23 março, 2006

Laranja Sedenta

LARANJA SEDENTA


XXVIII Congresso do PSD, em Lisboa. Estatutos em jogo, eleições directas são o grande (único?) destaque.

Pedro Santana Lopes propôs este sistema em 1996; Luís Filipe Meneses em 2005; Luís Marques Mendes em 2006. O anterior Presidente, o actual Presidente e o possível futuro Presidente do PSD, convergem na mudança estatutária fundamental. Mesmo assim são necessárias laboriosas negociações para garantir os 60% (estatutariamente) necessários para alterar os estatutos. O Congresso boceja.

Contados os votos, as eleições directas colhem cerca de 80% dos votos. Vitória esmagadora. Entusiasmo nulo. Os vencedores são tantos que ninguém sai em triunfo. Os vencidos vão embora com a discrição garantida pelo desinteresse geral.

Terminado o turbilhão de um ano de avalanche eleitoral, perdendo as eleições mais importantes, mas com um score final favorável de 2-1, o PSD olha para aridez de mais de 3 anos de um deserto eleitoral e a laranja parece mirrar, sedenta de ideias, carente de causas e de objectivos. E o problema principal não estará nos Estatutos.

1 comentário:

Anónimo disse...

O grande problema do PSD nem é o lider,nem as directas nem a questão estatutária.O cerne da questão está nas estruturas intermédias,nomeadamente as distritais,que de forma geral estão entregues a dirigentes(especialmente presidentes)que são o que de pior a politica tem.
Veja-se o Preto de Lisboa,o Soares de Coimbra ou o Costa de Braga e tem-se o retrato do problema.