12 maio, 2014

O Campeão Voltou - Os Momentos-Chave




O CAMPEÃO VOLTOU
OS MOMENTOS-CHAVE
 O Sport Lisboa e Benfica ganhou o Campeonato Nacional 2013/14 com inteira justiça: melhor futebol, vitórias inequívocas, melhor ataque, melhor defesa e, é claro, mais pontos.

 
Curiosamente, o Campeonato do Benfica começou 180 minutos após o início oficial e terminou 180 minutos antes do fim oficial. Mais exactamente, o Benfica entrou em prova aos 90 minutos do jogo na Luz com o Gil Vicente na 2ª jornada e terminou-a aos 90 minutos do jogo na Luz com o Olhanense, na 28ª jornada.

Nos primeiros 180 minutos, o Benfica ainda saía de um pesadelo e nos últimos 180 minutos o Benfica vivia um sonho. Nas 26 jornadas intermédias mais os descontos da 2ª, o Benfica venceu o Campeonato com 23 vitórias e 4 empates.

O Onze do jogo do título.

OS MOMENTOS-CHAVE:

Markovic marca o 1-1.
BENFICA, 2 – Gil Vicente, 1
Estive na Luz e vivi em sofrimento os últimos 20 minutos. Aos 90 minutos, o Benfica estava à beira do KO. Os jogadores tiveram o golpe de asa, a raça e a sorte de lutarem até ao último segundo e conseguiram pela 1ª vez na história do Benfica, virar o resultado nos descontos: assistência de Djuricic e golo de Markovic aos 90+2 e assistência de Sulejmani e golo de Lima aos 90+3. Foi também o 1º momento sérvio do Benfica 2013/14. O meu coração aguentou e o do Benfica também. Jesus diria, com razão, que a vitória in extremis valera mais do que uma goleada. Talvez por isso, o Benfica goleou menos que nos anos anteriores.
Lima marca o 2-1, consumando sensacional reviravolta nos descontos.
Vitória Guimarães, 0 – BENFICA, 1
Também estive no D. Afonso Henriques. A importância deste jogo, para além da vitória, foi o regresso de Cardozo aos golos. Mais uma vez Jesus teve razão quando afirmou que quando Cardozo começasse a marcar não pararia mais. Em Guimarães marcou o golo da vitória e a partir daí não pararia mais até se lesionar com gravidade. Foi o abono do Benfica de Setembro a Novembro, quando o Benfica recuperou a força e o rumo.
Matic e Cardozo agradecem o apoio indefectível dos adeptos no Estádio D. Afonso Henriques.


 
A Luz de luto por Eusébio.
BENFICA, 2 – Porto, 0
É o jogo dos 11 Eusébios. É o jogo da força da equipa em comunhão total com os adeptos. Todos pelo Benfica e todos pelo Eusébio. Houve demasiado Benfica para o Porto e um resultado vital do ponto de vista pontual e anímico. Dois bons golos de Rodrigo e Garay, com assistências de Markovic e Enzo. É, na verdade, o começo de um longo sprint para o título.
Rodrigo fuzila para o 1º golo!
 
O vôo da Águia na noite do Derby!
BENFICA, 2 – Sporting, 0
É o jogo do último duelo pelo título. O Sporting tornara-se no principal opositor do Benfica e o Benfica arrasou o adversário. Não no resultado, mas no jogo jogado em que os encarnados deram uma demonstração de superioridade poucas vezes vista. Os golos foram de Gaitan e de Enzo A partir daqui, a conquista do Campeonato passou a depender apenas da continuada competência do Benfica.
Grande golo de Enzo Perez!
Nacional, 2 – BENFICA, 4
Foi o último grande obstáculo. Para além das dificuldades de jogar na Choupana, o Benfica teve de dar a volta a um resultado desfavorável. Fê-lo com a segurança e a classe dos campeões. Lima, Rodrigo marcaram, bem como um super-Garay que bisou.
 
Luz repleta de adeptos em clima de euforia no Domingo de Páscoa.
BENFICA, 2 – Olhanense, 0
Foi o meu último jogo na Luz este ano. É o jogo da consagração, do triunfo sobre a matemática e sobre todas as malapatas reais ou imaginárias. Lima bisou num Estádio da Luz repleto e em clima de euforia. É também o dia da explosão nacional da alegria benfiquista. O grande objectivo conquistado libertou o Benfica para novos sonhos e conquistas.
Festa do Golo! Lima acabara de fazer o 2-0!!!
 Todos os jogos, todos os golos e todos os pontos são importantes, mas no curso de um Campeonato, há momentos que fazem a diferença, que nos catapultam para a vitória ou que arrastam para o insucesso. Para mim, este 6 jogos foram os momentos-chave do Benfica Campeão. Pela 33ª vez!!!
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10 maio, 2014

A Crimeia é da Rússia


A CRIMEIA É DA RÚSSIA


A Crimeia é da Rússia. Não se trata de um juízo de valor. Trata-se de um fait accompli. Aliás, já o é há dois meses, mas lendo notícias, análises e comentários, parece haver gente que ainda não o tinha entendido.

Vladimir Putin e veteranos russos da II Guerra Mundial levam flores para o Memorial dos Heróicos Defensores de Sebastopol.



A parada militar do dia 9 de Maio presidida por Vladimir Putin foi uma espécie de consagração pública, simbólica, festiva e in situ de um facto há muito consumado.


A simbologia está relacionada com a data. A 9 de Maio de 1945 o III Reich rendeu-se à URSS. Desde essa data, a URSS (e desde 1992 a Rússia) celebra a vitória sobre a Alemanha na II Guerra Mundial. Esse dia foi sempre marcado por festejos e paradas militares.


Por outro lado, a Crimeia foi palco de tremendos combates entre a URSS e a Alemanha em 1941/42, destacando-se o longo cerco a Sebastopol que resistiu 8 meses à Wehrmacht. Por isto, faz sentido a celebração ter ocorrido precisamente em Sebastopol.


Tal como o Exército Vermelho libertou a Crimeia dos Alemães precisamente há 70 anos, o Exército Russo a marchar pelas ruas de Sebastopol simboliza o retorno (libertação) da Crimeia à Mãe Rússia.


De forma mais subtil, dado que Moscovo tem acusado o golpe que derrubou Yanukovych e o novo poder que lhe sucedeu em Kiev de estar infiltrado de e influenciado por fascistas e anti-semitas, a celebração da vitória sobre o Nazismo na Crimeia tem um certo requinte florentino.


The million Dollar question é saber o que pensavam os cidadãos de Donetsk, Kharkov, Luhnask, Dniepropetrovsk, Mariupol e Odessa, enquanto assistiam aos triunfos da Rússia do passado e do presente. Aí poderá estar a chave do futuro próximo.



06 maio, 2014

Saída "Limpa", Processo Sujo


SAÍDA LIMPA, PROCESSO SUJO

 

Não entendo a excitação e agitação à volta da proclamação oficial da saída limpa de Portugal do programa que acompanhou o resgate da Troika.

 

Em primeiro lugar, porque era óbvio há meses que seria esse o desfecho, quer por motivos políticos, quer pela vontade dos parceiros da EU.

 

Em segundo lugar, porque muito pouco vai mudar. Aliás, o Sr. Coelho já anunciou com orgulho o que toda a gente também sabia: a austeridade vai continuar. Os burocratas da capital da Bélgica também já acorreram aos microfones com toda a sorte de avisos e ameaças veladas.

 

Em terceiro lugar, porque a suposta saída limpa não é limpa e nem sequer é verdadeiramente uma saída.

 

Não é uma saída porque já sabemos que os Taliban da Troika vão assombrar as nossas existências durante mais 20 anos e não vão certamente fazer visitas de cortesia, mas sim continuar a impor os seus dogmas ideológicos em benefício dos seus patronos.

 

Consequentemente, de limpa a saída tem muita muito pouco. E nunca teria porque o processo foi iminentemente sujo.

 

Era sujo ainda antes de começar devido ao esbanjamento irresponsável e por vezes criminoso de fundos públicos.

 

Era sujo pela forma subserviente e ao arrepio do interesse nacional como foi negociado (??) e acatado o Memorando de Entendimento.

 

Era sujo pelo servilismo acéfalo com que foram aceites e aplicadas as instruções da Troika.

 

Era sujo pela forma como perseguiram determinadas categorias sociais e profissionais de Portugueses (a maioria, valha a verdade) com a ênfase na sanha persecutória aos funcionários públicos, reformados e pensionistas e trabalhadores por conta de outrem.

 

É óbvio que perante tão grande e prolongada sujeira, não há detergente ou operação de comunicação ou de marketing que a limpe.

 

O Sr. Coelho que se apresentou ufano ao país está conspurcado sem remissão pelo que fez, com satisfação, nos últimos 3 anos. E a sua saída também não será limpa. Só espero que seja rápida.

 

03 maio, 2014

Até Ri


ATÉ RI

 

Tenho visto muito pouco o Telejornal. Ontem vi. Os leitores de Tempos Interessantes sabem que a minha paciência com este Governo se esgotou há muito tempo. Eu diria que se a paciência fosse liquidez e a falta dela fosse dívida, a dívida deste Governo já teria ultrapassado há muito a da Grécia. Consequentemente, é frequente haver intervenções do Governo ou da maioria parlamentar que me provocam irritação.

 

Contudo, devo estar a entrar numa nova fase, porque o que ouvi no dito Telejornal, até me fez….rir. É verdade, ri. Seriously? Yes!

 

A Ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que declarara no dia 15 de Abril que não havia mais aumentos de impostos, anuncia e defende o aumento do IVA e da TSU que, em termos práticos acaba por ser mais um imposto, mesmo que não o seja formalmente. Previsível. Ri.

 

Teresa Coelho do PSD declara ufana que “este é um momento histórico para Portugal”. Ri-me. E acrescenta com veemência que “é intolerável que a oposição não reconheça que este é um resultado absolutamente extraordinário”, referindo-se às patifarias que o Governo tem vindo a fazer... Ri à gargalhada!

 

Nuno Magalhães do CDS contornou a crítica da mentira da promessa de não haver novos aumentos fiscais afirmando que o dinheiro arrecadado pelo aumento do IVA serviria para financiar pensões, pelo que era absolutamente diferente. Fartei-me de rir.

 

Luís Montenegro conseguiu queixar-se com um ar sério “que ninguém tenha ainda sido capaz de felicitar o executivo por o país estar a 15 dias do encerramento do programa de ajustamento com a saída mais favorável que podíamos antecipar." Quase rebolei a rir!

 

Podem perguntar-me: mas é caso para rir? Isso não é trágico?

 

Sim, têm razão, mas a actuação do Governo e respectivos deputados já atingiu tais níveis de insanidade que entra no foro do ridículo. Como se sabe, o ridículo mata. Neste caso, infelizmente, tal ainda não aconteceu.

 

Contudo, o ridículo pode ser hilariante e, quiçá também por desespero, o ridículo daquelas figuras medíocres a pronunciarem aquelas alarvidades, mentindo sem pudor e fazendo figura de parvos ao tentar fazer de todos nós parvos, tudo isto enquanto tentavam assumir a pose séria de estadistas que nós sabemos que não são, fez-me rir.

 

Chegamos ao ponto em que a reacção perante quem nos governa, varia entre o impropério de quem é sujeito a abusos e maus-tratos e o riso que noutros tempos se dirigia aos parvos e aos bobos.

 

 

NOTA: Não obstante o ridículo de ontem me ter acometido de riso, o estado da governação não tem piada nenhuma. Além da mentira descarada, adivinham-se mentiras encapotadas. Será surpreendente a roçar o inacreditável se os 20% do saque repostos*em 2015 não forem engolidos pela tabela única da função pública e pela revisão dos suplementos.

 

* Trata-se de uma simplificação enganosa, porque serão repostos a partir de 2015. O que foi roubado em 2011, 2012, 2013 e 2014 não foi nem jamais será devolvido. Os crimes do Estado compensam.