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04 junho, 2013

O Flagelo II - Mau Remédio

O FLAGELO II
MAU REMÉDIO

 
No post anterior (O FLAGELO I – A GERAÇÃO PERDIDA em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2013/06/o-flagelo-1-geracao-perdida.html) discutimos a catástrofe individual e colectiva que se abate sobre os países com altas taxas de desemprego e altíssimo desemprego jovem.

Para nos contextualizarmos, vejamos os números globais do desemprego mos países mais afectados da Europa (no post anterior apresentámos os valores do desemprego jovem), sendo que mais de metade dos Estados-Membros da EU apresenta valores superiores a 10%:

* Grécia               27.0%
* Espanha           26.8%
* Portugal            17.8%
* Chipre              15.6%
* Eslováquia        14.5%
* Irlanda              13.5%
* Lituânia            12.5%
Fonte: Eurostat em

Os níveis estratosféricos de desemprego são um facto e estão a agravar-se. A questão que se coloca é de que forma se está a combater o flagelo?

Vamos alhear-nos um pouco de Portugal, onde o governo se empenha no aumento do desemprego, para não nos irritarmos muito. O que vemos então?

Vemos o Presidente da França, François Hollande repescar propostas já discutidas no seio da EU, que investiria 6 biliões de euros entre 2014 e 2020 em programas de criação de emprego para os jovens.

O mesmo Hollande repescou também orientações da UE (Youth Guarantee Recommendation), segundo as quais os jovens devem continuar a estudar ou a estagiar se não conseguirem emprego 4 meses após terminarem o seu percurso educativo normal. Estas medidas seriam suportadas pelos Estados-Membros com apoio do Fundo Social Europeu.

Ainda e sempre Hollande, quer expandir o programa Erasmus, o que significa gastar mais dinheiro no programa. Como é que esta medida vai combater o desemprego é um mistério, mas faz parte do pacote que terá encomendado para inverter a sua (dele) queda abrupta nas sondagens.

Já no ano passado, o MNE da Alemanha, Guido Westerwelle, propunha um Pacto de Crescimento na EU como forma de ultrapassar o elevado desemprego e a baixa competitividade. Dentre as propostas, ressalta o investimento em grandes infra-estruturas. Públicas é claro. De preferência envolvendo empresas alemãs, acrescento eu.

Também a Comissão Europeia fala regularmente em conceitos como pactos de crescimento e de competitividade como a panaceia para o flagelo.

Esta enxurrada de propostas faria rir se o assunto não fosse tão grave.

A principal causa do disparar do desemprego na Europa Meridional é a austeridade brutal e cega imposta pela Alemanha e pelo FMI a países como a Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha, ou Chipre.

A imposição dessa austeridade foi despoletada pela dívida excessiva contraída por esses e outros Estados e/ou pelo iminente colapso do respectivo sistema bancário.

Essa austeridade visa resolver os desequilíbrios das contas públicas e salvar os bancos da falência capitalizando-os.

A ferramenta utilizada para atingir os dois objectivos enunciados é proceder ao confisco de uma parcela sempre crescente do rendimento dos contribuintes e, também, das empresas.

Os resultados são conhecidos: as contas públicas continuam a agravar-se, os bancos estão bem, as empresas abrem falência aos milhares e os cidadãos vivem sob a ameaça da insolvência.

Perante este cenário, querem aumentar a despesa pública para criar emprego? Será que este tique socialista nunca irá desaparecer? Como é que o despejar dinheiro público, nacional ou europeu, vai criar emprego? Como é isto compaginável com um Estado como Portugal, cujo governo quer despedir dezenas de milhares de funcionários?

Porque é que não lhes ocorre que para criar empregos deviam baixar a carga fiscal, estimulando o investimento e o consumo?

Porque não reduzem drasticamente o peso burocrático que sufoca empresas e cidadãos?

Porque que não dão espaço à sociedade para respirar?

Porque isso iria reduzir a importância e o poder dos governos, dos aparelhos político-partidários e das burocracias instaladas.
 
 
Com esta comandita instalada, tal nunca irá acontecer, porque agarraram o osso e não o vão largar. A bem, nunca o irão largar. Só a mal.