ESTADO
ISLÂMICO DO IRAQUE OCIDENTAL
E SÍRIA ORIENTAL
O Estado Islâmico do Iraque Ocidental e Síria
Oriental poderia ocupar sensivelmente o espaço no Nordeste da Síria entre os
rios Tigre (a Leste) e Eufrates (a Oeste) e, no Iraque, o território entre o Tigre
a a fronteira com a Arábia Saudita sensivelmente até à latitude de Baqubah, a
norte de Bagdad. (ver mapa infra)
in “EHS World Studies Jackoboice” em https://ehsworldstudiesjackoboice.wikispaces.com/
in “EHS World Studies Jackoboice” em https://ehsworldstudiesjackoboice.wikispaces.com/
Na sequência dos sucessos que o Estado Islâmico do Iraque e do Levante
(Islamic State of Iraq and the Levant – ISIL)* vai
registando no Iraque e da solidificação da sua presença no Nordeste e Leste da
Síria, traça-se um novo cenário apocalíptico.
O
enredo desenrola-se da seguinte forma: o ISIL sabe que será muito difícil tomar
Bagdad e o mesmo se aplica a Damasco. Por outro lado, está ciente que detém um
grau significativo de controlo sobre regiões do Nordeste e Leste da
Síria e do Oeste e até do Norte do
Iraque. Estas zonas têm três factores atractivos: são contíguas, têm uma larga
maioria sunita e têm petróleo. Daqui resulta:
Um
contínuo geográfico de razoável dimensão para formar um Estado viável e
defensável.
- Uma homogeneidade étnica e religiosa que lhe confere a unidade que falta a muitos Estados do Médio Oriente, nomeadamente a Síria e o Iraque.
- Um fonte de rendimento que lhe poderia garantir alguma viabilidade económica.
- Condições básicas para a criação do Estado Islâmico do Iraque Ocidental e Síria Oriental.
Se eu
fosse líder do ISIL, era o que eu faria: proclamar esse novo Estado, SE estivessem verificadas duas condições: um
vasto apoio popular nos dois lados da actual fronteira e capacidade para
defender as principais urbes do assédio do Exército Iraquiano.
As Províncias do Iraque. O Estado Islâmico do
Iraque Ocidental e Síria Oriental poderia incluir as Províncias de Anbar
(Oeste), Nínive (Norte), Salahadin (Centro Norte) e partes de Kirkuk e Diyala.
Pode
acontecer?
Poder,
pode, mas não terá grande viabilidade.
Por
um lado, falta-lhe um patrono, uma potência, mesmo regional, que lhe dê
cobertura política, diplomática, económica e até militar. O
único potencial candidato, a Arábia Saudita, está escaldado com a Al-Qaeda e
uma das coisas que menos deseja é o fortalecimento da organização terrorista.
Resta o apoio de entidades e indivíduos com muito dinheiro da região do Golfo
Pérsico, mas esses podem fornecer dinheiro e armamento, mas apoio político não.
Por outro lado, teria forte oposição de várias potências regionais, como o
Irão e a Turquia, o próprio Iraque e talvez a Arábia Saudita e potências
exógenas, como os Estados Unidos e o Reino Unido. Nem todos actuariam em
uníssono e de forma coordenada, mas não seria surpreendente que uma ou algumas
interviessem militarmente para aniquilar o putativo novo Estado. A grande maioria dos Estados
abomina a mera alusão a alterações de fronteiras, mas a criação de um Estado por uma organização terrorista seria o anátema
absoluto.
Pelo
lado positivo, para o ISIL, a criação do Estado islâmico do Iraque Ocidental e
Síria Oriental teria um grande impacto político que extravasaria o Médio Oriente,
representaria um triunfo sem precedentes para a Al-Qaeda e faria afluir ao novo
Estado inúmeros jihadistas e simpatizantes da causa do Califado Islâmico,
reforçando o poder, prestígio e influência do ISIL.
Seja como for, há perto de uma década que a Al-Qaeda não gozava de um
momento de triunfo deste calibre, para preocupação de quase todos e deespero da
Síria e do Iraque, ou para o que resta deles.
* Consoante as fontes, a organização é apresentada com a designação Islamic
State of Iraq and the Levant – ISIL ou Islamic State of Iraq and Syria.
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