23 junho, 2006

Campeonato do Mundo 2006 - 10: Balanço da 1ª Fase & Previsões para a 2ª

CAMPEONATO DO MUNDO ALEMANHA/2006

10- BALANÇO DA 1ª FASE & PREVISÕES PARA A 2ª


Destaques e desilusões da fase de Grupos do Campeonato do Mundo Alemanha/2006, com ênfase nos colectivos, já que são muitos os jogadores envolvidos nesta fase. Mesmo assim, estes têm o seu lugar nas selecções que proponho no final do post.


9 Pontos: Alemanha, Brasil, Portugal e Espanha são os totalistas: 3 vitórias, 9 pontos. Pode alegar-se circunstâncias específicas que facilitaram a façanha: a Alemanha jogou em casa, o Brasil teve muita sorte nos dois primeiros jogos, Portugal teve um grupo fácil e a Espanha beneficiou de um dia horrível da Ucrânia e de uma mãozinha arbitral. Tudo isto é verdade, mas as contas da 1ª fase dão estes quatro como os grandes vencedores do primeiro round.



7 Pontos: Argentina, Itália, Inglaterra, Holanda e Suíça são as equipas que venceram dois jogos e empataram o terceiro, sendo que Holandeses e Argentinos empataram entre si e os Ingleses fizeram-no com a forte equipa da Suécia. A Suíça fez uma bela prova, sendo a única a não sofrer golos.



Bons Jogos: Inglaterra, 2 - Suécia, 2 – competitivo, alto ritmo, muitos golos. Holanda, 1 – Sérvia, 0 – merecia mais golos, mas bem jogado. Argentina, 6 – Sérvia, 0 – ao contrário dos outros foi bom unilateralmente, mas deu gosto ver o show de bola dos Argentinos.

Boas Exibições: poucas ao longo do jogo todo; a maioria das equipas preferiu chegar à vantagem e gerir o resultado. Algumas referências: as dos 3 jogos supra-mencionados, a Rep. Checa do primeiro jogo, a Inglaterra da 1ª parte com o Paraguai; a Argentina contra a Costa do Marfim; a Itália, dentro do seu estilo, nos jogos com o Gana e a Rep. Checa; o Gana contra esta; a Espanha contra a Ucrânia e esta contra a Arábia Saudita; a Alemanha nos 3 jogos, embora não de forma continuada; Portugal contra o Irão e a primeira meia hora contra o México; as 2ª partes da Austrália e do Brasil contra o Japão; a Suécia contra o Paraguai.

Grandes Golos: O golo de Joe Cole no Inglaterra-Suécia é, para mim, o melhor. O de Cambiasso no Argentina-Sérvia é fruto da mais brilhante jogada colectiva. Espectaculares muitos outros golos, especialmente em remates de fora de área: Philipp Lahm e Torsten Frings no Alemanha-Costa Rica, Gerrard no Inglaterra-Trinidad e Tobago, Kaká no Brasil-Croácia, dois de Rosicky no Rep. Checa-EUA, Andrea Pirlo no Itália-Gana, Tevez no Argentina-Sérvia, Rebrov no Ucrânia-Arábia Saudita, o livre de Van Persie no Holanda-Costa do Marfim, Deco no Portugal-Irão, Fernando Torres no Espanha-Ucrânia, Van Nistelrooy e Bakare Koné no Holanda-Costa do Marfim, entre outros que me escapam entre os 117 já marcados. O meu Top 3: 1- Joe Cole; 2- Philipp Lahm; 3- Cambiasso.


Três referências estatísticas: Marcus Allback, da Suécia, entrou para a História ao marcar o golo 2000 em fases finais de Mundiais. Philipp Lahm, da Alemanha, marcou o golo 1 e Dempsey, dos Estados Unidos, marcou o golo 100.



Europa de Leste: Sérvia, Croácia, Polónia e Rep. Checa representaram o colapso colectivo da antiga Europa de Leste. Nas minhas previsões, as 3 últimas qualificavam-se para os oitavos de final. A Rep. Checa era considerada uma das outsiders da prova e começou-a com uma exibição categórica (3-0 aos EUA) que impressionou muita gente, depois foi o colapso fatal com o Gana. A Sérvia classificou-se em último lugar sofrendo 10 golos; a Croácia não ganhou jogo nenhum e a Polónia só bateu a fraquíssima Costa Rica. Não sei se é coincidência, mas é estranho e inusitado. Deste descalabro apenas se salvou a Ucrânia.



Ásia: Arábia Saudita, Japão, Irão e Coreia do Sul. Todas as quatro equipas em prova eliminadas, ganhando um jogo em 12, fazendo 7 pontos em 36 possíveis, um goal-average de 9-24. Pouco competitivas, fracas, incapazes de se baterem de igual para igual com a maioria das selecções da Europa e América do Sul. São fraquinhas. Conclusão: 4 equipas da Ásia no Mundial são demais.



África: Togo, Tunísia, Angola, Costa do Marfim. Quatro equipas em cinco eliminadas, ganhando apenas um jogo em 12. Salvou-se o Gana que melhora o ratio para 3 vitórias em 15 jogos. Revelando maior qualidade futebolística do que as asiáticas, o resultado prático é o mesmo: pouco competitivas, inconsistentes, incapazes de se baterem de igual para igual com a maioria das selecções da Europa e América do Sul. Conclusão: 5 equipas são demais.

SELECÇÕES DA FASE DE GRUPOS:

A B
1- Petr Cech (CZE) 1- Van der Sar (NED)
2- Zambrotta (ITA) 2- Tim Cahill (AUS)
3- Nesta (ITA) 3- Olof Mellberg (SWE)
4- Terry (ENG) 4- Ayala (ARG)
5- Philipp Lahm 5- Sorin (ARG)
6- Pirlo (ITA) 6- Torsten Frings
7- Figo (POR) 7- Van Persie (NED)
8- Saviola (ARG) 8- Gerrard (ENG)
9- Klose (GER) 9- Fernando Torres (SPA)
10- Kaká (BRA) 10- Riquelme (ARG)
11- Robben (NED) 11- Joe Cole (ENG)

Falível como qualquer outro exercício do género, estas são as minhas equipas. Achei que o Australiano Tim Cahill merecia aqui estar e à falta de lugares no meio campo e de defesas direitos que se tenham distinguido muito, coloquei-o lá. Liberdades de treinador.


PREVISÕES:

Acertei em 13 dos 16 qualificados (81%), o que me parece bastante bom. Polónia, Rep. Checa e Croácia (em favor de Equador, Gana e Austrália), foram as equipas que “me deixaram ficar mal”, embora a qualificação dos Aussies não me tenha surpreendido. E, animado pelo “sucesso” anterior, aqui estão as previsões actualizadas para os oitavos de final (vencedores a bold):

ALEMANHA - SUÉCIA
INGLATERRA - EQUADOR
ARGENTINA - MÉXICO
PORTUGAL - HOLANDA
ITÁLIA - AUSTRÁLIA
BRASIL - GANA
ESPANHA - FRANÇA
SUÍÇA - UCRÂNIA

Sublinho que se trata de uma previsão e não de um desejo. Obviamente que quero que Portugal ganhe e acho que as possibilidades de Portugal e de Espanha são significativas, mas o meu palpite é este.

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