O SENHOR COLUNA
Apesar de hoje se comemorar o 110º aniversário do Sport Lisboa e
Benfica, não é um motivo alegre o que motiva este post. Trata-se da partida de
Mário Coluna.
Mário Coluna
in “Público” em www.publico.pt
Ao contrário do que sucedeu com Eusébio a quem ainda consegui ver
jogar, nunca vi Mário Coluna jogar. “Conheci-o” pelo meu Pai que era um grande
apreciador do Coluna. Não sendo ele Benfiquista (era Vitoriano, de Guimarães),
era um admirador do grandioso Benfica da década de 60.
E dizia-me que o Eusébio era ímpar, o Germano era o baluarte da
defesa, José Augusto e Simões as gazuas que abriam as defesas e Coluna, bem,
Coluna era a trave mestra da equipa que girava à volta dele, quer no ataque,
quer na manobra defensiva.
Essas histórias impressionavam-me e eu pensava como o nome Coluna era
adequado a quem tinha função tão importante na equipa do Benfica e fui
aprendendo a admirar o Coluna. Admiração que cresceu quando vi imagens de
Coluna a marcar dois grandes golos em finais da Taça dos Campeões Europeus
frente a Barcelona e Real Madrid e outras a capitanear a nossa fantástica
selecção no Mundial de Inglaterra.
Mais tarde aprendi outras coisas. Aprendi que os jogadores mais
novos o tratavam por Senhor Coluna, porque era mais velho e, mais importante,
porque era mesmo um senhor, para além de ser um senhor jogador.
É triste perder duas referências basilares do Benfica e do
desporto nacional. Duas coisas me confortam: se perdemos referências, é porque
as tínhamos e nem toda a gente tem essa sorte; e, por outro lado, nunca as
perdemos verdadeiramente, porque enquanto houver Benfica e futebol, Coluna
nunca desaparecerá. E nesta altura estará lá em cima a dar uns toques na bola
com o seu afilhado Eusébio.
Até sempre Senhor Coluna!
Cartaz de divulgação do jogo de homenagem
a Coluna promovido pelo Benfica em 1970
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