17 fevereiro, 2015

Complexo Islâmico do "Grande Pacificador"

COMPLEXO ISLÂMICO

DO “GRANDE PACIFICADOR”

 
Barack Obama sofre de algo que podemos designar de “complexo islâmico”. Poderá ser cobardia, excesso de simpatia, motivado pelas suas origens, mas o mais provável é ser parte de um esforço obsessivo de “fazer a paz com o Islão”.

 
Parece claro que, do alto da sua desmesurada auto-estima, Obama se vê como uma espécie de redentor, como o político capaz de pacificar as conturbadas relações do Islão com o Ocidente.

 
Parece inacreditável, mas os Cruzados são uma espécie de bode expiatório de Obama no esforço de minimizar a gravidade do terrorismo islamista.
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Nisso se enquadra o discurso do Cairo, as críticas e aleivosias feitas a Israel, as críticas aos Estados Unidos feitas em tom de penitência e, mais particularmente, ao seu antecessor na ânsia de agradar aos Muçulmanos, os cartõezinhos de boas festas (nunca respondidos) dirigidos ao Ayatollah Ali Khameney e as negociatas (falhadas) com os Taliban do Afeganistão.

 
A isto ainda se pode acrescentar os “paninhos quentes” na abordagem da ameaça terrorista de cariz islâmico, ou no relacionamento com o Irão, ou na recusa em qualificar como terrorismo o ataque do Major Nidal Malik Hasan em Fort Hood no qual morreram 13 militares norte-americanos e outros 30 ficaram feridos. O que importa acima de tudo é não melindrar os muçulmanos.

 
A esta lista ainda podemos acrescentar o desespero com que Obama quer chegar a acordo com o Irão, custe o que custar, e provavelmente custará mesmo muito.

 
Na semana passada, Barack Obama deu mais uma demonstração do seu excessivo cuidado quando se “atirou” aos Cristãos para minimizar o terrorismo islâmico.

 
Assim, avisou not to get on our high horse about jihadist terror being unique e invocou the terrible deeds committed in the name of Christ in the Crusades.

 
Contudo foi incapaz de dizer que o Estado Islâmico, o Hezbollah, a Al-Qaeda, o Hamas, o Jabhat Al-Nusra, o Asaib Ahl al-Haq, o Tehrik-i-Taliban Pakistan, os Taliban do Afeganistão, as Brigadas Hezbollah, a Brigada Badr, o Al-Shabab, o Boko Haram e múltiplos outros, commit terrible deeds in the name of Allah or in the name of Muhammad. Não. Os Cruzados matavam em nome de Cristo, os jihadistas não matam em nome de Alá, Maomé, ou até do Islão. O máximo que o devoto presidente conseguiu dizer é que matam em nome da religião. A sério? Qual? Será do Budismo?

 
Também não poupou os cristãos domésticos, acusando-os de serem responsáveis pela escravatura há 200 anos e pela discriminação racial há 50 anos. Convenientemente esqueceu-se que eram Cristãos os mais fervorosos combatentes da escravatura, como o Britânico William Wilberforce que foi a força motriz desse combate por todo o Império Britânico e que também teve impacto nos EUA. Entretanto, os árabes (muçulmanos) continuaram a praticar a escravatura, mas esta já seria provavelmente benigna aos olhos de Obama. Finalmente, ao que consta, Martin Luther King era um reverendo de uma denominação cristã (Baptista) e não um mullah.

 
Quando entra por estes caminhos, e não é a primeira vez que o faz, Obama demonstra na melhor das hipóteses, ignorância histórica e de contexto (comparar actos de 1095 com outros de 2014 não lembra a ninguém). Na pior das hipóteses, é uma manipulação interesseira, miserável e dificilmente bem sucedida para entrar na História como o “grande pacificador”. E, quiçá, ganhar um Prémio Nobel um pouco menos patético do que o de 2009.

 
 

 

 

 

 

 

 

2 comentários:

Estella disse...

Estou a pensar no PR português e nas últimas declarações públicas que tem feito àcerca da Grécia, bla, bla, bla ... (não sei se está "gaga" ou se sempre o foi)
Eles (presidentes) não têm que ser inteligentes e ter sentido de Estado. Okey. Deviam. Mas, o que deviam sobretudo, era reunirem-se de bons argumentistas - vários se necessário - e impedi-los de se manifestarem sem conhecimento prévio do assunto. Se apanhados desprevenidos ... paciência! Alguém alegará que estão afónicos. Pelo menos evitavam as "bacoradas" desbocadas. E nós, os representados, não nos sentíamos tão envergonhados.

Joaquim de Freitas disse...

Talibãs, Al Qaeda, Aqmi, Boko Haram, Rebeldes sírios, Daech, Al Nosra, Khorassane, são nomes que servem para designar organizações e movimentos criados, financiados e armados directamente e indirectamente pelo imperialismo americano e o seu caniche europeu com o objectivo único de servir os seus interesses económicos e estratégicos.

Ao condenar todas as vias e todas as soluções progressistas, o imperialismo abriu a caixa de Pandora libertando monstros quase por toda a parte e que lhe servem de pretexto para eventuais intervenções nos países que lhe são refractários. O imperialismo é o pai de todos os terrorismos.

A violência dos grupos "terroristas" é barbara; mas o terror que o imperialismo exerce sobre os povos que recusam de se submeter à sua dominação é certamente tão barbara.

Um país como o Iraque é hoje num estado de decomposição avançada. A integridade deste país e a sua unidade são hoje longínquas recordações. As guerras imperialistas neste país deixaram atrás delas centenas de milhares de mortos. Foi Madeleine Albrith que justificava friamente em 1996 a morte de 500 000 crianças iraquianas. O número de feridos e de refugiados seria superior a um milhão.

A população está reduzida a viver em condições infra humanas. O que sofre hoje o povo iraquiano dá a medida da barbaria e da crueldade das quais o imperialismo é capaz.
Toda a historia do imperialismo americano é uma longa lista de crimes, de guerras e de massacres perpetrados através todo o planeta:
Vietname, Afeganistão, Jugoslávia, Iraque, Líbia Síria. Apoiou regimes retrógrados, os ditadores mais ferozes como Suharto o Indonésio, Marcos o Filipino, Pinochet o Chileno, Videla o Argentino, Uribe o Colombiano, Ben Ali o Tunisino, etc. etc.

Levantaram os fanáticos religiosos contra Nasser, no Egipto, contra Sukarno, na Indonésia, contra Najibullah no Afeganistão, o general ditador Zia contra Ali Bhutto, no Paquistão, etc...

E o caos da Líbia!!!! Com a ajuda da França! Onde as milícias ditam a lei. Nao se sabe exactamente quem é quem! Mas entretanto, os arsenais de Kadafi encontram-se agora por toda a parte, do Mali à Síria.

O terrorismo é à imagem do imperialismo.

Freitas Pereira