A CRIMEIA É DA RÚSSIA
A Crimeia é da Rússia.
Não se trata de um juízo de valor. Trata-se de um fait accompli. Aliás, já o é há dois meses, mas lendo notícias, análises e
comentários, parece haver gente que ainda não o tinha entendido.
Vladimir Putin e
veteranos russos da II Guerra Mundial levam flores para o Memorial dos Heróicos
Defensores de Sebastopol.
A parada militar do dia 9
de Maio presidida por Vladimir Putin foi uma espécie de consagração pública,
simbólica, festiva e in situ de um
facto há muito consumado.
A simbologia está
relacionada com a data. A 9 de Maio de 1945 o III Reich rendeu-se à URSS. Desde
essa data, a URSS (e desde 1992 a Rússia) celebra a vitória sobre a Alemanha na
II Guerra Mundial. Esse dia foi sempre marcado por festejos e paradas
militares.
Por outro lado, a
Crimeia foi palco de tremendos combates entre a URSS e a Alemanha em 1941/42,
destacando-se o longo cerco a Sebastopol que resistiu 8 meses à Wehrmacht. Por
isto, faz sentido a celebração ter ocorrido precisamente em Sebastopol.
Tal como o Exército
Vermelho libertou a Crimeia dos Alemães precisamente há 70 anos, o Exército
Russo a marchar pelas ruas de Sebastopol simboliza o retorno (libertação) da Crimeia à Mãe Rússia.
De forma mais
subtil, dado que Moscovo tem acusado o golpe que derrubou Yanukovych e o novo
poder que lhe sucedeu em Kiev de estar infiltrado de e influenciado por
fascistas e anti-semitas, a celebração da vitória sobre o Nazismo na Crimeia
tem um certo requinte florentino.
The million Dollar
question é saber o que pensavam os cidadãos de Donetsk, Kharkov, Luhnask,
Dniepropetrovsk, Mariupol e Odessa, enquanto assistiam aos triunfos da Rússia
do passado e do presente. Aí poderá estar a chave do futuro próximo.
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