28 junho, 2016

Benfica Tricampeão!!!



BENFICA TRICAMPEÃO!!!


O Sport Lisboa e Benfica sagrou-se Tricampeão Nacional pela 6ª vez (Campeão pela 35ª vez)!
 
Foi uma caminhada longa e árdua, marcada por um início atribulado que pôs os encarnados perto do KO, quando a diferença para o 1º atingiu os 8 pontos (e 6 para o 2º).

Seguiu-se um cerrar de fileiras de jogadores, treinador e adeptos, a subida gradual e notória da qualidade de jogo da equipa, o incremento da sua eficácia ofensiva e da sua segurança defensiva e a consolidação dos métodos do treinador. A vitória em Braga (0-2) marcou a viragem no relvado, dando início a uma cavalgada imparável rumo ao título, com uma longa sequência quase ininterrupta de vitórias. A vitória em Alvalade (0-1) catapultou definitivamente o Benfica para o 1º lugar e a goleada ao Braga (5-1) na Luz, mostrou que o Bicampeão dificilmente cederia. E assim foi até ao 4-1 final, frente ao Nacional, numa Luz em delírio.

É sempre bom conquistar o Campeonato Nacional, mas admito que este soube particularmente bem. Desde logo e em primeiro lugar, porque representa o retomar do bom e quase esquecido hábito do Tricampeonato (ainda me lembro do anterior). Em segundo lugar, porque validou uma importante inflexão estratégica que passou por dar espaço a quem jogava no Seixal poder fazê-lo a seguir no Estádio da Luz: Sanches, Lindelof, Ederson, Gonçalo Guedes, Nélson Semedo e Nuno Santos foram os pontas-de-lança dessa aposta bem sucedida. Em terceiro lugar, porque o Campeonato foi conquistado perante forte oposição do velho rival que este ano substituiu o rival contemporâneo; à velha e histórica rivalidade, somou-se o prazer de vencer quem fez do hooliganismo verbal e da baixeza de carácter uma arma para ganhar aquilo que não ganham há 15 anos.


DESTAQUES:

JONAS: Jogador fantástico! Inteligência e leitura de jogo, técnica, disponibilidade para a equipa, predador na área, grande finalizador (dois pés e cabeça). 32 golos (goleador do Campeonato) e 14 assistências (3º melhor), foi indiscutivelmente o melhor jogador do Benfica e do Campeonato Nacional.

Jonas abre o livro na Luz contra o Rio Ave. Neste jogo, Jonas marcou os dois primeiros golos do Benfica e assistiu Jimenez para o 3-1 final.
TODAS AS FOTOS in “S. L. Benfica” em http://www.slbenfica.pt/

Jovens da Formação: Renato Sanches foi o expoente máximo deste grupo. A sua entrada no onze deu à equipa o 8 de que ela precisava: força e pujança para ligar sectores, queimar linhas e levar o jogo até à área adversária. Lindelof e Ederson foram os outros grandes destaques: ambos entraram “a frio” na fase crucial da época, não tremeram e mostraram uma qualidade e segurança notáveis. O Sueco nunca comprometeu e chegou a liderar a defesa, enquanto o Brasileiro aferrolhava a baliza e lançava o ataque como muitos pouco fazem. E num ápice, aquele está no Campeonato da Europa pela Suécia e este na Copa América com o Brasil. Semedo teve 1/3 de época espectacular, mas uma lesão grave arruinou-lhe a maior parte da época (o mesmo sucedeu a Nuno Santos); Gonçalo Guedes começou bem, teve uma quebra, mas terminou em bom plano.

Na estreia a titular na Luz, Renato Sanches apresentou-se com um golaço que fechou o resultado em 3-0.

Lindelof na Luz frente ao Vitória de Guimarães. O Sueco supriu na perfeição as ausências sucessivas de Luisão e Lisandro.


GAITAN: Campeão das assistências no Campeonato pelo 3º ano consecutivo e jogador com mais participações directas em golos na prova, o que não constitui surpresa vindo do jogador mais genial, tecnicista e imprevisível a jogar em Portugal nos últimos anos. O 4º golo do Benfica na Final da Taça da Liga foi uma última pérola deixada pelo jogador que já entrou na História do Benfica: pelo que joga e pela forma como sente o clube.

No jogo da decisão final, Gaitan marcou 2 golos e fez uma assistência na vitória do Benfica por 4-1 frente ao Nacional.

FEJSA: Foi um autêntico varredor. Quando assumiu a titularidade, a segurança defensiva do Benfica aumentou exponencialmente e o ratio de vitórias/jogo também. É, claramente, o nº6 da equipa e um jogador talismã: 9 títulos de Campeão consecutivos em apenas 8 anos – 3 no Partizan (Sérvia) + 3 no Olympiacos (Grécia) + 3 no Benfica = 9!!!

Fejsa, a muralha do Benfica frente ao Vitória de Setúbal. O Sérvio é tricampeão pelo Benfica e soma 9 títulos nacionais consecutivos.


MITROGLOU: Marcou 20 golos (24 em todas as competições), mostrou ser um homem de área eficaz e um bom complemento para Jonas. Ah, e marcou o golo em Alvalade!

Mitroglou marca ao Sporting, o Benfica vence e isola-se na liderança. Seria até ao fim.

JARDEL: Durante anos estava sempre na lista de jogadores que gostava que saíssem do Benfica. Saiu da lista há dois anos e agora está na lista dos que eu quero que fiquem. Rápido, eficaz, letal no jogo aéreo, foi o esteio da defesa numa época com pouco Luisão.

Jardel, desbloqueia um jogo difícil frente ao Vitória de Guimarães.


RUI VITÓRIA: Não fui um dos que condenou Rui Vitória sumariamente no Verão de 2015, mas era um dos cépticos. Rui Vitória ultrapassou uns e outros, conduzindo a nau benfiquista por mares encapelados, resistindo ao naufrágio iminente, colocando a nau na rota correcta, vencendo obstáculos, navegando bem, ultrapassando a concorrência e alcançando o triunfo final com inteira justiça e mérito. Se a isto juntarmos a 7ª Taça da Liga e a prestação meritória na Liga dos Campeões, Rui Vitória merece como poucos o destaque desta época.

Rui Vitória, o treinador do 35º, aqui na Luz na goleada por 5-1 ao Braga.


LUÍS FILIPE VIEIRA: o Presidente e a organização que lidera mostraram estar à altura dos acontecimentos numa época que se previa, e foi de facto, agreste, tumultuosa e com níveis de rivalidade, virulência e violência verbal muito mais elevados do que é habitual. Apoiou o treinador quando tal foi preciso, manteve a calma e, muitas vezes, o silêncio no meio da histeria, e teve quem respondesse aos ataques mais torpes. O insulamento da equipa da atoarda exterior, foi um dos ingredientes do sucesso.

ADEPTOS DO SPORT LISBOA E BENFICA: Mais uma vez, a onda vermelha varreu o país. Os adeptos encarnados foram enchendo estádios, transformando-os em “mini-Estádios da Luz” e afluíram ao verdadeiro Estádio da Luz ao ritmo de mais de 50.000 por jogo. Mais importante ainda, cavalgaram a onda atacante e vencedora da equipa quando os jogos corriam bem e foram eles que a galvanizaram quando as coisas corriam menos bem, como aconteceu em Coimbra, nos Barreiros e, especialmente, no Bessa onde foram (fomos) presenteados com o milagroso golo de Jonas nos descontos.

A onda encarnada que encheu o Estádio da Luz e se estendeu a todo o Portugal.


Assim se encerrou o Campeonato. Para o Benfica foi o 35º (insistentemente pedido pelos adeptos desde o início), foi o Tri e foi o Campeonato do 88: 88 golos e 88 pontos, o novo record da História do Campeonato Nacional, a cereja no topo do bolo.




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