COMPLEXO ISLÂMICO
DO “GRANDE PACIFICADOR”
Parece claro que, do alto da
sua desmesurada auto-estima, Obama se vê como uma espécie de redentor, como o
político capaz de pacificar as conturbadas relações do Islão com o Ocidente.
Parece inacreditável,
mas os Cruzados são uma espécie de bode expiatório de Obama no esforço de
minimizar a gravidade do terrorismo islamista.
in
“1 Zoom Net” em
Nisso se enquadra o discurso do Cairo, as críticas e aleivosias
feitas a Israel, as críticas aos Estados Unidos feitas em tom de penitência e,
mais particularmente, ao seu antecessor na ânsia de agradar aos Muçulmanos, os
cartõezinhos de boas festas (nunca respondidos) dirigidos ao Ayatollah Ali
Khameney e as negociatas (falhadas) com os Taliban do Afeganistão.
A isto ainda se pode acrescentar os “paninhos quentes” na abordagem
da ameaça terrorista de cariz islâmico, ou no relacionamento com o Irão, ou na
recusa em qualificar como terrorismo o ataque do Major Nidal Malik Hasan em
Fort Hood no qual morreram 13 militares norte-americanos e outros 30 ficaram
feridos. O que importa acima de tudo é não melindrar os muçulmanos.
A esta lista ainda podemos acrescentar o desespero com que Obama
quer chegar a acordo com o Irão, custe o que custar, e provavelmente custará
mesmo muito.
Na semana passada, Barack Obama deu mais uma demonstração do seu
excessivo cuidado quando se “atirou”
aos Cristãos para minimizar o terrorismo islâmico.
Assim,
avisou not to get on our high horse about jihadist terror being unique
e invocou the terrible deeds committed in the name of Christ in the Crusades.
Contudo foi
incapaz de dizer que o Estado Islâmico, o Hezbollah, a Al-Qaeda, o Hamas, o Jabhat
Al-Nusra, o Asaib Ahl
al-Haq, o Tehrik-i-Taliban Pakistan, os Taliban do Afeganistão, as Brigadas
Hezbollah, a Brigada Badr, o Al-Shabab, o Boko Haram e múltiplos outros, commit
terrible deeds in the name of Allah or in the name of Muhammad. Não. Os
Cruzados matavam em nome de Cristo, os jihadistas não matam em nome de Alá,
Maomé, ou até do Islão. O máximo que o devoto presidente conseguiu dizer é que
matam em nome da religião. A sério? Qual? Será do Budismo?
Também não poupou os
cristãos domésticos, acusando-os de serem responsáveis pela escravatura há 200
anos e pela discriminação racial há 50 anos. Convenientemente esqueceu-se que eram
Cristãos os mais fervorosos combatentes da escravatura, como o Britânico
William Wilberforce que foi a força motriz desse combate por todo o Império
Britânico e que também teve impacto nos EUA. Entretanto, os árabes (muçulmanos)
continuaram a praticar a escravatura, mas esta já seria provavelmente benigna
aos olhos de Obama. Finalmente, ao que consta, Martin Luther King era um
reverendo de uma denominação cristã (Baptista) e não um mullah.
Quando entra por estes
caminhos, e não é a primeira vez que o faz, Obama demonstra na melhor das
hipóteses, ignorância histórica e de contexto (comparar actos de 1095 com
outros de 2014 não lembra a ninguém). Na pior das hipóteses, é uma manipulação
interesseira, miserável e dificilmente bem sucedida para entrar na História
como o “grande pacificador”. E, quiçá, ganhar um Prémio Nobel um pouco menos
patético do que o de 2009.
2 comentários:
Estou a pensar no PR português e nas últimas declarações públicas que tem feito àcerca da Grécia, bla, bla, bla ... (não sei se está "gaga" ou se sempre o foi)
Eles (presidentes) não têm que ser inteligentes e ter sentido de Estado. Okey. Deviam. Mas, o que deviam sobretudo, era reunirem-se de bons argumentistas - vários se necessário - e impedi-los de se manifestarem sem conhecimento prévio do assunto. Se apanhados desprevenidos ... paciência! Alguém alegará que estão afónicos. Pelo menos evitavam as "bacoradas" desbocadas. E nós, os representados, não nos sentíamos tão envergonhados.
Talibãs, Al Qaeda, Aqmi, Boko Haram, Rebeldes sírios, Daech, Al Nosra, Khorassane, são nomes que servem para designar organizações e movimentos criados, financiados e armados directamente e indirectamente pelo imperialismo americano e o seu caniche europeu com o objectivo único de servir os seus interesses económicos e estratégicos.
Ao condenar todas as vias e todas as soluções progressistas, o imperialismo abriu a caixa de Pandora libertando monstros quase por toda a parte e que lhe servem de pretexto para eventuais intervenções nos países que lhe são refractários. O imperialismo é o pai de todos os terrorismos.
A violência dos grupos "terroristas" é barbara; mas o terror que o imperialismo exerce sobre os povos que recusam de se submeter à sua dominação é certamente tão barbara.
Um país como o Iraque é hoje num estado de decomposição avançada. A integridade deste país e a sua unidade são hoje longínquas recordações. As guerras imperialistas neste país deixaram atrás delas centenas de milhares de mortos. Foi Madeleine Albrith que justificava friamente em 1996 a morte de 500 000 crianças iraquianas. O número de feridos e de refugiados seria superior a um milhão.
A população está reduzida a viver em condições infra humanas. O que sofre hoje o povo iraquiano dá a medida da barbaria e da crueldade das quais o imperialismo é capaz.
Toda a historia do imperialismo americano é uma longa lista de crimes, de guerras e de massacres perpetrados através todo o planeta:
Vietname, Afeganistão, Jugoslávia, Iraque, Líbia Síria. Apoiou regimes retrógrados, os ditadores mais ferozes como Suharto o Indonésio, Marcos o Filipino, Pinochet o Chileno, Videla o Argentino, Uribe o Colombiano, Ben Ali o Tunisino, etc. etc.
Levantaram os fanáticos religiosos contra Nasser, no Egipto, contra Sukarno, na Indonésia, contra Najibullah no Afeganistão, o general ditador Zia contra Ali Bhutto, no Paquistão, etc...
E o caos da Líbia!!!! Com a ajuda da França! Onde as milícias ditam a lei. Nao se sabe exactamente quem é quem! Mas entretanto, os arsenais de Kadafi encontram-se agora por toda a parte, do Mali à Síria.
O terrorismo é à imagem do imperialismo.
Freitas Pereira
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