27 julho, 2014

Talvez se as Pessoas Soubessem...



TALVEZ SE AS PESSOAS SOUBESSEM…


Cluna de carros de combate Merkava do Exército Israelita rumo a Gaza.

in “The Washington Post” em http://www.washingtonpost.com/  



A maioria dos noticiários televisivos que tenho visto mostra o mesmo tipo de imagens e de mensagens: explosões em Gaza, seguidas de manifestações de dor ou protesto por parte de familiares, concluindo a reportagem com declarações de um popular ou, mais provavelmente, de um activista ligado aos poderes de Gaza, vituperando os crimes de Israel; um destes personagens até pode aparecer disfarçado de médico norueguês.



Não surpreende pois, que muito boa gente que tem na TV o padrão de ouro da informação pense que os Israelitas são a encarnação da barbárie no Terceiro Milénio.



Infelizmente, as televisões e outros media não são tão solícitos e gráficos a mostrar e explicar o contexto, particularmente porque é que Israel bombardeia e invade Gaza.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas e a Jihad Islâmica Palestiniana (PIJ) já dispararam centenas de rockets sobre Israel contra alvos indiscriminados.



Talvez se as pessoas soubessem que Gaza já não está ocupada por Israel desde 2005!



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas e a PIJ usam escudos civis para proteger as suas forças e os seus mísseis.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas e a PIJ armazenam armamento em escolas e hospitais.


Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas gasta grande parte dos escassos recursos de que Gaza dispõe para adquirir armamento para disparar sobre Israel, mesmo que não haja invasão ou provocação.



Talvez se as pessoas soubessem que a Carta do Hamas estipula a destruição de Israel e a expulsão de todos os Judeus como um dos seus objectivos.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas está listado como organização terrorista pelos EUA, Austrália, Egipto e pela maioria dos países europeus.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas rejeitou a primeira proposta de cessar-fogo, apresentada pelo Egipto, apoiada pelo Ocidente e pela Liga Árabe e aceite por Israel.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas usa as vítimas civis para criar choque e empatia internacionalmente e assim ganhar mais concessões de Israel.



Talvez se as pessoas soubessem que Israel procura avisar os civis das zonas-alvo para evacuarem a área e procurarem lugares mais seguros.



Talvez se as pessoas soubessem que o Hamas vai mais longe e incitou ao regresso de 15.000 Palestinianos que tinham fugido do Norte de Gaza, depois de avisados por Israel.



Talvez assim as pessoas valorizassem a dor que vêem mas não a transformassem em crédito político para organizações terroristas para as quais as vítimas civis são um trunfo.



Talvez assim as pessoas valorizassem a dor que vêem, mas não a transformassem numa automática condenação e demonização de Israel.



Não tenho a pretensão nem a intenção de santificar os actos e as políticas de Israel, mas tenho dificuldade em aceitar que, por desígnio ou ignorância, se passe uma mensagem distorcida, branqueando as acções de brutais organizações terroristas como o Hamas e a PIJ, que fazem fogo indiscriminado, querem exterminar os vizinhos, escondem-se cobardemente atrás das mulheres e crianças que gostam de exibir como vítimas convenientes.



E respeito o direito de Israel atacar a infra-estrutura terrorista em Gaza para destruir as armas e a logística que serviu, só nos primeiros 9 dias do conflito, para lançar 1700 rockets e mísseis sobre Israel.


Um dos famigerados túneis de Gaza descobertos pelo Exército de Israel.


in STRATFOR em www.stratfor.com






POSTS RELACIONADOS:




“O BECO DE GAZA” em






“A GUERRA DE GAZA” em


http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2009/01/guerra-de-gaza.html



24 comentários:

Sérgio Lira disse...

Tens toda a razão, Rui. Eu sou suspeito, tu sabes, mas ainda assim:

- Israel nasce da necessidade absoluta de haver um local, um local qualquer, onde os judeus estivessem a salvo de pogroms, de chacina e de qualquer "solução final" - nenhum país ocidental os queria, e o mais que fizeram foi criar outros campos de "refugiados" (que dos campos de concentração e extermínio apenas não tinham o extermínio) no sul de França, em Chipre, etc. etc.

- Israel nasce sob a ameaça imediata de extermínio, tendo os países vizinhos jurado só parar depois do último judeu ter sido afogado no Mediterrâneo

- sem exército digno do nome, sem apoios internacionais, quase sem armamento, com baixas inacreditáveis... Israel vence a guerra da independência e gora o desígnio de extermínio definitivo e absoluto de todos os judeus, que os nazis não haviam conseguido e que lhe haviam votado todos os países vizinhos

- daí para cá Israel sofreu alguns ataques absolutamente inqualificáveis (Yom Kippur, por exemplo) que rechaçou violentamente: de um certo momento da História para diante, em vez de levar nas orelhas e comer calados os judeus passaram a aplicar o princípio bíblico do "olho por olho, dente por dente" - e aplicam-no com imensa proficiência, há que reconhecer... Até que enfim!!! digo eu.

- será verdade que Israel prosseguiu um política expansionista - mas o que lhe teria sucedido se o não tivesse feito? a jura de afogar o último judeu nas águas do Mediterrâneo continua de pé... é uma ameaça constante, permanente, uma espada de Demócles sem fim à vista

- de toda e cada vez que há uma trégua, longa, o ataque seguinte não se inicia, por regra, em Israel; Israel responde brutalmente - sim; mas não consigo discordar: se eu estiver quietinho no meu canto e me vierem dar um bofetão eu tendo a pagar em triplo...

- civis inocentes haverá, ou não, de ambos os lados - desse ponto de vista não há muito a dizer, nem há inocentes absolutos nem vítimas absolutas, nem algozes absolutos.

Pelo meio da propaganda, sionista e anti-semítica, é preciso não esquecer uma verdade simples: que até os judeus terem as contas saldadas com o resto da humanidade ainda há muito olho e muito dente para arrancar. Pior: por essa Europa fora a perseguição aos judeus recomeçou, brutal, violenta, contra sinagogas e contra pessoas. Tem que haver um sítio, um local, um pedacinho de terra na porcaria do planeta para onde os judeus possam ir e não ser preseguidos. Ou de onde possam rechaçar, por todos os meios, a perseguição.

Defreitas disse...

Os Israélites procedem em Gaza, como os alemães procederam contra eles no ghetto de Varsóvia. A mesma ferocidade contra homens, mulheres e crianças, indefesos, encurralados numa terra invadida pelos Judeus.
Os Palestinianos defendem-se como podem na terra que lhes pertence, contra os invasores. Da mesma maneira que os resistentes franceses agiam contra os invasores nazis em terras de França.
Os palestinianos não são culpados da SHOA perpretada pelos cristãos na Europa.
Os senhores evacuam o problema politico que foi criado pela interpretação que o sionismo internacional fez da declaração Balfour, onde não existia nenhuma proposta de criação de Estado de Israel, mas onde estava escrito que a solução dum território na Palestina não devia prejudicar os direitos do povo autóctone, os Palestinianos.
Estes defendem-se na terra que lhes pertence com os meios de que dispõem, contra a quarta potencia militar mundial.
Os israelitas procedem em Gaza como os nazis no ghetto de Varsóvia. Nem as escolas, mesquitas e hospitais escapam a esta sede sanguinária dos Israelitas. Se não existisse o lobby judeu americano com todo o seu poder financeiro e influencia nos USA, os Israelitas não agiriam criminosamente como o fazem.
A paz só pode ser conquistada quando o problema politico prevalecer sobre as armas e o mais forte utilizar a sua força para dar o passo decisivo.
Na Palestina só existe um invasor: aquele que ocupa o território que ele transforma num pedaço de queijo de grumete para melhor ocupar e dividir em seu proveito.

Defreitas disse...

Claro que o pedaço de queijo do meu comentário precedente chama-se "gruyere " e não o que Google quis escrever! A imagem compreende-se: O território Palestiniano , separado em dois ,furado por todos os lados pela colonização selvagem ,não tem continuação territorial. Inaceitável. Quando os Judeus compreenderem que o problema politico tem de ser resolvido pelo abandono puro e simples desta colonização ilegal, então será possível acabar com o genocídio e a violência que dura hã muitos anos.
Os culpados desta situação são ,antes de mais, os EUA que utilizam Israel como cão de guarda, neste Medio Oriente que eles esfrangalharam e que não conseguem estabilizar.
O apoio americano na ONU, sob a influencia do lobby Judeu , constitui um perigo para paz no mundo.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Caro Sérgio,
É bom ter-te de volta!

Eu não diria melhor!!!

Rui Miguel Ribeiro disse...

Estimado Sr. Freitas Pereira: também é bom tê-lo de volta!

Já muitas vezes concordámos e outras discordámos neste blog, mas poucas vezes teremos estado tanto nos antípodas. Viva o pensamento livre!

Três breves notas:
* Comparar Israel ao III Reich deixou-me atónito. Israel não tem uma política de extermínio como a Alemanha tinha, nem está a atacar civis indefesos, mas sim uma perigosa organização terrorista que não hesita em sacrificar os "seus" civis.
* Pode contestar o processo de criação do Estado de Israel, mas ele tem legitimidade internacional.
* Nos primeiros 20 anos de existência, Israel sobreviveu sem o apoio dos EUA e muitas das trapalhadas de Washington no Médio Oriente não têm a ver com Israel.

P.S. Gostei da imagem do queijo. Do Gruyere, claro.

Anónimo disse...

Continuo a aprender consigo.

Obrgda Professor

Bárbara Raquel

Defreitas disse...

Caro Sr. Professor Rui Miguel Ribeiro: O meu respeito pela sua pessoa e o seu saber são a razão pela qual me permito de escrever o que penso. Sei que aceita a diferença de ideias.
Continuo a pensar que o esmagamento da insurreição de Varsóvia pelos alemães se fez da mesma maneira que o esmagamento da resistência palestiniana pelos israelitas. Como em Varsóvia.

A responsabilidade moral dos israelitas parece-me imensa, pelo facto que existe uma desproporção enorme entre as armas utilizadas e a posição no terreno dos palestinianos, cercados por todos os lados pelo invasor israelita.
Como em Varsóvia.

Mas o que me revolta mais neste drama onde os civis pagam um pesado tributo, reside no facto que os israelitas não querem considerar o direito dos palestinianos a uma terra na Palestina, um território viável com fronteiras internacionais respeitadas.
Claro que os media podem continuar a chamar "terroristas" aos combatentes do Hamas e acusar este de kidnapping dum soldado israelita, quando se trata dum soldado feito prisioneiro com as armas na mão, em território inimigo. Os alemães, durante a guerra em França também chamavam terroristas aos resistentes e fuzilavam-nos.
Podemos ter uma grande simpatia pelo fantástico trabalho de valorização da terra de Israel pelos israelitas. Visitei muitas vezes este pais ontem tenho amigos. Mas nunca compreenderei que os leaders sionistas não compreendam que não poderão viver em paz enquanto não reconhecerem o direito fundamental dum povo a viver na sua terra, mesmo se esta foi durante séculos partilhada entre os dois povos semitas.

E quando me diz que os EUA não têm nada a ver com o assunto, e quando se conhece o peso da AIPAC na politica americana, tenho a certeza que o problema Israelo-palestiniano nunca teria existido se os EUA não tivessem interferido nesta região, por razões ligadas ao problema da energia.

O problema não será sanado enquanto não for tratado o problema politico, porque pelas armas nunca será resolvido. Ou então que os israelitas acabem por fazer uma "limpeza étnica "como propõem alguns extremistas religiosos em Israel.

Melhores cumprimentos
Freitas Pereira

Defreitas disse...

A minha frase sobre a "limpeza étnica " pode parecer chocante , mas o facto que a politica atual do governo de Netanyahu seja concebida num gabinete onde os dois partidos da direita e da extrema direita ditam a sua lei, explica a linha dura deste governo que resta inflexível aos apelos dos seus amigos europeus e americano, incluindo da ONU.

Esta linha politica defende a colonização continua das terras palestinianas, o bloqueio de Gaza e a surdez absoluta quando se fala de dois Estados para duas Nações.

Sergio Lira disse...

Comparar Israel ao III Reich só pode ser ou ironia de mau gosto, ou falta de respeito por milhões e milhões e milhões de mortos, ou pura ignorância.Qualquer outra possibilidade implica usar de termos menos respeitosos, perdoar-se-me-á a franqueza. Os meus avós foram vítimas do nazismo.

Rui Miguel Ribeiro disse...

É bom saber Bárbara Raquel! Obg :-)

Rui Miguel Ribeiro disse...

Caro Sr. Freitas Pereira,

As nossas divergências são insanáveis, mas deixe que lhe diga que mais do que uma vez Israel e a OLP estiveram a um pequeno passo de um acordo (e sim, Israel reconhecia um estado palestiniano) e foram Arafat e Abbas que recuaram na hora da verdade.

Defreitas disse...

Ao Sr. Sérgio Lira:

Tenho um imenso respeito pelos milhões de mortos vitimas da tirania nazi. De todos os mortos ,qualquer que seja a religião. Dos seis milhões de Judeus como dos vinte milhões de soviéticos.

Estou ligado a uma familia (minha esposa) que sofreu dos nazis. Vivia na Lorraine donde foi expulsa nas primeiras horas da invasão alemã porque era Francesa do interior. Era assim que os nazis tratavam aqueles que não se chamavam "Schneider, Wagner ou Muller ", visando a germanizaçao da Lorraine, velho osso das relações históricas dos dois países.Como hoje a "judaizaçao" da Palestina, o Grande Israel.

A minha cunhada acabou em Ravensbrück, por acto de resistência.

O método utilizado por Israel para eliminar a resistência dos Palestinianos não se diferencia do dos alemães em Varsóvia. Foi o que escrevi. Não comparei os israelitas aos nazis mas o método sim. Quando 74 por cento das vitimas são civis, num cerco efetuado com meios militares desproporcionados, sem objetivo legítimo, sem "chances" de sucesso, que devemos pensar desta politica?

Sr.Lira: De duas coisas uma: Ou Israel quer reconquistar Gaza porque Gaza poe em perigo a segurança de Israel, o que resta a provar, ou na realidade Israel quer eliminar o Hamas. Mas se o conseguissem, o que e possível, outro Hamas surgiria imediatamente.O fogo chama outro fogo.

O direito de Israel a um Estado não deve retirar o mesmo direito aos Palestinianos.
Na realidade Israel mata civis para poder continuar a colonizar as terras dos Palestinianos.

O que faz Israel hoje aos Palestinianos não e só um erro político trágico. E um crime moral. As feridas infligidas aos Palestinianos virão juntar-se a longa lista dos sofrimentos do passado comprometendo a esperança duma solução pacífica. Cumprimentos.
Freitas Pereira

Defreitas disse...

Caro Sr. Rui Miguel Ribeiro: Gostaria de responder às suas palavras sobre o "acordo" falhado entre os dois leaders Palestinianos e Israel, hã alguns anos. O senhor sabe muito bem quais são as divergências de fundo entre os dois homens. Mas sejamos honestos: estas divergências foram sempre exploradas por Israel e os Americanos para impedir a União entre as duas organizações do Hamas em Gaza e o Fatah na Cisjordânia.

Mas o acordo nunca esteve tão próximo que quando Rabin negociava. Mas todos sabemos o que lhe aconteceu: os mesmos extremistas religiosos judeus que agem atualmente para torpedear o acordo quase assinado entre as duas organizações, assassinaram Rabin. A paz , mais uma vez, foi afastada pelos extremistas israelitas.

Mas Caro Professor: O Sr. sabe bem que se o Estado de Israel quer demonstrar um dia que o seu problema não e a existência ,simplesmente, do povo palestiniano ele mesmo, mesmo diverso e dividido , mas a das organizações palestinianas, basta-lhe proceder doutra maneira: parar a colonização e deixar de anexar a Cisjordânia .

Porque, se a existência do Estado de Israel não pode ser desligada pelos seus dirigentes duma politica de colonização e de ocupação levada a cabo desde hã 47 anos, esta politica seria então a ruína deste Estado e da sua segurança.

O Estado de Israel não dispõe de justa causa enquanto ele fizer a escolha colonial da terra contra a da liberdade dos Palestinianos ocupados e, consequentemente contra a da sua própria segurança.

O senhor, no seu "post" escreve sobre a alegada utilização dos civis pelos combatentes do Hamas para se proteger dos ataques israelitas. Francamente, quando os israelitas avisam por telefone as populações dos bairros que vão ser bombardeados , considero isto como uma farsa macabra, neste campo de tiro hermeticamente fechado e dotado duma das maiores densidades de população no mundo, como a faixa de Gaza.
Seria como avisar os habitantes da rua de S.Damaso que vão bombardear a rua Egas Moniz !

Enfim, Caro Professor, lamento muito que não possamos trocar mais ideias naquele café da rua de Londres, não para "sanar" as nossas divergências políticas, porque, como diz, são "insanáveis ", mas pelo prazer de aprender sempre algo com alguém que segue assim tão atentamente a politica internacional.

Ao pensar nas divergências penso em Voltaire, que nunca ia a missa, mas que se descobria quando passava em frente das igrejas. Porque, como dizia" não nos falamos mas saudamo-nos!"

Sergio Lira disse...

Não. Nem nos fundamentos, nem nos métodos, nem nos objectivos: em nada Israel se assemelha ao III Reich. Em nada. É daqueles pontos em que não concedo um milímetro. A opinião será livre. Mas essa não posso respeitar e muito menos aceitar. Comparar Gaza a Varsóvia é não só anacronismo como profundo erro de análise histórica (para não dizer de táctica, militar e ideológico - se Isarael desejasse uma conquista de Gaza e uma "limpeza à nazi" falo-ia numa campanha de 5 dias).

Anónimo disse...

Rui, meu bom amigo! Porque a tua opinião me importa....Talvez... fosse melhor começares pela solidez da narrativa bíblica,..., pelas perseguições na Europa a partir do século XI, cristãos novos, Ghetto de Varsóvia, Holocausto, Estaline, e já agora acrescenta-lhe a declaração de Balfour, Mandato Britânico na Palestina, Guerras com os Árabes... e depois TALVEZ... O cumprimento das resoluções do CS da ONU, o porquê da existência do Hamas... Talvez ...uma coisa chamada "Colonatos", Yitzhak Rabin, um "ser" chamado Benjamin Netanyahu e o motivo da demissão em 2005, ...1300 mortos e 7000 feridos palestinianos (70% civis) vs 3 mortos civis Israelitas!!!! Talvez 17 comunicações a alertar localização de escola da ONU com milhares de pessoas não seja suficiente...pois não...foi atacada!!! Talvez seja por isto que ... alguns islamitas fanáticos/loucos se lembrem de atirar mais um avião contra algum sítio cheio de gente inocente... Talvez o Papa esteja a alucinar...TALVEZ meu amigo, o muro abaixo não fique em Varsóvia... (perdoa a extensão, mas acredita que muito fica por dizer... )

Paulo Ramos

Rui Miguel Ribeiro disse...

Rui Miguel Ribeiro Caro Paulo, não vou recuar aos tempos bíblicos, fico-me pela proximidade temporal: não há colonatos em Gaza desde 2005; o Netanyahu demitiu-se em 2005 por discordar da retirada de Gaza, mas já é PM há 5 anos e nada indicia que queira reverter a retirada israelita. Agora justificares a existência do Hamas, uma organização que advoga a destruição do Estado de Israel, com o não cumprimento de Resoluções do UNSC, deve ser uma ironia. Em relação à escola, não subscrevo o bombardeamento, mas lembro que o Hamas tem por hábito armazenar armas e combatentes em escolas, casa e hospitais. Aliás, a ONU descobriu há dias 20 rockets numa escola. E como o espaço é pouco, pergunto-me se gostavas de viver em Ashdod com vista para o Mediterrâneo e para os milhares de rockets que o Hamas & Co. enviam para Israel há anos. Eu não costumo ter a mesma visão das RI que o Papa e não me deixo impressionar por reportagens de TV que mostram uns desgraçados (sem ironia) e resumem a história aquele evento específico.

Anónimo disse...

Rui, não percebeste a ironia!... grupos como o Hamas,Jihad Islâmica da Palestina, Al-Quaeda,.. foram criados e prosperam muito por causa de conflitos como este em que a desproporção tem sido esmagadora. Crimes de guerra são cometidos constantemente pelos dois lados, nada de maniqueísmo, agora não sejas redutor... conheces por certo o termo "escudos humanos"... TALVEZ seja por o "Bibi" Netanyahu ser PM há 5 anos que o processo de Paz está parado??? Ou que a moratória sobre construção de novos colonatos na Cisjordânia se eclipsou??? Quase preferia o Ariel Sharon de volta... Com ironia e demonstrando o absurdo...ainda bem que o Movimento Sionista não se lembrou de vir para a Guarda cá em Portugal, nem o Hamas colocou armas numa secundária onde a população civil se refugiou por indicação do Tzahal e que bombardearam numa trégua decretada por eles, ainda bem que não te destroem a tua casa para instalar um colonato com judeus radicais originários de países como a Rússia... Não Rui, estou certo que este não é o caminho !
Paulo Ramos

Anónimo disse...

Since you both speak better English than my Portuguese, I’ll stick my oar in in that language.
As Paulo said, Hamas draws on Israeli atrocities (which indubitably exist) to justify its own – and unfortunately there are people willing to buy in to this. It is simplistic to say two wrongs don’t make a right, but the trend seems is always to fling around the “wrongs” of the other side to “legitimize” the wrongs on “our” side – whichever it may be, or to distract from them. You are making this point, Rui, in your original post, but we can condemn Israeli policy and actions without automatically giving political credit to terrorist organisations. Let’s face it – both Hamas and Israel are gaining something from the bloodshed and using it for their own propaganda.
I think the real issue is that this is NOT an equal fight, nor, I believe, is the reporting unbiased. There is plenty of talk of “hundreds of rockets fired indiscriminately” and the threat to Israel. Reuters reported on 29th July that “over 1,200 Palestinians, mostly civilians and 53 Israeli soldiers have been killed in the fighting as Israel attempts to neutralise the threat of militant attacks and rocket fire on its territory” but how many civilian injuries and deaths actually ocurred in Israel from mortar attacks? According to Mondoweiss (reporting on American foreign policy in the Middle East from a progressive Jewish perspective) there have been 35 documented deaths from mortar attacks in Israel from 2001 to date, of which eight were military personnel and two were civilians at military posts. (http://www.theguardian.com/.../israel-calls-up-reservists... )
The Israelis killed in the latest conflict are the young soldiers thrown into the fighting. On the other hand, most of the Palestinian deaths are helpless civilians. You spoke, Rui, of “human shields”. I’m sorry, but where the hell can they go? If there is nowhere to run you might as well stay where you are. In your homes, schools and hospitals. The latest shelling was during a “humanitarian ceasefire” when people ventured into the market to buy food. There were reports of them being shelled as they fled. This is not terrorism, it is a war crime by a democratic state.
Some rockets were found in an empty school and reported to the authorities by the organisation running the school. Hillary Clinton (of all people) pointed out that Gaza is small and densely populated – so an empty school sounds like a place you might consider storing things in – even weapons. On the other hand, sleeping children were deliberately shelled in a school being used as a refugee shelter. Does knowing about the former transgression alter in any way the “disgrace” (in the words of the UN) of the latter?
Hamas and Palestinian Islamic Jihad are terrorist groups and must be countered. Targetting innocent citizens en-masse is not the way to go, and saying so does not constitute support for terrorists. If anything, such actions throw fuel on the flames

Allison




Gaza: Israel calls up more reservists after rejecting calls for ceasefire
www.theguardian.com
Official says move will allow Israel Defence Forces to expand attacks ‘against Hamas and the other terror organisations’

Anónimo disse...

Rui p.f. nota que, como tu,também não gosto dos excessos em termos de imprensa...

Paulo Ramos

Rui Miguel Ribeiro disse...

Não Paulo, o dito processo de paz está parado porque a Autoridade Palestiniana, fosse com Arafat, seja com Abbas, ao chegar a hora da verdade, recua, não assina, não aceita, como aconteceu em 2008. Francamente acredito pouco que queiram mesmo a paz num formato de dois estados. A desproporção de forças funciona para os dois lados: várias guerras Israel combateu em situação de desvantagem e pela sobrevivência Este pode não ser o caminho, mas contemporizar com o Hamas não o é com certeza. E olha que o Hamas não está assim tão sozinho...

Rui Miguel Ribeiro disse...

Hi Allison! Yes, the rockets have provoked few casualties in Israel, thanks to the crudeness of some and the Iron Dome batteries, but they are still a threat. You hear the sirens, you have to leave everything behind and run for a shelter. Time and time again. Like my Dad used to say, if someone points a gun at you, you cannot assume it is not loaded. So you run to the shelter a thousand times. It is not a question of not having where to run, hiding weapons and fighters in and under schools, hospitals and civilian houses is Hamas' standard policy, it is deliberate. For them it's a win-win option: if Israel does not fire, they keep the rockets, if Israel fires, they display the victims.
Finally, it is quite rare to see an army going to such lengths to warn civilians to flee incoming bombardments. However, war invariably envolves civilian casualties. Some could be avoided; others just can't. All are regretable. But then again, war is not nice. Today people imagine na aseptic war, but that does not exist.

Defreitas disse...

Muito bem, Sr. Sergio Lira :respondeu à minha pergunta, Israel não quer reconquistar Gaza. Então resta a outra opção: Israel quer destruir o Hamas, mesmo se isso representa 1,5 milhões de mortos! Implicitamente responde isso. Porque os Palestinianos não têm para onde escapar. Alias foi assim que Israel conseguiu expulsar a maioria dos Palestinianos das suas casas na Cisjordânia: Pelo medo . Estive em Haifa varias vezes e conheço a historia de famílias palestinianas que corriam desvairadas para o porto para apanhar não importa qual barco, de pesca ou outro, para Chipre, fugindo aos militares israelitas e aos "terroristas" da Irgoun de Begin , Stern e Hagganah, estes mesmos terroristas que dinamitaram o hotel do Rei David em Jerusalém, matando algumas dezenas de soldados britânicos.

Claro que a colonização da Cisjordânia foi facilitada pela dispersão dos Palestinianos, separados hoje pelo "muro" e pelos colonatos. Claro que a repressão torna-se mais fácil para os israelitas. Vimos quando os três soldados israelitas desapareceram, que em poucas horas Tsahal tinha apreendido 1000 palestinianos, e dinamitado 200 casas... na Cisjordânia.
Tal não seria possível em Gaza, porque nesse caso Israel teria de pagar caro a factura.

Senhor Sérgio Lira: Quando uma potencia intende conquistar um território que não lhe pertence, habitado por um povo desde tempos bíblicos, e se este povo tem um pouco de orgulho e, sobretudo, se não tem outra alternativa que combater o invasor, o invasor perde todas as referências que o assimilam a sociedade evoluída, para se transformar numa tirania execrável. Igual a não importa qual outra. Resta a esperança que aqueles milhares de pessoas que desfilaram de braço dado ontem nas ruas de Paris, judeus e muçulmanos, sejam pouco a pouco uma maioria, em Israel mesmo. Porque não existe outra solução que de viverem juntos ou em dois Estados.

A leitura diária do jornal Haretz leva-me a crer que este dia chegará, porque são cada vez mais aqueles que , em Israel, creem nesta esperança. Os irredutíveis serão varridos pela História.

A leitura diar

Sergio Lira disse...

Sr. Freitas: Inevitavelmente em desacordo. E, do eu afirmei inferir o que inferiu não é facto: é mera interpretação. Errada, do meu ponto de vista. E no que respeita aos ingleses sim, foram postos fora, à bomba quando necessário, porque a sua presença o seu paternalismo eram tão legítimos, tão útéis ou tão desejados quanto o era em Portugal nos Idus de 1820.

Defreitas disse...

Sr.Lira: Respeito a sua opinião e para mim o essencial consiste no diálogo. Tenho imensa pena que fosse preciso 1 290 mortos e milhares de feridos, centenas de casas destruídas e 5 ou 6 000 milhões de dólares perdidos para os Palestinianos e alguns milhões para os israelitas para chegar a uma treva que todos sabemos que resultará , a curto prazo,noutro genocídio pelas mesmas razões: a falta duma solução politica duradoira para a imensa injustiça feita aos Palestinianos. Acabe-se com o isolamento deste povo, levantando o bloqueio injusto, respeite-se tanta dor e sofrimento que dura hã quase meio século. Eles não são culpados dos crimes dos Europeus.

E que o secretário geral da ONU diga hoje que os culpados deste massacre deverão responder nos tribunais internacionais, todos sabemos que as potências responsáveis desta situação , Israel e os EUA, assim como a Europa, ignoram soberanamente a ONU quando isso lhes convém.

Foi assim com as AMD de Bush e Blair, no Iraque.

Quanto aos Ingleses expulsos da Palestina pelos terroristas da Irgoun, Stern e Haganah, o senhor parece esquecer que foram as brigadas judias integradas no exercito de Allenby que as introduziu na Palestina. Estes soldados serão o embrião armado da futura Tsahal.

Quanto aos Ingleses em Portugal, sabemos todos que quando os chamam para ajudar a resolver uma situação delicada, eles pagam-se sempre com altos juros. Rule Britânia!