25 março, 2013

Obama Caught Red-Handed - Part II

OBAMA CAUGHT RED-HANDED
PART II

 
Obama e Medvedev. in “The Washington Post”
“Conto contigo e com o Vladimir (Putin) para me ajudarem nas eleições!”
 (Texto meu)
Actualização: “Promessa cumprida” (Texto meu)

Para contextualizar este post, recomendo vivamente a leitura da primeira parte, publicada há exactamente um ano esta semana: “Obama Caught Red-Handed” em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2012/03/obama-caught-red-handed.html


Nele, refere-se uma conversa off-record entre Obama e Medvedev, captada por uma televisão russa e divulgada pela ABC. Nessa conversa, Obama pede a Medveded e indirectamente a Putin ajyda e compreensão no tema da defesa anti-míssil. Tal traduzia-se fundamentalmente em não o pressionarem neste tema até às eleições de Novembro passado, prometendo que após as mesmas teria mais rédea livre para fazer cedências a Moscovo.
 
Duas curtas citações são elucidativas:

“On all these issues, but particularly missile defense, this, this can be solved, but it’s important for him to give me space,” Obama can be heard telling Medvedev, apparently referring to incoming Russian president — and outgoing prime minister — Vladi­mir Putin.
 
“This is my last election,” Obama interjects. “After my election, I have more flexibility.”

 
Pois esta semana foi anunciado que os Estados Unidos cancelaram a 4ª e última fase (Standard Missile-3 Block IIB) do Programa de Defesa Anti-Míssil na Europa (European Phased Adaptative Approach Missile Defence Plan). Três razões foram aduzidas:

1-   Limitações orçamentais (que existem).

2-   Dificuldades no desenvolvimento tecnológico da plataforma (que já existem há muito tempo e que não detiveram a opção da Administração americana).

3-   A crescente ameaça nuclear norte-coreana à Costa Oeste dos EUA (pretexto hilariante, porque não existe um único indicador que aponte para que essa ameaça seja materializável a curto ou médio prazo).

Off-record, existe duas GRANDES coincidências:


1-    Esta era a fase do plano anti-míssil na Europa que era objecto das maiores objecções da Rússia, que considerava que constituiria uma ameaça à capacidade dissuasora do arsenal nuclear russo.

2-    As eleições americanas já passaram e Obama tomou posse há uns meros dois meses.


Suspeito que a motivação de Obama terá sido a esperança de poder desencadear novas negociações para a redução dos arsenais nucleares com a Rússia. Depois do seu projecto de um mundo livre de armas nucleares anunciado em Praga em 2009, que fruiu um pífio acordo com a Rússia em 2011 (New START Treaty), Obama quer desesperadamente coroar o seu último mandato com algo de histórico.


Pouco importa que o Zero Nuclear seja um sonho inatingível nas próximas décadas, ou que os Aliados tenham sido apanhados desprevenidos com a segunda alteração ao plano de defesa anti-míssil em 4 anos, ambas justificadas pelas tentativas de Obama agradar a Moscovo. O que importa são os sonhos megalómanos de grandeza de Barack Obama. E com ele, já se sabe, ele está primeiro.

Contentes devem estar os líderes da Rússia, que estão entre os primeiros a verem cumprida uma promessa eleitoral feita por Obama.


Ballistic Missile Defence in Europe.

in STRATFOR at www.stratfor.com

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