OBAMA CAUGHT RED-HANDED
PART II
Obama e Medvedev. in “The Washington Post”
“Conto contigo e com o Vladimir (Putin) para me ajudarem nas
eleições!”
(Texto meu)
Actualização: “Promessa cumprida” (Texto meu)
Para contextualizar este post, recomendo vivamente a leitura
da primeira parte, publicada há exactamente um ano esta semana: “Obama Caught
Red-Handed” em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2012/03/obama-caught-red-handed.html
Nele, refere-se uma conversa off-record
entre Obama e Medvedev, captada por uma televisão russa e divulgada pela ABC. Nessa
conversa, Obama pede a Medveded e indirectamente a Putin ajyda e compreensão no
tema da defesa anti-míssil. Tal traduzia-se fundamentalmente em não o
pressionarem neste tema até às eleições de Novembro passado, prometendo que
após as mesmas teria mais rédea livre para fazer cedências a Moscovo.
Duas curtas citações são elucidativas:
“On all these issues, but particularly
missile defense, this, this can be solved, but it’s important for him to give
me space,” Obama can be heard telling Medvedev, apparently
referring to incoming Russian president — and outgoing prime minister — Vladimir
Putin.
“This is my last election,” Obama
interjects. “After my election, I have more flexibility.”
Pois esta semana foi anunciado que os
Estados Unidos cancelaram a 4ª e última fase (Standard Missile-3 Block IIB) do
Programa de Defesa Anti-Míssil na Europa (European Phased Adaptative Approach
Missile Defence Plan). Três razões foram
aduzidas:
1-
Limitações orçamentais (que existem).
2-
Dificuldades no desenvolvimento
tecnológico da plataforma (que já existem há muito tempo e que não detiveram a
opção da Administração americana).
3-
A crescente ameaça nuclear norte-coreana à Costa Oeste dos EUA (pretexto hilariante,
porque não existe um único indicador que aponte para que essa ameaça seja
materializável a curto ou médio prazo).
Off-record, existe duas GRANDES coincidências:
1- Esta era a fase do plano anti-míssil na Europa que era
objecto das maiores objecções da Rússia, que considerava que constituiria uma
ameaça à capacidade dissuasora do arsenal nuclear russo.
2- As eleições americanas já passaram e Obama tomou posse há
uns meros dois meses.
Suspeito que a motivação de Obama terá
sido a esperança de poder desencadear novas negociações para a redução dos
arsenais nucleares com a Rússia. Depois do seu projecto de um mundo livre de
armas nucleares anunciado em Praga em 2009, que fruiu um pífio acordo com a
Rússia em 2011 (New START Treaty), Obama quer desesperadamente coroar o seu
último mandato com algo de histórico.
Pouco importa que o Zero Nuclear seja
um sonho inatingível nas próximas décadas, ou que os Aliados tenham sido
apanhados desprevenidos com a segunda alteração ao plano de defesa anti-míssil
em 4 anos, ambas justificadas pelas tentativas de Obama agradar a Moscovo. O
que importa são os sonhos megalómanos de grandeza de Barack Obama. E com ele,
já se sabe, ele está primeiro.
Contentes devem estar os líderes da Rússia, que estão entre
os primeiros a verem cumprida uma promessa
eleitoral feita por Obama.
Ballistic
Missile Defence in Europe.
in STRATFOR
at www.stratfor.com
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