ATÉ
RI
Tenho visto muito pouco o Telejornal. Ontem vi. Os
leitores de Tempos Interessantes sabem que a minha paciência com este
Governo se esgotou há muito tempo. Eu diria que se a paciência fosse liquidez e
a falta dela fosse dívida, a dívida deste Governo já teria ultrapassado há
muito a da Grécia. Consequentemente, é frequente haver intervenções do Governo
ou da maioria parlamentar que me provocam irritação.
Contudo, devo estar a entrar numa nova fase, porque o que ouvi
no dito Telejornal, até me fez….rir. É verdade, ri. Seriously? Yes!
A Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que declarara
no dia 15 de Abril que não havia mais aumentos de impostos, anuncia e defende o
aumento do IVA e da TSU que, em termos práticos acaba por ser mais um imposto,
mesmo que não o seja formalmente. Previsível. Ri.
Teresa Coelho do PSD declara ufana que “este é um
momento histórico para Portugal”. Ri-me.
E acrescenta com veemência que “é intolerável que a oposição não reconheça que
este é um resultado absolutamente extraordinário”, referindo-se às patifarias
que o Governo tem vindo a fazer... Ri à
gargalhada!
Nuno Magalhães do CDS contornou a crítica da mentira da
promessa de não haver novos aumentos fiscais afirmando que o dinheiro
arrecadado pelo aumento do IVA serviria para financiar pensões, pelo que era
absolutamente diferente. Fartei-me de
rir.
Luís Montenegro conseguiu queixar-se com um ar sério “que ninguém tenha
ainda sido capaz de felicitar o executivo por o país estar a 15 dias do
encerramento do programa de ajustamento com a saída mais favorável que podíamos
antecipar." Quase rebolei a rir!
Podem
perguntar-me: mas é caso para rir? Isso não é trágico?
Sim,
têm razão, mas a actuação do Governo e respectivos deputados já atingiu tais
níveis de insanidade que entra no foro do ridículo. Como se sabe, o ridículo
mata. Neste caso, infelizmente, tal ainda não aconteceu.
Contudo, o ridículo
pode ser hilariante e, quiçá também por desespero, o ridículo daquelas figuras
medíocres a pronunciarem aquelas alarvidades, mentindo sem pudor e fazendo
figura de parvos ao tentar fazer de todos nós parvos, tudo isto enquanto
tentavam assumir a pose séria de estadistas que nós sabemos que não são, fez-me
rir.
Chegamos
ao ponto em que a reacção perante quem nos governa, varia entre o impropério de
quem é sujeito a abusos e maus-tratos e o riso que noutros tempos se dirigia
aos parvos e aos bobos.
NOTA: Não obstante o
ridículo de ontem me ter acometido de riso, o estado da governação não tem
piada nenhuma. Além da mentira descarada, adivinham-se mentiras encapotadas.
Será surpreendente a roçar o inacreditável se os 20% do saque repostos*em 2015 não forem
engolidos pela tabela única da função pública e pela revisão dos suplementos.
* Trata-se de uma
simplificação enganosa, porque serão repostos a partir de 2015. O que foi
roubado em 2011, 2012, 2013 e 2014 não foi nem jamais será devolvido. Os crimes
do Estado compensam.
1 comentário:
Podemos acusa-los de muita coisa: são mentirosos, são alarves, são cabotinos, são incompetentes, são mais falsos que Judas, são ridículos demais para serem governo, são imbecis ou cínicos, lunáticos ou sacanas...
MAS DE UMA COISA OS NÃO PODEMOS ACUSAR: DE O NÃO SEREM ABSOLUTAMENTE - SÃO O QUE SÃO, SEMPRE E SUPERLATIVAMENTE (quer dizer "no grau mais elevado", Passos).
Enviar um comentário