e agora reactivada.
A declaração, clara e sintética reza
assim:
A
Call to Academics Worldwide to Join Nobel Laureates and University Presidents
to Stand in Solidarity with Israeli Academics Facing Threats of Boycott
"We are academics, scholars, researchers and professionals of
differing religious and political perspectives. We all agree that singling out
Israelis for an academic boycott is wrong. To show our solidarity with our
Israeli academics in this matter, we, the undersigned, hereby declare ourselves
to be Israeli academics for purposes of any academic boycott. We will regard
ourselves as Israeli academics and decline to participate in any activity from
which Israeli academics are excluded."
Acho que é uma excelente forma de marcar posição e demonstrar
solidariedade. Hoje, tornei-me o 14.372º académico a subscrever a declaração.
No passado, o silêncio e a indiferença ajudaram por omissão a
perseguição, o roubo e o assassínio de milhões de Judeus. Anti-semitismo não! Holocausto
nunca mais!!!