Mostrar mensagens com a etiqueta Russia/Rússia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Russia/Rússia. Mostrar todas as mensagens

10 novembro, 2015

RIP Syria



RIP SYRIA



“RYP SYRIA”

Desenho original de Afonso Duarte


Syria’s War is heading for the 5 year mark. A lot has happened and an imminent outcome has been repeatedly forecast or announced: from Obama’s now infamous “Assad must go” in 2011, to the regime debacle in 2012, to the equally infamous Obama “chemical weapons red line” in 2013, onwards to the regime’s onslaught of the rebels in 2014 and back to the regime’s demise in the Summer of 2015 and now to the regime’s comeback on top of the Russian intervention. And yet, the War rolls on. And it goes on, and on.

Actually, since its beginning in 2011, never has the War seemed to be nearing a conclusion. Back in July 2013, Tempos Interessantes published a post titled “Síria: A Guerra Está Para Durar” (Syria: The War Is Going to Last at http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2013/07/siria-guerra-esta-para-durar.html ). 27 months later, the War rages on.

The Syrian strategic patchwork in the Summer of 2015.
in STRATFOR at www.stratfor.com

The list of contenders is hard to track. There is the Government, the Islamic State, the Al Qaeda affiliate Jabhat Al Nusra, the Free Syrian Army comprising an assortment of so-called moderate factions of which there is a Northern and a Southern variant, the YPD (Kurdish People Protection Units), the Islamist Ahrar Ash-Sham, the Al-Tawhid Brigade, Islamists, Jihadists, moderates, secularists, Sunnis, Shiites, Christians, Alawites, Kurds and many, many others.

Then, there are the foreign players from the Middle East like Iran, Turkey, Jordan, Saudi Arabia, Qatar and the UAE. There are also the great powers like Russia, the USA and, to a lesser extent, France and the UK and some minor players, too. Finally, there are foreign non-state actors such as the Lebanese Hezbollah and several Iraqi Shiite militias like Ketaib Hezbollah and Harakat Hezbollah.

As this were not confusing enough, many of the Syrian rebellious groups have intricate, conflicting and overlapping allegiances, alliances, enmities and hatreds, not to mention interests. This means, for instance, that Jabhat Al Nusra may be cooperating with the Free Syrian Army in one front and fighting it in another one.

This myriad of actors, interests and links, translates into a messy, ever-shifting battlespace in which no single faction seems to be able to secure significant progress that could give it a decisive strategic advantage, susceptible of leading it to a final victory.

Quite the opposite. Like in the I World War from 1915 to 1917, there have been no strategic breakthroughs, only some tactical triumphs, frequently annulled by setbacks in other fronts.

Given the military stalemate and the prevailing political, religious, ethnic and even personal hatred, the Syria War seems to be heading towards a dead-end that could lead to a de facto partition of the Syrian Arab Republic.

In fact, we are facing a dramatic equation:

military stalemate + political dead-end + internal deep antagonism & hate + multi-layered and antagonistic foreign intervention = PARTITION

So, maybe we should be getting prepared, in the not so distant future, to pronounce the gloomy and awkward expression Rest In Peace Syria (RIP SYRIA).

Besides the resistance that some of the powers involved (like the US and Turkey) will put to this outcome, the main obstacle to the “RIP Syria” concept is the word “Peace”. Syria may be in her death throes, or even dead. She is, however, unlikely to Rest In Peace anytime soon.

14 dezembro, 2014

Histeria da Crimeia



HISTERIA DA CRIMEIA

 
 Localização e caracterização dos incidentes entre forças aéreas e navais da Rússia e de países europeus nos Mares do Norte, Báltico e Negro.



A anexação da Crimeia pela Rússia ainda provoca considerável dose de histeria. Em alguns, despertou um terror irracional de que a Rússia vai arremeter contra todos os vizinhos e reconstituir o Império Russo, ou o Soviético, ou ambos. Para outros, é um pretexto para prosseguir uma agenda específica.

No Báltico, essa agenda pode incluir uma eventual adesão da Suécia e da Finlândia à NATO; a instalação de contingentes permanentes de tropas e/ou material militar de países da NATO na Polónia; ou um incremento de exercícios militares e patrulhas aéreas na Letónia, Lituânia e Estónia.

No Mar Negro, inclui a instalação de pessoal dos EUA no país no âmbito do programa de Defesa Anti-Míssil (BMD) e a aquisição de mais material militar.

Aliás, o aumento da despesa militar já é um facto na Polónia, Roménia, Finlândia, Suécia, Lituânia e na falida Ucrânia, que anunciou que vai triplicar o orçamento da defesa em 2015.

Não é difícil adivinhar quem mais aproveitará com este fluxo de dinheiro para as indústrias de defesa.

O pretexto para a mais recente vaga de histeria foram os vôos mais ou menos provocatórios de aviões militares russos por toda a orla marítima europeia e mais além, que não pouparam Portugal (ver “Vêm Aí os Russos!” em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2014/10/blog-post.html ).

Esses vôos contêm mensagens:  e elas são, claramente, teste, demonstração de força, provocação e intimidação. Não são, seguramente, a preparação de um ataque ou invasão. Algumas reacções parecem mostrar que estão a ser bem sucedidos. Elisabeth Rehn, antiga Ministro da Defesa da Finlândia, declarou ao Washington Post “It’s going in a terrifying direction. It’s only been 100 years since we gained our independence from Russia. Crimea was a part of Russia, too. Will they try to take back what belonged to them 100 years ago?” How dramatic!

Mais sensato, Erkki Tuomioja, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, considera que, “From a Russian point of view, it’s the most stable and least problematic frontier they have, and I believe they want to keep it that way as long as they have no reason to believe that the Finnish territory would be used for hostile action.” http://www.washingtonpost.com/world/europe/finland-feeling-vulnerable-amid-russian-provocations/2014/11/23/defc5a90-69b2-11e4-bafd-6598192a448d_story.html

É evidente que a Rússia não tem qualquer interesse em provocar conflitos com países como a Suécia, a Finlândia, ou mesmo a Polónia e o que está em causa não é a pertença à NATO, mas sim os benefícios que Moscovo podia colher de tal aventura (virtualmente nenhuns) e os custos (provavelmente enormes).

Embora seja co me desejável que um país que se sinta ameaçado, invista mais na sua defesa, fomentar um clima de pânico e histeria em nada beneficia o país envolvido.

Existe um grupo de países, nomeadamente a Polónia, a Lituânia e a Roménia, que querem arrastar a NATO para Leste, adoptando uma atitude totalmente hostil e até agressiva em relação à Rússia. Para a maioria dos Estados-Membros da Aliança Atlântica, tal não é uma boa política nem reflecte os seus interesses. Contudo, esses países parecem contar com o apoio dos Estados Unidos-

Brandir o espantalho da Crimeia é oportunismo de quem prossegue interesses específicos e usa um exemplo real, mas não replicável na esmagadora maioria dos países europeus. A Rússia não quer invadir os Estados Bálticos, a Polónia, ou a Roménia e muito menos a Escandinávia. Apenas quer evitar que estes países sejam base e plataforma para forças exógenas que possam representar uma ameaça à Rússia e aos seus interesses. O uso da força por parte de Moscovo não extravasará dos países vizinhos onde já tem uma presença militar directa ou indirecta: Ucrânia, Moldova e Geórgia. E mesmo isso não significa que o faça em qualquer um deles no futuro.

A histeria à volta da Crimeia, ela mesmo um caso encerrado, visa manter acesa a chama anti-russa e fomentar novos avanços na esfera de influência da Rússia, na área de especial interesse para Moscovo. Esta postura, em vez de promover a segurança dos Estados do Centro-Leste da Europa, promove a incerteza e potencia o conflito.