TIANANMEN - 20 ANOS
A extraordinária coragem do estudante chinês a enfrentar uma coluna de carros de combate do Exército Chinês.
in “Frankfurter Allgemeine Zeitung” - http://www.faz.net/
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Há 20 anos, a 4 de Junho de 1989, na Praça de Tiananmen, em Pequim, o Exército Popular de Libertação carregou sobre milhares de manifestantes pró-democracia, na sua maioria estudantes universitários. Largas centenas, provavelmente milhares, de pessoas foram mortas. Milhares desapareceram, foram presas ou silenciadas. Com elas morreu também o sonho de um degelo chinês à la Gorbachev.
Cinco meses mais tarde, na Alemanha, o Muro de Berlim desmoronou-se. Na China, a Muralha abanou mas não caiu.
Em 2009, a luta pela democracia e pela liberdade está largamente esquecida. O mundo está fascinado com a ascensão económica da China e reconhece-lhe, por antecipação, o estatuto de potência política mundial. A admiração com o sucesso económico e a ganância por um quinhão do mega-mercado de 1.3 biliões de consumidores obnubila o pensamento e a falta de clarividência leva à convicção de que a República Popular da China é uma potência benfazeja.
A opressão interna, o monopólio do poder político pelo Partido Comunista, a inexistência de direitos políticos e individuais, a agressividade de certas vertentes das políticas externa e militar da China, o crescimento imparável do seu potencial bélico desfazem essa convicção.
A memória obliterada de Tiananmen deveria eliminar quaisquer dúvidas. O poder comunista de Pequim é totalitário e potencialmente perigoso. O timing da queda da máscara será o do interesse nacional e estratégico da China e pode demorar muito tempo. Afinal, o tempo tem um significado diferente no Ocidente e no Oriente.
Frente a frente, a Estátua da Liberdade de Pequim e Mao Tsé Tung.
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P.S. Agradeço à Cláudia o envio do link donde retirei estas fotos. Facilitou-me o trabalho.
6 comentários:
Pois sim, já lá vão vinte anos !
Tem razão, vinte anos depois a China mudou bastante.
Mas a liberdade política, e sobretudo a liberdade simples, sim aquela normal e que é em principio “embedded” com as leis do mercado, esta liberdade ainda não é de actualidade na China.
O “ laogai” e o escravo dos trabalhadores pobres, eles, continuam a ser de actualidade.
Para que os trabalhadores pobres da Europa possam comprar os trapos baratinhos e esqueçam de se revoltar também face à deliquescência do nosso tecido social.
Para que Zidane e os seus amigos e colegas internacionais continuem a pavonear-se e empanturrar-se com as publicidades “gordorosamente” pagas pelos fabricantes de “Nikes” e outras célebres marcas, fabricados nas fabricas tipo campos de concentração dignas do Zola do século da miséria.
Para que os accionistas que olham disfarçadamente para o lado possam meter no bolso mais de 15% de ROI por ano.
Aliás recordo de ter ouvido um destes esclavagistas dizer na televisão dessa época , logo após a repressão sangrenta : “ Basta, que eles parem agora com essas estupidezes, porque isso não é bom para os negócios.
Claro que não foi o filho dele que se fez transformar numa pasta de carne e de sangue ou acabou com uma bala na nuca.
Entretanto, a China organizou os Jogos Olímpicos e é uma potência respeitável com quem o mundo inteiro sonha de comerciar.
O mundo do mercado, esse mesmo que agora está em transes com a sua finança de rastos.
A China que mantém de pé a outra grande potência : os USA, que sem a ajuda dos Chineses compreensivos que continuam a comprar o “papel” do tesouro americano no fim de cada mês, cairia definitivamente. Como a GM e a Chrisler !Pobre mundo, Caro Amigo.
Caro amigo,
Obrigado pelo seu excepcional comentário que aqui deixou.
Assim é.
Os argumentos da força pisam de forma atroz a força dos argumentos! Assim é a política!
Cláudia
Olá Professor,
Haja alguém que nos lembre o passado recente!!!!!
Helena Dias Noites
Cláudia:
Assim é nos regimes totalitários.
Helena!
Obrigado. É um problema recorrente a curta memória histórica. Fosse ela melhor e alguns problemas seriam evitados.
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