SE EU ME
CHAMASSE ….
PASSOS COELHO *
Esta imagem é de 2012. O número já ia em 923.001 em Fevereiro
e rapidamente deverá atingir 1.000.000 de pessoas(ver http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2013/02/923001-desempregados.html).
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. assaltava um banco alegando o contexto social, económico e político.
Afinal de contas estou desempregado, o que me causa dificuldades económicas
pelo que nada como suspender umas leis!
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. deixava de pagar as
contas à EDP, PT, Galp e
respectivas amigas, supostas concorrentes,
por violarem a lei da concorrência, desvirtuarem o mercado e abusarem de
posições dominantes. Afinal, com o desemprego a cavalgar para os 20%, parece-me
que a conjuntura justifica um congelamento do Código Comercial.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. rasgava os contratos
faraónicos de que usufruem as empresas do sector energético e as concessionárias de estradas e auto-estradas,
porque já que seria contra os direitos adquiridos dos muitos que têm pouco,
também poderia ser contra os direitos adquiridos dos poucos que têm muito.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. teria vergonha por
não ter vergonha de trair os
interesses e as necessidades básicas dos Portugueses em nome de um programa
imposto pelo exterior.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….., despediria o corpo
de segurança pessoal da PSP, em
nome dos cortes na função pública.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….., prendia os juízes
do Tribunal Constitucional, suspendia a Constituição enquanto a Troika quisesse e deixava o Sr. Gaspar fazer
os orçamentos mais abusivos que a sua incompetência permitisse.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. corria os nossos
governantes à bengalada com o vigor
e o empenho conferido pelo gozo e pela justiça de enxotar os salafrários e a
coberto da inevitável e patriótica suspensão do Código Penal, justificada pelo
contexto jurídico da confisco estatal aos cidadãos.
Se eu me chamasse Passos Coelho*….. teria uma infinita
vergonha, passaria o maior vexame de sempre,
pediria perdão aos Portugueses com a corda ao pescoço e, na improbabilidade de
eles não a apertarem, fugiria para a Galileia onde passaria o resto dos meus
dias em penitência por incontáveis pecados.
* Livra!!!
Abrenúncio!! Deus me livre e guarde!!!!
P.S. No dia 6 de Julho de 2012, publicamos o post “O Circo da
Semana” (em http://tempos-interessantes.blogspot.pt/2012/07/o-circo-dasemana-uma-boa-parte-da-vida.html
) cuja leitura recomendamos, principalmente o parágrafo O Palhaço Prepotente: PPC. É o retrato exacto do que aconteceu no
Domingo passado. A azia e a raiva de ser contrariado pelo TC. A sanha vingadora
por não o terem deixado fazer o que queria: vocês
vão pagar caro! A postura petulante de quem acha que pode fazer o que lhe
apetece ao arrepio das leis. O puto impertinente e malcriado que não tolera que
lhe digam “NÃO!” É isto o Primeiro-Ministro de Portugal. Que vergonha!
P.P.S. Cavaco Silva, depois de algumas intervenções minimamente
positivas, tornou a falhar clamorosamente. O Governo produziu o 2º orçamento consecutivo
com importantes normas inconstitucionais. O puto malcriado quis ir a correr a
Belém. Cavaco recebeu-o, acompanhado do Guarda-Livros ridículo a meio da noite.
Mais tarde, o Presidente da República emite um comunicado a pôr a mão por baixo
dos dois fundamentalistas incompetentes. Também já não tem crédito. Nem
vergonha.
6 comentários:
Nem mais, Rui, nem mais. Mas lavras num equívoco (penso eu de que...): o teu código moral, o teu código cívico, a tua conduta urbana, a tua noção de honradez... não, não são comuns a esta canalha. Não porque tenham diferentes (seria menos mau) mas porque não têm, simplesmente. E por isso, mesmo que lessem o que escreves, não entenderiam nada de nada. São marcianos. Gente estranha. Desalmados.
Se o Senhor se chamasse Passos Coelho nunca teria feito a opção política que fez e estaria, possivelmente, a usufruir de todas as mordomias que os seus ex-colegas de hemiciclo usufruem. Tinha esperança em que o animal se demitisse com o chumbo do TC, tal como havia prometido, o que quer dizer que o prato do povo está vazio mas a gamela governamental continua cheia. Não teço mais comentários porque se cabeça quente não raciociona, imagine-se a explodir...
Eu não me chamo Alice nem vivo no "País das Maravilhas", mas chamo-me Estella e acredito ser possível viver num país decente, com um nível de vida decente, com governantes decentes, porque a decência ainda existe embora tentem amorfanhá-la. Qualquer cidadão minimamente interessado e informado sabe onde cortar nos gastos públicos de forma séria e responsável:revejam a necessidade da existência do grande nº de empresas públicas e as benesses de quem as dirige; as parcerias público-privadas; o sem limite de fundações com todo o seu séquito; revertam para o Estado os sectores estratégicos como a EDP, GALP, Águas, que nunca dão prejuízo e cujos lucros poderiam ser afectados ao bem estar público.
O que lucramos nós com a entrada na CEE, a não ser uma rede viária para os estrangeiros virem colocar os produtos que estrategicamente fomos obrigados (?)a deixar de produzir? Ah! e o Alqueva que ia irrigar e reavivar as searas alentejanas! Vivemos à beira-mar e nunca nos mercados se viu vender tanto "peixe de tanques", que crescem do dia para a noite! Uniformizaram-se as farinhas: para peixe, aves, coelhos, etc. Os legumes e frutas chegam lustrosos do estangeiro. Ainda me hão-de dizer o que resta da nossa soberania se são outros a impôr as regras! Nalgumas faculdades optou-se pela língua inglesa por via de meia dúzia de "erasmos"! Facilitem-lhes a vida e dificultem a nossa! Os portugues são mesmo parolos (e aqui subscrevo as palavras do Prof. Magalhães Godinho em "Os Problemas de Portugal") e subservientes! Quem quer vir estudar para Portugal que aprenda a nossa língua, que não vale menos que as outras e é tão somenos a 6ª mais falada no mundo. Deixamo-nos tornar tão pequeninos!
Sérgio,
Desalmados. É isso mesmo, desalmados.
Estella,
Não queria "envolver-me" nesta questão, mas o que diz é verdade. Estive lá pouco tempo, mas saí de cabeça levantada, sem dever nada a ninguém, nem com créditos sobre ninguém.
Estella,
O seu desabafo tem tanto de emotivo como de certeiro. É verdade que colhemos muitos benefícios, mas volvidos 27 anos temos muito que nos questionarmos sobre os danos sofridos e infligidos, muitos deles irreparáveis.
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