HOLLANDE LIDERE
LA FRANCE
LA FRANCE
François Hollande entra em cena.
in “The Economist”, 28 April 2012
Como era previsível, François Hollande venceu (52%) as eleições e é o novo Presidente da França. Como era expectável, Nicholas Sarkozy perdeu (48%) e abandonou a política.
Sarkozy gerou em mim algum entusiasmo (ver "Allez Y Sarkozy" de 28/05/2007 em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2007/05/allez-y-sarkozy.html) que se foi gradualmente esfumando. O seu estilo saltitante (literalmente e politicamente) desagradou-me e, claramente, saturou os Franceses. A sua colagem à Alemanha e a Merkel nos últimos anos, somada à crise, esgotou o crédito que tinha acumulado em 2007.
Rei morto, Rei posto, importa agora saber o que esperar de Hollande. Este blog espera pouco. Sim, preferia a vitória de Hollande, porque Sarkozy é cúmplice do Diktat germânico que está a arruinar as economias europeias, é arrogante e teve outras opções de política externa (Afeganistão, Líbia) que desaprovo. No fundo, tenho uma pequena esperança de que Hollande consiga mitigar algum do fundamentalismo fiscal alemão. Sendo realista, não creio que o estado de coisas melhore substantivamente.
Relativamente às políticas de asfixia, perdão austeridade, tenho sérias dúvidas que François Hollande tenha o je ne sais quoi para enfrentar Angela Merkel e fazê-la ceder. O resultado desse confronto vai ser o anúncio de algumas medidas paliativas para salvar a face do Francês, mantendo a essência do que quer a Alemã.
Quanto ao carácter imperioso de apostar no crescimento, francamente não me revejo nas políticas de crescimento económico centrado no esforço e investimento estadual. E é óbvio que nem Hollande, nem o PSF, vão encolher o Estado (bem pelo contrário), nem aliviar o jugo fiscal, para libertar a sociedade e os indivíduos para investirem e consumirem mais.
E assim sendo, é provável que tenhamos mais um caso de “plus que ça change, plus c’est la même chose”….
8 comentários:
Between France, Greece & Russia - watch this space - and there's more to come. Truly only God knows how this will work out!
Elaine
Yes Elaine, there is more to come. Europe is at a dangerous crossroads...
É um prazer ler as suas crónicas. Muito obrigada por ter a delicadeza de mas enviar. Não podia estar mais de acordo em relação à "limpeza de fachada" a que o presidente francês vai proceder, para mostrar obras na casa (será uma analogia à trolhice ou um insulto à arte de remodelar casas?).
Agora, em pulgas, pulgas, estou eu para ver o que vai acontecer à Grécia nos próximos tempos, se de facto o "Diabo" (como a maioria dos meus conhecidos lhe chamam) for mesmo o timoneiro do "barco". E se conseguirem vir à tona (sim, porque mais fundo não podem bater!), mantiverem à deriva e, quem sabe se até navegar, mesmo em passo de caracol?
Ai que o tempo nunca mais passa para poder ver os próximos episódios!
Estella Queirós
Merkel is saying to all of us: the euro mark is our currency…well adapted to our needs and our power and it is your problem; we have put our conditions to enter in the EU, we have engraved it in the treaties, under one article; independence of the BCE. We are independent to manage it…
Either you adapt yourselves, either it is your problem; Trichet followed our instructions, he was a servile servant . Now you have to restructure your salaries, squeezing them and for the rest do not touch… Did you understand?
If you touch this agreement, we quit the EU.
Greece is a little mouse! If Greece goes away from EU, there will be a little hole in the egg, through which other mousse will go through! EU will then be finished!
Conclusion: In both cases, EU will be finished!
Unless the other European countries follow François Hollande initiative to pressure Merkel .
Adorei!
Ermelinda
Estella,
Muito obrigado pela sua amabilidade!
Quanto à França, estamos de acordo.
Em relação à grécia, acho que terá de esperar mais um mês, até às eleições.
Dear Mr De Freitas,
I basically agree with you. However, I don't think Merkel will risk to rock the EU because Germany has been its main beneficiary.
Things will only change if several countries, including Italy and France turn the tables on German y and call her bluff!
Unfortunately, I don't see enough courage to defy the single thought emanating from Berlin and Brussels...
Obrigado Ermelinda :-)
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