02 julho, 2013

Gaspar Post-Mortem

GASPAR POST-MORTEM

 
Vítor Gaspar morreu. Politicamente é claro, mas morreu. Eu sei que após ele virá outro, no caso outra, que por acaso até foi sua cúmplice, ou pelo menos subordinada. Por isso, resolvi escrever um post post-mortem sobre Vítor Louçã Rabaça Gaspar, nome que encerra algumas curiosidades e ironias. Mas não vou por aí.

Independentemente de ter expectativas negativas relativamente a Maria Luís Albuquerque, só o facto de me ver livre de aturar aquele guarda-livros monocórdico, mesquinho, arrogante, incompetente e subserviente (a soldo de?) a Berlim, dá-me um certo alívio e conforto.

Penso que a generalidade do país partilha desta moderada satisfação por ver Gaspar partir. Eu sei que ainda ontem vi quem dissesse que viria o tempo em que os Portugueses reconheceriam os méritos do guarda-livros, supostamente porque há indicadores que melhoraram, como a balança externa.

Não creio que tal aconteça. Quaisquer que tenham sido os ganhos, foram obtidos com um custo brutal suportado pelos Portugueses, especialmente pela classe média, os funcionários públicos e os reformados e pensionistas.

Posso vangloriar-me de ter comprado um McLaren, se para tal tive de roubar, coagir, enganar e até espancar os meus amigos e vizinhos? É óbvio que não.

O mesmo se aplica a Gaspar que durante dois anos espoliou a maioria dos Portugueses, semeando miséria com desplante total e uma olímpica indiferença. Foi o nº 2 de um governo composto por dois partidos que se reclamam humanistas e que maltratou os Portugueses de forma desumana, destruindo a economia e destruindo a vida das pessoas.

Destruindo sim, porque a redução brutal dos rendimentos via aumentos fiscais, suplementos ao IRS, confisco de subsídios, aumentos do IVA, aumentos das contribuições para a CGA, eliminação de deduções fiscais, alteração maliciosa dos escalões de IRS, aumento unilateral do horário de trabalho, aumento dos dias de trabalho, que efeitos é que têm na vida das pessoas que têm compromissos com a banca, com os fornecedores de serviços básicos, com a família, com os filhos e que têm pouca ou nenhuma folga nos rendimentos? Efeitos graves, devastadores em muitos casos.

Isto nunca interessou a Gaspar e esse é o pior dos males. É isso que faz dele um indivíduo velhaco, sem carácter e sem humanismo e destituído de consciência social e é isso que o torna inelegível para governar. O desprezo pelas pessoas faz de Vítor Gaspar um ser desprezível. Nem um RIP merece.
 
 
 
P.S. Não quero deixar de fazer uma referência à atitude persecutória que Gaspar teve em relação aos funcionários públicos, penalizados até ao limite de todas as formas possíveis. Nunca ocorreu ao Sr. Gaspar, talvez por incapacidade, que primeiro redimensiona-se as funções do Estado e depois é que se ajusta o Estado ao seu novo papel. E respeitando as pessoas. Ironicamente, o próprio Gaspar é um espécie de funcionário público de carreira, com a diferença que beneficiou de rendimentos e mordomias que jamais estrão ao alcance da esmagadora maioria dos funcionários públicos.

P.P.S. Nomear para Ministro das Finanças uma Secretária de Estado que traz a mácula de séria suspeita de ter mentido ao Parlamento (já para não mencionar o facto de ter trabalhado com Gaspar), é mais uma  erro político crasso de Passos Coelho. No surprise.

P.P.S. Anteontem, a Isabel enviou-me uma SMS informando-me de que o Sr. Gaspar se demitira. Hoje, ao telefone com o pediatra dos meus 3 filhos, ele disse-me que acabara de receber um SMS anunciando a demissão de Paulo Portas. Parece que tenho de estar mais atento às notícias. Não obstante, com o texto terminado, decidi acrescentar este 3º post-scriptum e publicá-lo na mesma.

Sem comentários: