A ESTUPIDEZ DO “BOM ALUNO”
Desde que Cavaco
Silva, então Primeiro-Ministro, cunhou a expressão “bom aluno europeu”, que eu
a achei extremamente infeliz.
Nada tenho,
obviamente, contra os bons alunos. Pelo contrário, na qualidade de professor (sim, considerar-me-ei sempre um professor)
tenho a maior estima e respeito pelos bons alunos, especialmente pelos meus bons alunos.
Os meus
bons alunos (vários muito bons mesmo) são pessoas inteligentes, empenhadas,
vivazes, diligentes argutas, cultas, interessadas e interessantes. Os bons
alunos são-no em resultado das suas qualidades e do bom uso que delas fazem.
Entre elas, está a capacidade de discernir o que é certo do que é errado, terem
sentido crítico e de tomarem decisões com base no seu juízo de qual é a melhor
opção.
Infelizmente, o
“bom aluno europeu” de Cavaco, agora recuperado por Passos Coelho, é a antítese
do verdadeiro bom aluno. Não pensa pela sua cabeça, recebe e cumpre sem
indagar, questionar ou reflectir as directrizes dos pseudo-professores que o
manipulam a seu bel-prazer. Não tem curiosidade intelectual nem criatividade,
não consegue discernir o correcto do incorrecto, o interesse próprio do de
outrem, o bem do mal.
O objectivo do
“bom aluno europeu” mão é aprender nem evoluir; o objectivo é agradar cegamente
ao pseudo-professor, bajulando-o e humilhando-se. O “bom aluno europeu” de Cavaco e de Coelho é um ser amoral, estúpido e
acéfalo, representativo de uma atitude de inferioridade, rebaixamento, indigna
de um governante, de um aluno, de uma pessoa.
Comigo, este “bom
aluno europeu” tinha um rotundo chumbo. Sem apelo nem agravo.
P.S. Diga-se que os
pseudo-professores deste aluno não são muito melhores do que ele: arrogantes,
intolerantes e genericamente incompetentes. Não teriam sorte nenhuma com os meus
bons alunos.
6 comentários:
Na mouche, Rui! sem tirar nem por!
Thank you!
Nunca simpatizei com tal criatura (o actual primeiro-ministro). Logo na primeira vez que o vi. Nunca o achei com estofo para o lugar que desempenha, mas, infelizmente, não destoa dos que o rodeiam. O nosso querido País não tem sorte ou jeito nas escolhas que faz. E, quando tem a sorte de acertar, não tarda a deitá-los abaixo. Há vários casos na nossa história. A mesquinhês daquilo a que chamam política não dá para mais...
Após ultrapassar meio século de vida, temos uma percepção dela que só a experiência da dita nos proporciona. Mas confesso-me completamente ingénua, naif mesmo, por pensar que tão bons e íntegros Professores tenham produzido tão maus políticos. Os livros que lemos são os mesmos (supondo que os leram), os conhecimentos e boas práticas que nos transmitem também. Como é possível mandarem tudo "às urtigas" mal se apanham/arrebanham no poder? É esquisito, nalgumas situações, imaginar que convivemos e partilhamos um período académico comum, com uma tal degenerescência!
E que não restem dúvidas de que os MEUS Professores passados e presentes são genEricamente MUITO BONS, EXCELENTES.
Por certo brilharão menos que o poder...
Bjnho
Estella
Caro Penso,
Penitencio-me. Já gostei do Cavaco. Aliás ainda votei nele em 2006. Mas acabei por "lá chegar" e em 2011 já não viu a cor do meu voto.
Estella,
Por favor não responsabilize os professores (que os há fracos também)!
Há bons alunos que podem ter mau carácter, há pessoas que mudam e há governantes que foram maus ou péssimos alunos: sem querer ser fastidioso: Relvas, Sócrates, Coelho...
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