CAMPEÕES, CHORÕES E
OUTROS ARTISTAS
OS CAMPEÕES:
A
Alemanha foi um justo vencedor do Mundial. Foi a equipa mais
consistente, mais regular (6
vitórias e um empate, curiosamente contra a equipa mais fraca que defrontaram –
o Gana), marcaram mais golos, fizeram bons jogos e dominaram-nos sempre.
Alemães Campeões do Mundo pela 4ª vez..
Tendo alguns dos melhores jogadores do Mundial (Muller, Kroos,
Neuer, Hummels, Schweinsteiger) é uma selecção que não depende de um astro como
a Argentina, a Holanda, ou Portugal e, como tal, o colectivo n pouco se
ressentiu de ausências como a de Marco Reus ou Khedira.
Como já foi em Tempos Interessantes, a Alemanha entra apara a
História por vencer o seu 4º Mundial (o 1º da Alemanha unificada), batendo a
Argentina por 1-0 na final, mas também pela espantosa proeza de esmagar o
anfitrião Brasil por 7-1 nas meias-finais. Penso mesmo que este resultado será
a grande referência futura do Mundial 2014.
OS
VICE:
Para muitos a principal candidata, a Argentina teve uma prestação
meritória, marcada por uma evolução paradoxal ao longo da prova: o prestígio e
a força da Argentina advinha-lhe do seu poder ofensivo, alavancado por Messi,
Di Maria e Aguero e confirmado pelos 7 golos na fase de grupos. Porém, na fase
a eliminar foi o elo mais fraco da equipa, a defesa, a sobressair, sofrendo Apenas
um golo (o de Goetze na final) em 4 jogos, contrastando com a avareza de dois
golos marcados. Honestamente, não me parece
que uma selecção que marca 2 golos nos 4 jogos mereça um título mundial.
A LARANJA MECÂNICA:
A Holanda foi uma agradável surpresa. Teoricamente a mais fraca
Holanda dos últimos anos ao nível das individualidades, exibiu um colectivo
sólido, organizado e solidário, defendendo com uma segurança nunca vista nas
equipas laranja. Diria mesmo que se juntasse a genialidade de outras equipas da
Holanda à solidez defensiva desta, a Holanda já teria conquistado mais do que
um Mundial.
Van Persie marca o 1-0 ao Brasil, rumo
aos 3-0 e ao 3º lugar.
A juntar à solidez táctica e ao labor da equipa, havia três
jogadores que conferiam o toque de genialidade: dois grandes jogadores (Robin
Van Persie e Wesley Sneijder) e um fora-de-série: Arjen Robben. No topo, um
treinado genial que soube espremer a laranja e aproveitar-lhe o sumo: Van Gaal.
Tal como a Alemanha, a Holanda fica na História dos Mundiais, não
apenas pelo magnífico 3º lugar (podia ter sido mais ainda), mas também por duas
vitórias memoráveis: trucidou o capeão em título, a Espanha, por 5-1 no seu
primeiro jogo e venceu o Brasil por 3-0 no seu último jogo, infligindo das
maiores derrotas das últimas décadas a estes dois candidatos ao título. A Holanda de 2014 foi menos artística do
que algumas do passado mas foi uma máquina bem afinada. Uma verdadeira Laranja
Mecânica!
OS
CHORÕES:
Há uma citação memorável do antigo internacional alemão Lothar Mathaus (Campeão do Mundo em
1990): “[…] Os Brasileiros choram
sempre. Toca o hino, choram; eliminam o Chile, choram; perdem com a Alemanha,
choram. Têm de demonstrar que são homens, que são fortes.” E ainda lhe
faltou a choradeira depois de serem derrotados pela Holanda! O Uruguai e o Maracanazo
já não estão sozinhos: têm a companhia da Alemanha e do Mineirazo.
Óscar knockout, chorando no final do 7-1
contra a Alemanha.
Na verdade, excepto nos jogos com a Colômbia e os Camarões (32º e
último classificado do Mundial), o Brasil experimentou sérias dificuldades
(Chile e México) e foi escandalosamente ajudado pelo árbitro (Croácia). Quando enfrentou duas potências europeias
(Alemanha e Holanda) foi cilindrado por 10-1 !!! Palavras para quê? Deste
Mundial, o Brasil leva uma carrada de recordes: organizador de um Mundial com
mais golos sofridos: 14. Maior nº de golos sofrido num Mundial pelo Brasil: o
máximo anterior era de 11 golos em 1938!!! Terceira equipa a perder por 5-0 ao
intervalo juntando-se ao Zaire!!! e ao Haiti!!!, ambos em 1974. Primeira equipa
a sofrer 4 golos em 6 (seis) minutos. Única equipa a sofrer 7 golos numa meia-final
de Mundiais. É caso para dizer, Cry me a
River!!!
NÓS:
Um fiasco. Uma selecção mal preparada, vários jogadores em má
condição física, outros já não têm ou nuca tiveram condição para a selecção, um
treinador medíocre e tachista que “assume
as responsabilidades” mas não assume as consequências, resultaram numa
eliminação precoce mas merecida.
OS FIASCOS:
Espanha, Inglaterra e Itália foram os cavaleiros da triste figura,
com destaque para os Espanhóis pelo
estatuto e pretensões que traziam e pela dimensão do desaire.
A Laranja Mecânica triturando a Espanha.
Aqui, o trio maravilha Robben-Van Persie-Sneijder
celebra o 4º golo.
A Ásia/Oceânia teve a pior prestação do Mundial (27º, 28º, 29º e
30º lugares. África colocou duas equipas nos oitavos de final, mas não teve uma
sequer no 1º terço da tabela. Estes dados vêm reforçar, pela enésima vez, que a
Europa devia ter mais selecções em detrimento destes continentes. Imaginem a
Suécia, a Sérvia, ou a Dinamarca em vez dos Camarões, das Honduras, ou do Irão.
Todas
as fotos são de FIFA em http://www.fifa.com/index.html
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