31 julho, 2018

Jerusalém 200 Dias Depois


JERUSALÉM 200 DIAS DEPOIS

 
Inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.
in “The Cable” em https://www.thecable.ng  

No dia 6 de Dezembro de 2017, o Presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel e anunciou a consequente mudança da embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém, o que veio a suceder em Maio deste ano.

Nessa altura, escrevi que a histeria generalizada que se gerou acerca das consequências desta decisão (que decorre de uma deliberação do Senado datada de 1995!!!) ficariam muito, muito aquém das previsões de guerras e catástrofes.

Volvidos mais de 200 dias, nada de substancial ocorreu. Aconteceram as manifestações e recontros que afirmei que ocorreriam, especialmente na Faixa de Gaza e…pouco mais.

O que é que não aconteceu?

Não aconteceram as retaliações, a guerra, a instabilidade e o rompimento de relações por parte de estados do Médio Oriente que muitos apregoavam.

Recuando ao post de Dezembro, escrevi: A causa palestiniana há muito que caiu nas prioridades da generalidade do mundo árabe. O Irão, o Xiismo, as guerras na Síria, Iraque, Iémen e Líbia, as revoluções no Egipto, os diversos terrorismos, a queda do preço do petróleo, a reconversão económica, a evolução da política e da estratégia americana no Médio Oriente, constituem um rol de prioridades que ultrapassaram a Palestina. Consequentemente, o mais provável é que países como a Arábia Saudita, o Iraque e os Emiratos Árabes Unidos vocalizem o seu protesto, horror e repúdio, mas com poucas consequências práticas.

Tal e qual. Nem os ayatollahs radicais de Qom, nem o tiranete de Ankara, nem os reacccionários de Ryiadh, nem os acossados de Damasco, nem o generalíssimo do Cairo, nem as falanges xiitas de Bagdad, ninguém mexeu uma palha, ninguém marchou sobre Jerusalém.

Não houve novas guerras, não houve incremento do terrorismo, o Médio Oriente não está mais nem menos tenso do que estava antes do anúncio, Israel não foi mais hostilizado ou isolado do que antes. Reagiram, como de costume, os militantes e seguidores do grupo terrorista Hamas com rockets e os grupos anti-semitas no Ocidente com verborreia.

Em suma, a Leste, nada de novo.


P.S. Eu sei que é um esforço em vão, mas era tempo de deixar de reagir a acontecimentos relevantes de forma histérico-apocalíptica. Não serão um teste nuclear, uma mudança de embaixada, um coup d’état, ou um referendo que vão provocar a desordem global ou uma catástrofe. Take a deep breath. Get a grip!

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