06 abril, 2012

Judas Coelho

 JUDAS COELHO


Judas Iscariotes

Judas Coelho

Poderão pensar que já são demais os epítetos que vou colando a Passos Coelho. Infelizmente discordo. Confesso que o primeiro título que me ocorreu era outro, mas depois, movido pela época pascal e pela traição de Sexta-Feira Santa, resolvi optar por “Judas”.
Mais: não acredito que este tenha sido o último. Tenho a certeza que Coelho continuará a fazer judiarias aos Portugueses e por muitas que faça, hei-de encontrar sempre adjectivos para lhe aplicar.

A judiaria mais recente é a rábula dos 13º e 14º meses dos funcionários públicos. Toda a gente ouviu que a suspensão dos chamados subsídios de férias e de Natal se efectuaria em 2012 e 2013. Repentinamente, vem um amanuense austríaco da Comissão Europeia insinuar o seu prolongamento. De seguida noticia-se que é até ao fim do programa de financiamento externo (meados de 2014 o que salvaria, no mínimo, o subsídio de Natal). Finalmente, o Judas Coelho vem falar em reposição gradual a partir de 2015. O “Expresso” escreve que em 2016 esse gradualismo ainda pode ficar pelos 50%!!!!

Judas Coelho diz à Rádio Renascença que o “Governo pretende repor gradualmente esses subsídios porque dificilmente o Estado conseguiria encaixar num ano a reposição de todo esse benefício.”

Ora bem, o que este Judas está a dizer é:

1-   O Estado sempre pagou estes salários. Agora que tem dois anos e meio de folga, deixa de poder pagar.

2-   O Estado não pode encaixar o pagamento do que deve, mas os Portugueses podem encaixar o roubo daquilo que lhes pertence por direito e por trabalho!

3-   Eu (ele) continuo a mentir porque nunca isto foi dito aos Portugueses.

Judas Iscariotes vendeu Cristo por 30 dinheiros. Judas Coelho vai vendendo os Portugueses ao preço de biliões. Além do preço, a diferença é que este não se arrepende e, infelizmente, não se vai enforcar. Vai-nos asfixiando.

7 comentários:

Sérgio Lira disse...

Infelizmente, Rui, não posso concordar mais contigo. A maior ignomínia, a maior tristeza, a maior vergonha é um cidadão poder legitimamente chamar "MENTIROSO" a um seu governante, a um eleito, a um representante do Povo. Ora em Portugal, de há anos a esta parte, pode. E pode, sem ter medo de sofrer consequências, porque é a verdade, nua, crua, escarrada, patente, evidente, cristalina. Infelizmente este nosso governo vai por muito mau caminho: a uma assobio de Bruxelas, que lhe puxa a trela como se de um cachorro vira-lata a quem se dá uma côdea se tratasse, renega o afirmado, inventa explicações que nem a um infante lembrariam, faz de marionete, apouca-se, avilta-se e (pior) avilta-nos. O Governo, por mão do seu primeiro ministro e do seu ministro das finanças, torrou em dois dias todo o crédito, todo o benefício da dúvida, toda a aura "de que estes são pessoas mais sérias" que pudesse ainda ter - e o ministro das finanças ainda se permitiu fazer sarcasmo, cinismo e ironia - uma atitute bestial, que vai bem de par com o apodo de "piegas" com que o pm nos havia brindado; pergunto-me: teriam estes homenzinhos coragem de fazer tal na frente do Povo e sem um cordão policial de entremeio?... mentirosos, cobardes e cínicos, para não usar vernáculo. O corolário é simples: para poder continuar a encher a mula dos seus amigalhaços das PPPs (escorrerá algum para os seus bolsos???) este governo não se detém pernate nada, hipoteca a honra e rouba o Povo sem vergonha e sem moral. Até quando???

Rui Miguel Ribeiro disse...

Oh Sérgio! Eu gostava de escrever as coisas com a mesma violência que tu, com a caneta de ferro em brasa e o tinteiro com sangue!
Até quando? Infelizmente, acho que estes piratas vão navegar até 2015 e, com a nódoa de oposição que temos, quiçá até mais além...

Maria Queirós disse...

Sabemos que o Estado nos está a roubar, contrariando a CR - tal só podia ser feito pela via do imposto, expropriação ou nacionalização-art 103º 62º e 83º.
Também não trata os cidadãos com equidade. Só os "mangas de alpaca" são responsáveis pela situação em que se encontra o País! Por mim, metia-os todos no Campo Pequeno. Cortava-se o mal pela raiz! Era uma oportunidade (única!)para conhecê-lo. Fora de brincadeiras: se o (des)Governo nos quer tirar um direito consignado na CR, tem de alterá-la e, já agora, deixo aqui uma sugestão: criem um artigo onde os cidadãos possam derrubar legitimamente um Governo que não cumpre e se desviou do que prometeu a quem nele votou e confiou. Se for sancionado severamente, talvez pensem duas vezes antes de concorrerem à "gamela" sem qualquer consequência, sem terem de prestar contas a quem servem, antes se servindo.

Maria Queirós disse...

Li na Sábado que desde 2010 que a administração da AR se debate com o "gravíssimo" problema da distribiução de água aos deputados: engarrafada ou da torneira? Despeçam a administração e contratem duas donas por 500 euros/cada. Sem nunca terem cursos de gestão nem MBMs, garanto que resolvem a situação, embora não entenda porque é que cada deputado, à semelhança dos restantes cidadãos, não tratam de se precaver com a dita água. O meu patrão é o mesmo. Sou eu quem trata da minha água, ou já tinha mirrado.

Anónimo disse...

Olá Rui!
Fantastico artigo. Péssima "historia" ...a nossa.
Que pena não ser ficção....
Mina

Rui Miguel Ribeiro disse...

Estella:
Excelente comentário! Quanto à Constituição, está visto que no essencial é letra morta. E quando há dúvidas, os comissários políticos do Tribunal Constitucional tratam de as "resolver".

P.S. A água é coisa de somenos.

Rui Miguel Ribeiro disse...

Mina, agradeço a amabilidade :-)