FORAS DA LEI
Como é que se
qualificaria um grupo de pessoas que viola a lei de forma contumaz, ameaça e
pressiona o tribunal durante o processo de deliberação, insulta e agride os
juízes depois de ser anunciado o veredicto, ainda tem o desaforo de se
vangloriar que vai repetir a ilegalidade de outra forma e, finalmente, cumpre a
ameaça, repetindo depois todo o processo?
Bandidos?
Criminosos? Bandoleiros? Mafiosos? Gente de má índole? Tiranetes? Foras da lei?
“Incompreensível”, diz
Coelho com um fácies revoltado, como se alguém se surpreendesse por ele não compreender
um acórdão do Tribunal Constitucional (TC). Uma pequena ajuda gratuita: É
PROIBIDO violar a Constituição. Também é proibido roubar e isso nunca o deteve,
talvez decorra daí a confusão do infeliz.
“Servidão fiscal”
clama Paulo Portas com aquele trejeito que faz quando acha que desferiu um
sound byte demolidor. O Ministro
das cervejas, perdão, da Economia fez de câmara de ressonância do chefe. Temos,
pois, o Vice-Primeiro-Ministro do Governo que aplicou os mais violentos e
gravosos roubos fiscais de que há memória, a acusar alguém de pugnar pela
servidão fiscal. É preciso, além de se ser fora da lei, ter um descaramento
colossal.
Marco António Costa, o
caceteiro de serviço do PSD de Coelho, acusou o TC de invadir a área de competência
do Parlamento, sendo que o
putativo visado não se queixou. Portanto, para o PSD actual, a fiscalização da constitucionalidade
dos diplomas legais deve estar na esfera parlamentar, pelo menos enquanto lá
estiver em maioria.
Coelho, cego de raiva
por não o deixarem fazer o que lhe apetece, atacou os juízes do TC por terem insuficiente
escrutínio na altura da sua selecção, acusação espantosa vinda de um parasita
incompetente e desonesto que chegou a Primeiro-Ministro.
Claramente, esta
quadrilha de foras da lei não tem:
*
Vergonha na cara;
*
Limites para a capacidade de extorquir os cidadãos;
*
Espírito democrático.
E tem:
*
Um grande desrespeito pelas leis, instituições e pessoas;
*
Um tremendo mau perder;
*
Uma subserviência miserável para com os fortes, cá dentro e lá fora.
Algumas
questões pertinentes:
1- Porque é que o
Governo não faz a verdadeira e prometida reforma do Estado, tornando-o mais
eficaz e reduzindo-lhe as competências e áreas de intervenção?
2- Porque é que o
Governo não corta drasticamente as despesas sumptuárias, os estudos, as
comissões, os pareceres milionários e os serviços contratados junto do sector
financeiro?
3- Porque é que o
Governo não moraliza o sector energético, talvez a única recomendação da Troika
que se recusa a seguir?
4- Porque é que o
Governo não revê de forma drástica as PPP, unilateralmente se preciso for?
Em relação às
questões 3 e 4, se há coisa que o Governo tem praticado nestes 3 anos, é a
alteração unilateral e compulsiva de contratos e compromissos, portanto não há
desculpas para não o fazer com todos.
Isso não
acontecerá porque o Governo comporta-se como o pequeno gangster de bairro que
pratica a extorsão aos pequenos comerciantes que aterroriza com ameaças de
espancamento a quem ousar resistir, mas que foge amedrontado quando confrontado
com máfias mais poderosas.
Além de serem foras da
lei, são cobardes!
P.S. Há, porém, um aspecto que é de facto incompreensível: que a inconstitucionalidade
só valha de Junho a Dezembro e não exista entre Janeiro e Maio. Já é a
segunda vez que o TC faz esta habilidade,
mas a justiça salomónica raramente é justa e este não é, definitivamente, um
desses casos.
3 comentários:
E pensar de onde vem o PSD... o que lhe fizeram... o que se premitiram fazer ao regime Republicano, Constitucional e Democrático. Para que buraco rojaram sem o mínimo pundonor o Estado de Direito. Crápulas asquerosos, miseráveis cabotinos, safardanas sem Pátria e sem moral. Um bando de facínoras, eis ao que estamos reduzidos - e eis o monte de bosta (eu nunca seria capaz de escrever "merda" no teu blogue) em que ainda cerca de 1/3 (!!!) do eleitorado pensa em votar...
É verdade, é inacreditável donde se veio e onde se chegou.
E também acho espantoso (embora não surpreendente) os 27% da AD, que nas legislativas de 2015 serão seguramente na casa dos 30%.
Há quem goste de ser saco de pancada.....
É verdade, é inacreditável donde se veio e onde se chegou.
E também acho espantoso (embora não surpreendente) os 27% da AD, que nas legislativas de 2015 serão seguramente na casa dos 30%.
Há quem goste de ser saco de pancada.....
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