O TRIÂNGULO EUA-PAQUISTÃO-AL QAEDA
As suspeitas que rodeiam relacionamento entre Bin Laden e o aparelho securitário paquistanês?
in “The Washington Post”
A liquidação do líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, por tropas especiais dos Estados Unidos foi uma excelente notícia. Contudo, o facto de ele viver desde 2006 bem dentro do Paquistão, tem levantado uma neblina que ameaça envenenar ainda mais as relações entre Washington e Islamabad.
Ao contrário da maioria das expectativas, Bin Laden não estava refugiado nas zonas remotas do Paquistão que confinam com o Afeganistão, mas sim numa pacata cidade a cerca de 100km da capital, Islamabad e a 1km da Academia Militar do Paquistão.
Por vezes, os locais mais expostos são os melhores esconderijos porque ninguém procura nesses sítios. Porém, dado o historial ambivalente do Paquistão, particularmente dos seus serviços secretos (ISI – Inter-Service Intelligence), envolvidos na criação dos Taliban e ciosos da manutenção de laços com os grupos islamitas radicais, a localização do refúgio de Bin Laden é bastante suspeita.
A relação entre os EUA e o Paquistão está pejada de atritos e arrufos, mas o certo é que se vai mantendo ao longo dos anos e das décadas. No presente, a realidade é que Norte-Americanos e Paquistaneses precisam uns dos outros por motivos estratégicos, políticos e militares, onde se cruzam os interesses no Afeganistão, as relações com a Índia, o combate contra a Al Qaeda e a guerra e diplomacia com os Taliban (os Afegãos e os Paquistaneses). Como tal, com ou sem suspeitas, com mais ou menos reclamações e protestos, com entendimentos e desentendimentos, os EUA e o Paquistão estão condenados a continuarem a ser parceiros estartégicos no Sul da Ásia e não será o affair Al Qaeda/Bin Laden que os separará.
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