23 agosto, 2011

O Eixo


O EIXO



O Eixo (Berlim-Roma) não é uma designação que traga saudades (bem pelo contrário) na Europa.



Curiosamente, o segundo Eixo (antes Paris-Bonn, Berlim-Paris depois) parece gerar muito mais entusiasmo do que apreensão.

É evidente que este Eixo está muito distante, para melhor, do outro, mas francamente, encontro mito pouco de bom nesta parceria que, depois de uns anos de afrouxamento, vem arrogando novamente um direito de propriedade exclusiva da União Europeia.

Vem isto a propósito da recente cimeira Alemanha-França, na qual Angela Merkel e Nicholas Sarkozy decidiram que a zona euro vai passar a ter um governo (???) económico e que querem impor uma alteração constitucional aos restantes 15 parceiros (???). A petulância vai ao ponto de já terem seleccionado um cinzento Belga como chefe desse governo.

Este Eixo, tal como o outro, tem um forte pendor germânico e percebe-se uma vontade da Alemanha em assumir de forma inequívoca os cordelinhos económicos da EU, certamente para garantir os seus mercados de exportação, os créditos dos seus bancos e impor medidas que lhe sejam convenientes aos seus parceiros (???), como por exemplo, a subida do imposto sobre as empresas na Irlanda.



À França pouco mais restou do que entrar na locomotiva alemã para manter as aparências de co-liderança.
A primeira reacção do Governo de Portugal foi de um lamentável apoio entusiástico que roçou o servilismo. O facto de o país estar empobrecido não implica necessariamente perder a dignidade e o amor-próprio e vergar a cerviz. Nesse aspecto, honra lhe seja feita, Cavaco Silva objectou ao Diktat constitucional.




in “The Economist”

E assim segue a EU, aos repelões, balançando num eixo desequilibrado, atropelando soberanias, sem saber o que fazer ao euro, desastrada com os mercados, errática nos bailouts, atolada nas dívidas e nos déficites, sujeita aos humores da Chanceler e sem ideias claras para um novo rumo económico de efectivo sucesso.

22 agosto, 2011

Mais do Mesmo

MAIS DO MESMO


Neste mês de Agosto, esperava-se que o Governo apresentasse um blueprint dos famosos cortes de despesas prometidas na campanha eleitoral e repetidamente reiteradas durante o mês de Julho.

Quando o Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, abriu a boca foi para.... anunciar um brutal aumento do IVA sobre a electricidade e o gás. A taxa do IVA quase TRIPLICOU de 6% para 23%!!! E como o sorvedouro estatal é imparável, a nova taxa entra em vigor já em Outubro deste ano.

O pretexto é o mesmo que levou o Governo a substituir o Pai Natal por um salteador: derrapagem nas contas públicas. Não sei qual é a razão da derrapagem, mas com a economia em contracção e com Passos & Gaspar a fugirem dos cortes na despesa, não é de espantar.

Seja como for, vai-se reforçando a ideia já antiga de muitos Portugueses: “São todos iguais! É mais do mesmo!”
Isto é brutal. Para além do custo exorbitante que tem na qualidade de vida (e na capacidade de sobrevivência) das pessoas e das famílias, é mais um golpe na credibilidade da Democracia Portuguesa.

O mais do mesmo é, neste caso, um sentimento bem merecido e, por isso mesmo, devastador.

É o mais do mesmo de fazer o mais fácil que é aumentar impostos, preços e taxas (em pouco mais de um mês já se regista aumentos de IRS, transportes públicos – até 25%!!!- e agora o IVA sobre produtos/serviços básicos).

É o mais do mesmo de poupar o sorvedouro público e penalizar ainda e sempre os cidadãos.

É o mais do mesmo de prometer uma coisa e fazer o seu contrário!

P.S. Pelo que disse o Professor Marcelo Rebelo de Sousa ontem na TVI, o Governo poderá estar a preparar-se para vançar com o projecto do TGV. A ser verdade, acentuar-se-á farsa política.

13 agosto, 2011

Vândalos em Londres

VÂNDALOS EM LONDRES


Vi, como toda a gente, as imagens dos distúrbios em Londres. Vi-as com um misto de horror, tristeza e nojo.

Horror perante a dimensão incontrolada da violência e destruição.
 
Tristeza perante a perda e a impotência de inocentes cidadãos que se viram empobrecidos e destituídos de forma gratuita e injustificada.

Nojo da horda de vândalos, desordeiros, arruaceiros, gangsters, que a pretexto de coisa nenhuma, deram livre curso à sua má índole, aos seus instintos criminosos, à sua má formação (??), à sua maldade e vilania.

Ignorando as explicações índole sociológica, que tudo justificam e todos desresponsabilizam quando se trata de energúmenos, sou da opinião que estas manifestações de vândalos devem ser duramente e rapidamente reprimidas à nascença, para tentar cortar o mal pela raiz. Não se pode aceitar que uma força policial tenha uma postura essencialmente passiva perante o descalabro da ordem pública.

Pelo contrário, as intervenções do Primeiro-Ministro David Cameron foram ao cerne do problema: exigiu responsabilização e severo castigo dos vândalos e firmeza à polícia. Aliás, quando o número de polícias aumentou e a sua postura mudou, os distúrbios esmoreceram no espaço de horas.

É incompreensível e indefensável um sistema judicial, uma postura policial, uma atitude social, que desculpabiliza e iliba os criminosos e pune pela indiferença e ausência de justiça as vítimas.

A cultura (de esquerda) do coitadinho do bandido e do bandido do polícia, condena-nos à insegurança e mantém-nos reféns dos vândalos e dos bandidos.

A firmeza da polícia não é confundível com a Gestapo ou o KGB. A polícia deve ter por máxima o respeito pelos cidadãos, mas tem como dever protegê-los. Tal exige, por vezes, o recurso à violência. Ela, a violência (legítima), é um monopólio do Estado e deve ser usada para manter a ordem pública e a segurança dos cidadãos cumpridores.

Se essa segurança não for garantida, rompe-se (mais) um dos compromissos sagrados do Estado perante os cidadãos e dá-se mais um passo na direcção da ruptura desse vínculo. Então, teremos regressado ao ponto de partida de Thomas Hobbes: o estado natureza, onde é vigente a lei da selva.

P.S. Sobre esta temática, ver também "Roma e os Bárbaros" em http://tempos-interessantes.blogspot.com/2010/12/roma-e-os-barbaros.html

11 agosto, 2011

As Gémeas


AS GÉMEAS

 

 

Na realidade não são gémeas. A brincar, digo que são as minhas quase-Gémeas, porque nasceram a 29 de Julho (a Sofia) e a 1 de Agosto (a Sara). Ou seja, a Sofia nasceu em 2007 e fez 4 anos há duas semanas e a Sara nasceu em 2009 e fez 2 anos na semana passada.
 
O que importa é que são as minhas duas Bebés, são lindas e eu sou um Pai tremendamente babado.